Por Daniel Junior
Os cadernos culturais de um certo site de referência tornou-se uma espécie de replicador das notícias da empresa mãe de seus organizações. Reverbera tudo que acontece na TV, especialmente aos resumos da novela ou as condições de vida nas quais se encontram seus atores e atrizes.
Recentemente (e infelizmente) um ator global declarou estar com uma espécie de tumor (na verdade, um linfoma). E não levando em consideração a coragem e bravura do cara, isso se tornou uma espécie de reality na qual o leitor do site acompanha, diariamente (ás vezes de hora em hora) as atualizações e diagnóstico sob o estado de saúde do ator.
Porque mesmo que seja um assunto de interesse dos fãs deste artista, também é um assunto de foro íntimo e que jamais poderia se tornar uma espécie de programa de solidariedade conjunta, mesmo que ela exista, de fato e as páginas ficam ocupadas com pareceres médicos e uma total falta de sensibilidade (por mais paradoxal que seja) com um meandro tão delicado.Para piorar, lá no cabeçalho – a principal notícia do espaço é quem são os suspeitos da morte de uma personagem da novela. Ou seja, competindo com o estado de saúde de uma pessoa querida (e não é só ele tem outro diretor global passando por drama semelhante) temos as especulações da ficção enquanto o real urge.
Daí no pior dos sentidos, textos travam uma batalha no front do first page entre a realidade sofrida de seres humanos lutando pela vida e assuntos pormenorizados como quem mantou quem na novela.Sem contar que existe um calendário e uma agenda cultura efervescente nas noites de todo o Brasil, mas o que é cultura para esta página? A manutenção de um cabresto editorial na qual o que interessa mesmo é o que rebenta do seu próprio seio, mesmo que de sua teta jorre alguma desgraça. Verdadeira ou não.
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