Por Thaynan Mendes
Luxo, status, glamour, fama, dinheiro, poder, visibilidade... Ai ai ai, quem nunca desejou pelo menos um pouquinho desses ingredientes um vez na vida que atire a primeira pedra. A todo momento nos deparamos com personagens assim... Nossas queridas CELEBRIDADES.
Mas afinal, quem são essas criaturas poderosas, lindas, famosas e milionárias que aparecem constantemente na mídia de massa? O que elas representam? Qual valor e impacto conferem a nós, simples mortais? Vejamos um exemplo recente sobre a importância de configurar-se celebridade. A personagem de Deborah Secco em Insensato Coração, Natalie Lamour.
Na trama de Gilberto Braga, a ex-participante do reality show Volúpia na Montanha, faz de tudo para estar na mídia. Circula pelas festas da elite carioca, esta sempre na praia, com um biquíni minúsculo, o que deixa seu corpo esculturalmente belo à mostra, cuida impecavelmente da aparência (afinal, celebridade que se preze, deve aparecer deslumbrante para seu público), malha desesperadamente para manter um corpo magro e sarado, faz compras no shopping e está em busca de um marido milionário (esse propósito já foi conquistado pela a aspirante à celebridade. Natalie é casada com o banqueiro Horácio Cortez, vivido pelo ator Herson Capri).
Ok. Já entendemos quem é, e o que faz uma celebridade. Mas qual é a importância que elas exercem na sociedade? Lendo o livro “Celebridades”, de Chris Rojek, encontrei algumas definições para o termo. E algo que me chamou bastante atenção dizia assim: “Celebridade: atribuição de status, glamour ou notoriedade há um indivíduo dentro da esfera pública“.
As celebridades tornaram-se referência de poder, do belo, do desejável, do status, do perfeito, do correto. Hoje em dia, pessoas “comuns” fazem de tudo para tornarem-se celebridades a qualquer custo. Sem medir esforços ou escrúpulos para serem reconhecidas e desejadas aos olhos do grande público. Não estou aqui para criticar o desejo das pessoas em serem reconhecidas por seus trabalhos. Na verdade acho isso extremamente positivo. Mas aí é que está... As pessoas devem ser reconhecidas por seus TRABALHOS e não pelo mergulho sensacional que deram no mar, em um segunda feira às 10 horas da manhã, ou por fazer compras em um shopping, ou por estar arrumando briga em uma boate, ou casar-se com um partido milionário, ou por ir ao supermercado etc.
Quando leio uma revista de celebridades e vejo coisas do tipo: “Bruno Mazzeo passeia com o filho na Lagoa” juro que me pergunto. E daí? O que faz com que o passeio do Bruno Mazzeo com o filho, na Lagoa, o que aliás, vaaaaaarios pais e mãe fazem diariamente, torne-se matéria de revista? O que isso acrescente na minha vida? Agora, quando vejo algo do tipo: “Bruno Mazzeo, lança Cilada.com. O roteirista, ator, produtor Bruno Mazzeo, cria polêmica no twitter”. Aí sim! Isso sim é interessante, pois ele está sendo visto pelo seu trabalho! E é isso o que interessa.
Acredito que as pessoas deveriam mudar um pouco certos valores fúteis que não vão nos levar há lugar algum. Pra que saber qual o salão de beleza que a Grazzi Massafera freqüenta? Ou no que muda a minha vida, saber com quem o Caio Castro está saindo? E mais, o que eu tenho a ver com as ondas que o Kayky Brito anda surfando?
Agora, saber o que a Dilma anda fazendo, a repercussão da morte do Itamar Franco, ou as falcatruas do Palocci. Cadê? Depois do escândalo, já sumiu? E como está se saindo no governo a nova Ministra Chefe da Casa Civil, Gleise Hoffmann? E a TV digital, vai entrar na vida dos brasileiros quando? E a fome, a miséria, e todos os problemas sociais que abarcam nosso país, quando serão solucionados?
Admito que também gosto de uma revista de celebridades! Ainda mais quando estou com um tempinho livre, ou sentada em um consultório médico esperando minha vez de ser atendida. É uma delícia passar o tempo, lendo sobre meus artistas favoritos. Mas acredito que celebridades não possa ser o único foco de notícias existentes, e no caso de muitas pessoas, o que importa é saber “há quantas andas as celebridades“ e acabou!
É isso o que me entristece e me preocupa. Existem programas especializados em celebridades, revistas, sites... E há muitas pessoas que se interessam apenas por este conteúdo. As celebridades existem, sim, e como tal, também exercem sua importância social, constituindo-se como modelos de comportamento, elegância, mexendo com o imaginário das pessoas, despertando sonhos e fantasias. Mas acredito que o lugar delas é na área de entretenimento. Sinceramente, a corrida na praia do Marcelo Antony não muda em nada a minha vida.
Não estou aqui para criticar as revistas, sites e toda a mídia que vive desde mercado. Como já mencionei anteriormente, eu mesma me interesso muito pelas celebridades, sim! Como já disse aqui em outras publicações, não dispenso a minha “Caras”. Mas assim como não dispenso a minha Caras, também não dispenso assistir um bom telejornal, acessar a portais de notícias frequentemente e estar informada com o que acontece com o meu país é essencial. Afinal, o conhecimento e a informação vão muito além do que estar por dentro do passeio no shopping do Wagner Moura.
Thaynan Mendes – Entretenimento
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