É bom termos uma oportunidade como a Copa do Mundo, onde as escolas de futebol se fazem fielmente representadas, para observamos algumas questões que diferenciam uma de outra. E esse post tem a intenção de falar exatamente de seleções da América do Sul e da Europa.
Nesse sábado vimos uma Argentina em campo com um bom time, boas alternativas de jogadas e que poderiam ser executadas por excelentes jogadores. Mas dois fatores aliados não permitiram que tudo isso acontecesse: o esquema tático argentino estava capenga e do outro lado, “só” tinha a melhor seleção dessa Copa. Com a soma dessas duas adversidades, a Albiceleste tomou um baile por 4x0.
O senhor Maradona na sua breve carreira como técnico já deve ter aprendido algumas lições (que se até esse blogueiro viu, significa que não são coisas difíceis de se ver). Não adianta nada uma zaga com quatro defensores se o lado direito é uma verdadeira avenida. O tal do Otamendi não marca, não ataque, não auxilia na saída de bola, não serve pra fazer cobertura. Inteligentemente, Joachim Low percebeu isso e fez seu jogo todo nessa deficiência.
A Alemanha, por sua vez, não é apenas um time bom. É uma equipe esperta, sagaz e perceptiva. O gol logo aos dois minutos de partida não foi mera obra do acaso. Bastou o pontapé inicial pra eles mostrarem aonde iam concentrar suas jogadas. Foram com tudo pra região “guarnecida” por Otamendi. Sofreram a falta e em outra especialidade germânica – a bola aérea – fizeram o gol.
E ainda havia outro ponto a ser visto, entendido e explorado pelos europeus na partida. O meio-campo argentino estava aberto. Apenas o (pobre) Mascherano na marcação tendo uma defesa totalmente “torta” para proteger. Sem contar que Di Maria e Maxi Rodriguez jogaram abertos pra ajudarem o Messi – centralizado – a criar as jogadas.
Alemães deram aula. Num setor de meio armado dessa maneira, é bobagem a marcação homem-a-homem. Apenas atrasaram a própria linha do meio campo, congestionando seu campo e deixando o trio de armação de jogadas argentinas sem espaço (tanto que quando a Argentina atacou, foi no desespero com pouca organização).
Com essas questões já compreendidas, cabia ao Dom Diego duas alterações. Colocar alguém para ajudar o Mascherano na marcação (poderia ser o Jonas Gutierez) e mais um atacante para jogar pelos lados (podia ser o Aguero), sendo mais uma peça a ser marcada fazendo sobrar mais espaço para o dez do Barça. Sem contar que o lado direito deveria ser corrigido já na escalação inicial. Até mesmo o Javier Pastore no lugar do (inacreditavelmente ineficiente) Otamendi.
Dunga também errou taticamente contra a Holanda
Na entrevista coletiva dada pelo técnico da Seleção Brasileira (que só foi vista por este que vos escreve após a publicação do post pós-jogo do Brasil), ele disse que não mexeu no time porque tinha um a menos. Então num jogo eliminatório de Copa do Mundo é melhor perder por pouco do que arriscar?
A saída de Michel Bastos para entrada de Gilberto e a troca de Luis Fabiano por Nilmar foram em vão já que o momento era da Holanda se proteger atrás.
Mesmo com toda a questão psicológica já falada aqui no blog há dois post’s atrás, Dunga deveria ler melhor o jogo e perder a mania de que é proibido mudar o esquema tático durante após o apito inicial.
Uma boa saída para o time tupiniquim seria deslocar Gilberto Silva como um falso terceiro zagueiro, fazendo uma linha com Juan e Lucio e adiantar esse trio. Tirar o Michel que não estava jogando nada e mandar o Daniel Alves para a esquerda. E na troca, colocar prontamente o Nilmar, pra preencher mais a defesa holandesa, que jogou tranquilamente no segundo tempo.
