Por Leandrus
Como foi consideravelmente noticiado na imprensa nos últimos dias, o brasileiro Felipe Nasr se tornou campeão da F-3 Inglesa com duas rodadas de antecipação (ou seis corridas, já que em um fim de semana da categoria são disputadas três etapas). Com isso, ele se tornou o 12º piloto representante do nosso país a conquistar tal campeonato.
O desempenho de Nasr até a conquista do título foi avassalador. Só para se ter uma ideia, além de ter sido campeão com as já citadas duas rodadas de antecipação, ele venceu sete das vinte e quatro corridas, chegou em segundo ou terceiro em outras sete provas e só deixou de pontuar em duas oportunidades. Além disso, está 123 pontos a frente do 2º colocado, o dinamarquês Kevin Magnussen. Por tudo isso, muitos já o veem como o grande futuro do Brasil. Porém, é aí que mora o perigo.
Por ter sido dominante durante todo o ano, as expectativas e a visibilidade em relação a Felipe cresceram demais. E isso tudo é agravado pelo fato do Brasil estar em tempos de vacas magras e não possuir mais nenhum piloto promissor nas categorias de base. Ou seja: de certa forma, ele já é visto como única esperança brasileira no cenário internacional, com todas as fichas sendo depositadas nele por aqueles que esperam por um talento tupiniquim na F-1 no futuro. E isso, meu amigo, é péssimo.
Claro que isso é bom por mostrar que, se ele é visto dessa forma, é porque ele mostrou talento e competência para alcançar altos voos nas categorias de cima. Tal fato, no entanto, acaba colocando uma pressão desnecessária sobre os seus ombros, principalmente porque uma falsa e exagerada expectativa é criada em torno do rapaz. O típico torcedor daqui tem o péssimo hábito de acreditar que os próximos brasileiros a aparecerem na F-1 serão “novos Ayrtons” e frustram-se completamente quando veem que a situação não é exatamente essa, ainda que este piloto se torne um de relativo sucesso na categoria. Isso já aconteceu com Barrichello, com Massa, e temo que aconteça também com Felipe.
O que quero dizer é que o título de Felipe Nasr, embora o credencie para ser um grande piloto no futuro, ainda não diz tanta coisa sobre o seu futuro nas categorias principais. Um exemplo recente disso é Nelsinho Piquet, que chegou a ganhar esse mesmo campeonato em 2004, foi muito bem em outros e fracassou na F-1 – embora outros fatores tenham contribuído para seu fracasso. Além disso, é bom lembrar que, ao ganhar a F-3 Inglesa, Felipe se aliou a brasileiros vencedores do campeonato como Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna, todos de muito sucesso no automobilismo mundial; porém, ao mesmo tempo, se juntou a Antonio Pizzonia e Mario Haberfeld, piloto de quase ou nenhum sucesso internacional.
A melhor coisa que os brasileiros podem fazer agora é torcer para que seu trajeto até a F-1 seja bem-sucedido. Ele possui dois grandes desafios no momento: um, a curto prazo, é escolher em qual categoria correr no ano que vem: a World Series ou a GP2 (aqui há um ótimo artigo sobre isso); o outro, a longo prazo, é chegar a categoria-mor do automobilismo numa época em que ter ótimos patrocinadores ou ser integrante de algum programa de desenvolvimento é tão fundamental quanto ter talento e conquistar campeonatos na base. Torcer pelo seu sucesso nessa transição e ver como ele se sairá durante a mesma é muito mais fundamental do que já taxa-lo como “o próximo campeão brasileiro na F-1”. Não que isso não possa acontecer um dia; só não se deve colocar uma pressão precipitada no rapaz num estágio tão inicial.
Leandrus - Automobilismo
O desempenho de Nasr até a conquista do título foi avassalador. Só para se ter uma ideia, além de ter sido campeão com as já citadas duas rodadas de antecipação, ele venceu sete das vinte e quatro corridas, chegou em segundo ou terceiro em outras sete provas e só deixou de pontuar em duas oportunidades. Além disso, está 123 pontos a frente do 2º colocado, o dinamarquês Kevin Magnussen. Por tudo isso, muitos já o veem como o grande futuro do Brasil. Porém, é aí que mora o perigo.
Por ter sido dominante durante todo o ano, as expectativas e a visibilidade em relação a Felipe cresceram demais. E isso tudo é agravado pelo fato do Brasil estar em tempos de vacas magras e não possuir mais nenhum piloto promissor nas categorias de base. Ou seja: de certa forma, ele já é visto como única esperança brasileira no cenário internacional, com todas as fichas sendo depositadas nele por aqueles que esperam por um talento tupiniquim na F-1 no futuro. E isso, meu amigo, é péssimo.
Claro que isso é bom por mostrar que, se ele é visto dessa forma, é porque ele mostrou talento e competência para alcançar altos voos nas categorias de cima. Tal fato, no entanto, acaba colocando uma pressão desnecessária sobre os seus ombros, principalmente porque uma falsa e exagerada expectativa é criada em torno do rapaz. O típico torcedor daqui tem o péssimo hábito de acreditar que os próximos brasileiros a aparecerem na F-1 serão “novos Ayrtons” e frustram-se completamente quando veem que a situação não é exatamente essa, ainda que este piloto se torne um de relativo sucesso na categoria. Isso já aconteceu com Barrichello, com Massa, e temo que aconteça também com Felipe.
O que quero dizer é que o título de Felipe Nasr, embora o credencie para ser um grande piloto no futuro, ainda não diz tanta coisa sobre o seu futuro nas categorias principais. Um exemplo recente disso é Nelsinho Piquet, que chegou a ganhar esse mesmo campeonato em 2004, foi muito bem em outros e fracassou na F-1 – embora outros fatores tenham contribuído para seu fracasso. Além disso, é bom lembrar que, ao ganhar a F-3 Inglesa, Felipe se aliou a brasileiros vencedores do campeonato como Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna, todos de muito sucesso no automobilismo mundial; porém, ao mesmo tempo, se juntou a Antonio Pizzonia e Mario Haberfeld, piloto de quase ou nenhum sucesso internacional.
A melhor coisa que os brasileiros podem fazer agora é torcer para que seu trajeto até a F-1 seja bem-sucedido. Ele possui dois grandes desafios no momento: um, a curto prazo, é escolher em qual categoria correr no ano que vem: a World Series ou a GP2 (aqui há um ótimo artigo sobre isso); o outro, a longo prazo, é chegar a categoria-mor do automobilismo numa época em que ter ótimos patrocinadores ou ser integrante de algum programa de desenvolvimento é tão fundamental quanto ter talento e conquistar campeonatos na base. Torcer pelo seu sucesso nessa transição e ver como ele se sairá durante a mesma é muito mais fundamental do que já taxa-lo como “o próximo campeão brasileiro na F-1”. Não que isso não possa acontecer um dia; só não se deve colocar uma pressão precipitada no rapaz num estágio tão inicial.
Leandrus - Automobilismo
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