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Bicampeonato de Vettel coroa o amadurecimento do alemão


Por Leandrus

Jenson Button foi quem venceu o GP do Japão, mas quem comemorou mesmo foi Sebastian Vettel. Com o terceiro lugar em Suzuka, o alemão conquistou o bicampeonato. Um fato previsível, já que somente um milagre – na verdade, muito mais do que um milagre – faria com que Button vencesse as últimas cinco provas e Vettel não pontuasse em nenhuma delas, única condição para que o piloto da Red Bull não assegurasse o título.

Nunca é demais dizer que Vettel mereceu esse título, principalmente em tempos em que Button vem pilotando demais e convencendo pessoas a dizer que era o inglês quem merecia tal conquista. É verdade que o alemão tinha um foguete em mãos, mas sua superioridade tanto nos treinos quanto nas corridas em relação aos demais sempre foi absurda. A discussão fica até covarde se pegarmos os números do mais novo bicampeão: até assegurar o campeonato com só 15 das 19 provas disputadas, foram 12 poles, 9 vitórias e 14 pódios; além disso, sua pior posição foi um 4º lugar em Nurburgring. Simplesmente impressionante.

Porém, acredito que o ponto mais relevante desta conquista seja o fato do bicampeonato coroar o amadurecimento de Vettel. Em 2010, ainda ficou o sentimento de que ele não estava tão pronto para ser campeão. Embora fosse um piloto de grande talento, errava demais e era muito afobado em certos momentos, colocando corridas já ganhas a perder. Tal pensamento só foi abafado por ele ter se recuperado muito bem nos últimos GPs, quando venceu 3 das 4 derradeiras provas. Como a última impressão é a que fica, seus erros do começo do campeonato meio que foram “perdoados”.

Isso, no entanto, não foi o que aconteceu em 2011. Sebastian errou muito pouco e nos momentos de pressão geralmente conseguiu se sobressair ou não cometer algum incidente. Seu único vacilo foi no GP do Canadá, quando errou na última volta e permitiu a incrível vitória de Jenson Button. Mas foi um fato isolado. Esse ano provou que ele está muito mais seguro e cada vez mais pronto para ser um piloto completo.

Aliás, por aperfeiçoar cada vez mais suas habilidades, creio que Vettel está abrindo uma nova dinastia na F1. Veja só: ele cresceu muito rápido na categoria, não tem idade para já ter chegado ao auge e não parece ter as crises de relaxamento típicas de Kimi Raikkonen, que travam o desenvolvimento de qualquer piloto. Além disso, está numa equipe muito competente que não parece ter hora para perder o fôlego e que o acolhe bem demais. Ou seja: o cenário é extremamente propício para que ele ainda conquiste mais alguns títulos. Arrisco a dizer que conseguirá no mínimo mais uns três.

Sabe o que isso quer dizer, no final das contas? Vettel será o novo integrante do hall de gênios da F1 – e se bobear, mais vitorioso que seu compatriota Michael Schumacher. Se eu fosse mais ousado, já o colocaria nesse grupo, ao lado de Fangio, Brabham, Clark, Stewart, Fittipaldi, Lauda, Piquet, Prost, Senna, Schumacher e Alonso. Porém, por ser muito novo, ainda não farei isso. Só que podem ter certeza: se o alemão conquistar o tri já no ano que vem, entrará no grupo sem pestanejar. E ninguém será capaz de argumentar o contrário.

Leandrus - Automobilismo

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