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Sensacional GP do Canadá foi palco de uma das vitórias mais marcantes da F-1


Por Leandrus

Quem viu a corrida do Canadá ontem presenciou uma das vitórias mais marcantes da F-1. Após largar em 7º, sair ileso de batidas com Lewis Hamilton e Fernando Alonso, pagar um drive through por exceder o excesso de velocidade nos boxes e passar seis vezes pelos pits, Jenson Button ainda foi capaz de arrancar uma dramática vitória sobre Sebastian Vettel na última volta. Sinceramente, não me lembro de uma reação tão espetacular na categoria. Sem sombra de dúvidas, essa vitória entrará para o hall das vitórias conquistadas em situações adversas – e provavelmente estará no primeiro lugar deste ranking.

O mais curioso disso tudo é que a sua assombrosa vitória comprova que Button é um dos melhores pilotos da atualidade. O que isso tem de curioso? Talvez nada, já que estamos falando do campeão mundial de 2009. Porém, é bom lembrar que, em 2008, este era, após dois campeonatos bem fracos com a bomba que era a Honda, um piloto quase dispensável, daqueles já relegados a um grupo dos que não conseguirão mais chegar ao topo. Três anos depois, reconhecemos o inglês como um piloto genial, dono de uma tocada impressionantemente limpa e que sabe lidar muito bem com o seu carro. A guinada que a carreira de Jenson deu ultimamente foi tão sensacional quanto sua última vitória.

Porém, é bom lembrar que, para vencer em Montreal, Button provou que também é muito rápido. Porém, ao contrário de Hamilton, que é rápido mostrando um arrojo e uma loucura muito divertida de se ver, Button consegue ser veloz mantendo sua tocada suave. Talvez seja por isso que nos surpreendemos ontem, assim como na Austrália e na China no ano passado, quando o vimos rapidamente sair lá de trás para lutar e “jantar” os primeiros colocados, exatamente como fez com Michael Schumacher, Mark Webber e Sebastian Vettel ontem.

Vettel. Não há como inocentá-lo após perder a corrida com uma rodada na última volta. Ele mesmo reconheceu um desnecessário conservadorismo na última relargada, algo que ajudou Button a se aproximar dele nas últimas voltas e, por fim, o levou a cometer um grave erro já nos últimos momentos da prova. Enfim, acontece. O jeito é interpretar o erro como mais uma lição para a sua carreira. Afinal, por exemplo, Senna já bateu em Monaco com 1 minuto de vantagem para o segundo colocado, Prost cometeu inúmeros erros no começo de carreira e nem por isso ambos deixaram de ser gênios da F-1.

Mas e a corrida, hein? Ah, ela foi fantástica, mesmo tendo perdendo parte do brilho com a largada com Safety Car (infelizmente, a FIA, acha que uma gota qualquer na pista é suficiente para largar deste jeito) e a chuva que interrompeu a prova por mais de duas horas. Ainda assim, foi uma prova que permitiu muitas ultrapassagens e muitos choques que ocasionaram um bom número de polêmicas.

No entanto, muitas dessas polêmicas são levemente inúteis. Os choques entre Hamilton e Webber e entre Button e Alonso foram mais incidentes de corrida do que um atestado de culpa para algum piloto incompetente. Colisões acontecem em corrida, fazem parte do show e muitas vezes alguém tem que se dar mal mesmo. É verdade que Hamilton pode ter forçado demais para cima de Webber, mas ainda assim pareceu mais um típico incidente. E quanto ao perigoso choque entre Button e Hamilton que tirou o segundo da corrida, houve culpa dos dois: Hamilton foi um pouco imprudente ao querer passar ao tentar uma manobra bem arriscada num espaço já curto; e Button, embora tenha a desculpa de ter continuado na sua trajetória normal, de certa forma fechou seu companheiro de equipe. Não a toa, ele chegou a pedir desculpas pelo ocorrido ao fim da prova.

Mas e quanto aos outros pilotos? Webber mais uma vez fez grande prova de recuperação, chegando na 3ª posição, mas já está na hora de se especializar em outras coisas. Schumacher fez, de longe, sua melhor prova desde seu retorno à F-1, sendo combativo e mostrando toques da antiga genialidade na chuva, principalmente ao ultrapassar Felipe Massa e Kamui Kobayashi de uma vez só. Porém, isso não quer dizer é na chuva que sua habilidade é destacada: foi também com pista molhada que fez uma de suas piores apresentações em 2010, na China. De qualquer forma, um 4º lugar merecido, que por pouco não se transformou num merecido pódio.

O seu ex-companheiro na Ferrari, aliás, também foi bem. Rubens Barrichello soube aproveitar as confusões da prova para conquistar mais dois pontos ao terminar em 9º. Kobayashi terminou em 7º, mas desta vez o resultado foi decepcionante: o japonês chegou a andar em 2º por um bom tempo e deu a impressão de que poderia ter conseguido algo melhor. Por último, Jaime Alguersuari finalmente pontuou e, ao terminar em 8º, tirou um peso das costas: tomando um banho de Sebastian Buemi no ano, já se cogitava colocar Daniel Ricciardo no seu lugar já na metade temporada, deixando-o a pé para o resto do ano.

Mas e quanto a Felipe Massa. Sinceramente, ele vacilou. Com o abandono de Alonso e um carro que vinha rendendo bem, ele tinha tudo para chegar ao pódio pela 1ª vez na temporada. Mas ele jogou tudo a perder em uma manobra só. Que me desculpem os defensores de Felipe, mas Karthikeyan não atrapalhou o brasileiro quando este bateu e teve de voltar aos boxes para trocar o bico; foi ele quem se afobou tentando ultrapassar um retardatário rapidamente com pneus frios e saiu desnecessariamente do trilho, batendo e perdendo a chance de tirar boa parte da diferença para o espanhol. Nem a ultrapassagem em cima de Kobayashi “nos 49 do segundo tempo”, que o levou à 6ª posição, apaga essa sensação.

Por último: pouco foi dito sobre o novamente polêmico Hamilton por aqui. Porém, isso só ocorreu porque pretendo falar sobre ele no meio da semana.

Leandrus - Automobilismo

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