Caso permanecesse a derrota, tinha que ter coragem de fazer o óbvio. Tirar quem não tivesse dando conta do recado e colocar o Grafite. Copa do Mundo, um jogo de eliminação com derrota e pouco tempo não é hora de pensar em manter o esquema ou ser coerente. É hora de buscar a vitória.
Fora a parte tática, sulamericanos precisam aprender outras lições com europeus
Já está ficando bizarra a reclamação ignorante dos jogadores da América do Sul com a arbitragem durante as partidas. Uma falta em que o juiz marca e volta atrás ainda é fato raro no futebol. Se foi marcada ou não, não adianta desistir da jogada pra ficar resmungando. É inadmissível que um jogador deixe a sequência do lance de lado para ficar pedindo qualquer coisa ao árbitro. Tem que roubar a bola ou prosseguir em direção ao gol!
E é preciso entender os momentos da partida. Se o jogo está favorável tem que jogar com objetividade, matar o jogo. Foi o que a Alemanha fez com a Argentina na segunda metade do segundo tempo. E foi o que a Holanda fez com o Brasil na primeira metade dos 45 minutos finais da peleja.
Se for o oposto, se o adversário está indo com tudo pro ataque, primeiro é manter a calma e ter a humildade de se proteger. Sem essa de ‘sou o melhor e a obrigação de atacar é minha’. O futebol se profissionalizou bastante. Se as estratégias não forem estudadas, não se vai a lugar algum. Holandeses e alemães já mostraram ter isso em mente.
O que importa se em alguns momentos dos seus jogos, a Laranja Mecânica e o time germânico se defendeu? O que vale é que eles sabem quando podem atacar e assim o fizeram, sendo objetivos, partindo pra matar o jogo.
Ainda existe toda uma preocupação exacerbada pelos nascidos no Velho Mundo com a parte física que se explica até por motivos culturais, mas que fica para outro texto. E para concluir, devemos ter uma final européia nessa Copa, caso não haja surpresas. Será justo. Na atual conjuntura, nós temos mais a aprender com eles do que eles conosco.
Nesse sábado vimos uma Argentina em campo com um bom time, boas alternativas de jogadas e que poderiam ser executadas por excelentes jogadores. Mas dois fatores aliados não permitiram que tudo isso acontecesse: o esquema tático argentino estava capenga e do outro lado, “só” tinha a melhor seleção dessa Copa. Com a soma dessas duas adversidades, a Albiceleste tomou um baile por 4x0.
O senhor Maradona na sua breve carreira como técnico já deve ter aprendido algumas lições (que se até esse blogueiro viu, significa que não são coisas difíceis de se ver). Não adianta nada uma zaga com quatro defensores se o lado direito é uma verdadeira avenida. O tal do Otamendi não marca, não ataque, não auxilia na saída de bola, não serve pra fazer cobertura. Inteligentemente, Joachim Low percebeu isso e fez seu jogo todo nessa deficiência.
A Alemanha, por sua vez, não é apenas um time bom. É uma equipe esperta, sagaz e perceptiva. O gol logo aos dois minutos de partida não foi mera obra do acaso. Bastou o pontapé inicial pra eles mostrarem aonde iam concentrar suas jogadas. Foram com tudo pra região “guarnecida” por Otamendi. Sofreram a falta e em outra especialidade germânica – a bola aérea – fizeram o gol.
E ainda havia outro ponto a ser visto, entendido e explorado pelos europeus na partida. O meio-campo argentino estava aberto. Apenas o (pobre) Mascherano na marcação tendo uma defesa totalmente “torta” para proteger. Sem contar que Di Maria e Maxi Rodriguez jogaram abertos pra ajudarem o Messi – centralizado – a criar as jogadas.
Alemães deram aula. Num setor de meio armado dessa maneira, é bobagem a marcação homem-a-homem. Apenas atrasaram a própria linha do meio campo, congestionando seu campo e deixando o trio de armação de jogadas argentinas sem espaço (tanto que quando a Argentina atacou, foi no desespero com pouca organização).
