O episódio ocorrido essa semana no Olímpico, me chamou a atenção. Apesar do nosso futebol ter uma prática totalmente rotineira, que é a demissão de técnicos sem sequer chegar ao resultado de seu planejamento, muito me estranhou a forma que Vagner Mancini foi “convidado” a deixar o comando técnico do tricolor gaúcho.
Procurei ficar mais por dentro dessa notícia, e pude perceber que não há apenas uma versão para essa quebra de acordo. Segundo o próprio Mancini, a diretoria gremista não havia aceitado a sua rejeição no que diz respeito à ingerências de cartolas com relação ao seu trabalho, como por exemplo a entrada de dirigentes no vestiário após as partidas. Segundo o treinador, isso tirava a estabilidade da equipe e fazia diminuir sua autoridade diante o elenco.
Já para a diretoria, Mancini aplicava uma forma de jogo muito atípica as tradições do clube, que sempre prezou pelo jogo duro, conquistando suas vitórias na raça e, além disso, não possuía voz de comando junto aos atletas. E esse teria sido o motivo de sua demissão. Posteriormente, foi acertada a contratação de Celso Roth, que segundo Paulo Pelaipe, “tem mais a cara das tradições gremistas”.
É evidente que eu não vou discernir qual versão é a correta, porém, acredito que nas duas, o erro permanece com a diretoria. Na primeira, é lógico que diretor não foi feito para ficar dando pitacos tão intrometidamente no trabalho da comissão técnica. Um caso parecido com o ocorrido no Vasco, envolvendo Eurico, Romário e Alan Kardec.
Time grande possui sim, um nível de cobrança bem acentuado que surge de várias vertentes como: diretoria, oposição, imprensa e principalmente torcida, entretanto, esse tipo de cobrança, onde se exige a escalação de determinado jogador ou - como é argumentado na segunda versão - tenta se definir a forma mais adequada de jogo, pra mim, há de se classificar como abuso de autoridade.
Se os cartolas se defendem, dizendo que a equipe vinha jogando mal, coisa que parece explicitamente ser verdade, pelo que a imprensa gaúcha noticia, a culpa permanece sendo daqueles responsáveis por contratar os componentes da comissão técnica. É algo parecido com o que acontece com a seleção brasileira, que vem tendo resultados positivos, porém não vem agradando os brasileiros, a forma de jogo. Quanto a isso, sempre culparei a CBF, e não o Dunga.
Porém, menos mal pra torcida, que apesar de mais uma vez ver seu time jogando mal, pelo menos viu novamente, a vitória selar um final momentaneamente feliz em Canoas. E para alegria maior, o autor do gol de pênalti, foi o contratado a peso de ouro, Roger. Um a zero contra a Ulbra que coloca o time na segunda posição do grupo 1, com onze pontos, dois a menos que o líder Esportivo.
O próximo confronto do Imortal, já sob o comando de Celso Roth, será o jogo de volta pela Copa do Brasil contra o Jaciara do Mato Grosso dia 27 de fevereiro.
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