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Homem de Ferro 2



Por Efraim Fernandes

Se o roteiro de Art Marcum, Matt Holloway, Mark Fergus e Hawk Otsby, tendo na direção Jon Favreau, foi um ponto certeiro como uma das melhores adaptações de HQ para os cinemas, então a seqüência escrita por somente por Justin Theroux vai muito, mas muito além!

A aventura prepara de forma sucinta e concisa, sem tirar e nem pôr, um ótimo terreno para os filmes solo de Capitão América e Thor – fique muitíssimo atento as cenas pós-crédito - , além do aguardadíssimo Os Vingadores.

Se perguntar se todo o bafafá a cerca da aventura vale o barulho que fez, a resposta é sim! O filme começa exatamente onde termina a primeira aventura, com Tony Stark revelando ao mundo ser o Homem de Ferro, o que lhe traz grandes problemas.


O senador Stern (Garry Shandling) quer que a armadura seja ‘entregue ao povo americano’, a maior prioridade para o governo dos Estados Unidos. Obviamente Stark declara que a armadura e ele são um só e que a paz foi privatizada e a segurança e conforto do modo de vida americano foram salvaguardados, e em somente dentro de dez a quinze anos que alguém pode chegar ao mesmo patamar tecnológico desenvolvido.

É quando surge Ivan Vanko (o galã de outrora Mickey Rourke) sedento por vingança que consegue num embate fazer frente ao herói da fita, mesmo com tecnologia não tão sofisticada. Não demora e o mundo passa a duvidar da credibilidade que o Homem de Ferro tem em proteger a América.

Justin Hammer (Sam Rockwell) faz um negociante de armas concorrente que tem a ambição de superar as indústrias Stark no mercado bélico, e quando Ivan entra em ação fica claro o que Hammer tem de fazer: aliar forças com àquele capaz de fazer o grande herói americano sangrar.

Estamos diante de uma premissa básica: O herói, o vilão e a busca por vingança. Mas as coisas têm muito mais densidade. Não pense que as incríveis cenas de ação, explosões e CGI resumem as duas horas sentados na poltrona. O ponto muitíssimo certeiro na película são os diálogos e personagens sem firulas. São raras as seqüências de grandes franquias que tem o poder de superar a história original e o espectador simplesmente está diante desse tipo de circunstancia. É preto no branco, sacramentado!


Existe espaço suficiente para o desenvolvimento de todos os personagens: Happy Hogan (vivido por Favreau) está divertidíssimo, a Viúva Negra incorporando o arquétipo da sexy femme fatale, e Nick Fury agindo como um protetor, quase que uma figura paterna para a personagem de Downey Jr.

Porém, poderia haver um tratamento mais completo para Vanko e Hammer, mas ainda assim retratados na medida, e assim como Stark não há como não identificar com eles: são falhos, mas humanos, têm uma motivação e direcionamento.

Mas é Tony que sem dúvida rouba as cenas sempre que aparece. A mistura de genialidade aliada à extrema arrogância, egocentrismo e instinto kamikaze são o que melhor definem a franquia, além dos diálogos com Jim Rhodes, o War Machine, (Don Cheadle, competentíssimo ao substituir Terrence Howard).

Embalado por uma trilha sonora de respeito, Jon Favreau soube prazerosamente idealizar um filme feito especialmente para os fãs, justamente por ser um também, e ainda atrair a quem nunca ouviu falar desse universo incrível e rico. O passo a passo que revela os planos de Nick Fury, a presença da organização da S.H.I.E.L.D, o legado de Howard Stark para o filho, os embates impactantes entre Vanko e Stark, as faíscas entre Pepper Potts e Tony, o escudo de Capitão América indevidamente usado como escora, o martelo Mjölnir, e claro, o clímax atuante na exposição das Indústrias Hammer - filmados de forma quase que documental, de câmera trêmula buscando foco e melhor enquadramento -, que se dá logo mais ao final.


Existe aqui uma verdade incontestável: O universo de histórias da Marvel ganha de lavada da concorrente DC quando se trata de adaptar quadrinhos para as telonas de cinema.

Que o mega ambicioso projeto da Marvel Studios seja tão grandioso quanto Homem de Ferro 2, e que no futuro o filme d’Os Vingadores não seja um gang bang de mau gosto com tantos personagens brotando na tela, como foi por exemplo com Homem Aranha 3, dos estúdios da Sony.

Nota Máxima: Explosão Áudio-Visual!


Escreveu Efraim Fernandes

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