Com essas questões já compreendidas, cabia ao Dom Diego duas alterações. Colocar alguém para ajudar o Mascherano na marcação (poderia ser o Jonas Gutierez) e mais um atacante para jogar pelos lados (podia ser o Aguero), sendo mais uma peça a ser marcada fazendo sobrar mais espaço para o dez do Barça. Sem contar que o lado direito deveria ser corrigido já na escalação inicial. Até mesmo o Javier Pastore no lugar do (inacreditavelmente ineficiente) Otamendi.
Dunga também errou taticamente contra a Holanda
Na entrevista coletiva dada pelo técnico da Seleção Brasileira (que só foi vista por este que vos escreve após a publicação do post pós-jogo do Brasil), ele disse que não mexeu no time porque tinha um a menos. Então num jogo eliminatório de Copa do Mundo é melhor perder por pouco do que arriscar?
A saída de Michel Bastos para entrada de Gilberto e a troca de Luis Fabiano por Nilmar foram em vão já que o momento era da Holanda se proteger atrás.
Mesmo com toda a questão psicológica já falada aqui no blog há dois post’s atrás, Dunga deveria ler melhor o jogo e perder a mania de que é proibido mudar o esquema tático durante após o apito inicial.
Uma boa saída para o time tupiniquim seria deslocar Gilberto Silva como um falso terceiro zagueiro, fazendo uma linha com Juan e Lucio e adiantar esse trio. Tirar o Michel que não estava jogando nada e mandar o Daniel Alves para a esquerda. E na troca, colocar prontamente o Nilmar, pra preencher mais a defesa holandesa, que jogou tranquilamente no segundo tempo.
Caso permanecesse a derrota, tinha que ter coragem de fazer o óbvio. Tirar quem não tivesse dando conta do recado e colocar o Grafite. Copa do Mundo, um jogo de eliminação com derrota e pouco tempo não é hora de pensar em manter o esquema ou ser coerente. É hora de buscar a vitória.
Fora a parte tática, sulamericanos precisam aprender outras lições com europeus
Já está ficando bizarra a reclamação ignorante dos jogadores da América do Sul com a arbitragem durante as partidas. Uma falta em que o juiz marca e volta atrás ainda é fato raro no futebol. Se foi marcada ou não, não adianta desistir da jogada pra ficar resmungando. É inadmissível que um jogador deixe a sequência do lance de lado para ficar pedindo qualquer coisa ao árbitro. Tem que roubar a bola ou prosseguir em direção ao gol!
E é preciso entender os momentos da partida. Se o jogo está favorável tem que jogar com objetividade, matar o jogo. Foi o que a Alemanha fez com a Argentina na segunda metade do segundo tempo. E foi o que a Holanda fez com o Brasil na primeira metade dos 45 minutos finais da peleja.
Se for o oposto, se o adversário está indo com tudo pro ataque, primeiro é manter a calma e ter a humildade de se proteger. Sem essa de ‘sou o melhor e a obrigação de atacar é minha’. O futebol se profissionalizou bastante. Se as estratégias não forem estudadas, não se vai a lugar algum. Holandeses e alemães já mostraram ter isso em mente.
O que importa se em alguns momentos dos seus jogos, a Laranja Mecânica e o time germânico se defendeu? O que vale é que eles sabem quando podem atacar e assim o fizeram, sendo objetivos, partindo pra matar o jogo.
Ainda existe toda uma preocupação exacerbada pelos nascidos no Velho Mundo com a parte física que se explica até por motivos culturais, mas que fica para outro texto. E para concluir, devemos ter uma final européia nessa Copa, caso não haja surpresas. Será justo. Na atual conjuntura, nós temos mais a aprender com eles do que eles conosco.
Um comentário:
Os sulamericanos perderam a Copa por falta de QUALIDADE.
O Paraguai foi uma surpresa, não conta.
O Brasil não teve ninguém para chamar o jogo para si e decidir.
A Argentina sempre de salto alto.
E o Uruguai, jogando simples, segue na briga.
Abraço!
porforadogramado.blogspot.com
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