Por Leandrus
Desta vez Sebastian Vettel teve que sofrer. Para vencer o GP da Espanha, o alemão teve de largar em 2º, imprimir um ritmo forte na pista, contar com um excelente trabalho de equipe nos boxes e suportar a grande pressão de Lewis Hamilton nas voltas finais. No fim, depois de muito trabalho (talvez ele nunca tenha tido tanto trabalho para vencer uma corrida, pois sempre vence de forma absoluta) mais uma grande pilotagem e um merecido primeiro lugar no circuito da Catalunha, numa prova que mostrou bem a distribuição de forças na atual temporada da Fórmula 1.
Vettel não só mostrou o quão bom é, como também provou que sua equipe é realmente a melhor da F-1. Além de dar um excelente carro ao atual campeão mundial, o trabalho da Red Bull nos boxes é exemplar. Os pit stops feitos pela equipe austríaca são uma verdadeira aula de como se fazer uma parada perfeita, algo que ajudou muito Sebastian na corrida de hoje. Não é a toa que essa combinação já conquistou 4 vitórias nas 5 provas disputadas até agora.
A McLaren e seus pilotos também merecem os aplausos. A corrida de hoje provou que a equipe possui um carro muito bom e é a segunda força da categoria, bem a frente da Ferrari. Lewis Hamilton, então, mostrou que é a maior ameaça ao domínio avassalador de Vettel, devido à sua combatividade e ao seu claro talento; andando sempre no limite, chegou em 2º e quase conseguiu superar o vencedor da prova. Já Jenson Button comprovou ser aquele que melhor sabe lidar e poupar seu carro. Com apenas três paradas, o inglês conseguiu terminar numa confortável 3ª posição, algo a ser ainda mais vangloriado após ter largado mal e caído para a 10ª colocação. Esse, no entanto, é o maior problema do campeão de 2009: volta e meia Button larga mal ou se compromete com um desempenho ruim na qualificação. É verdade que sua recuperação nas corridas é exemplar, mas ele poderia facilitar um pouco mais as coisas sem cometer essas falhas.
A terceira força, como ficou provado hoje, é a Ferrari. E a situação aqui é preocupante, porque a sensação que há é a de que eles não estão nada próximos da McLaren, e sim a ponto de brigar de igual para igual com Mercedes e Lotus. Fernando Alonso, como sempre, consegue se sobressair pelo talento que possui e se destaca; porém, da mesma forma, seu talento as vezes é desperdiçado justamente por não ter o carro ideal em mãos. Foi o que aconteceu na casa dele: depois de uma largada sensacional, em que pulou de 4º para 1º, foi aos poucos perdendo posições nos boxes até terminar numa 5ª posição. É sensacional ver Alonso tirar leite de pedra desse carro, mas é claro que ele merece coisa melhor.
Genialidade...é essa genialidade que está faltando a Mark Webber e a Felipe Massa. O australiano mostrou o quanto está apagado em 2011: comprometeu sua pole largando mal e não conseguiu ser tão combativo quanto Vettel, mesmo tendo também um carro muito bom em mãos; por isso, o 4º lugar foi até muito para ele, já que Alonso foi melhor do que Webber hoje. Já o brasileiro não conseguiu fazer nem sombra ao seu companheiro de equipe, andando sempre entre as Lotus e Mercedes e ainda sendo prejudicado pela equipe por péssimas paradas nos boxes (um curso com a RBR faria bem, não?). No fim, um abandono devido a problemas no câmbio que não apagam a questão: Massa, mesmo tendo sido prejudicado pela sua equipe, já fez melhor - até mesmo esse ano - do que nesse ano.
Mercedes e Lotus são as que brigam por ser a 4ª força. Os alemães estão a frente, como provaram colocando Michael Schumacher em 6º e Nico Rosberg em 7º. Não creio que já se possa dizer que esse resultado mostra a ressurreição de Schumacher após o péssimo desempenho na Turquia: afinal, o melhor desempenho do heptacampeão no ano passado também foi na Espanha, quando terminou na 4ª posição. Ou seja, pode ser uma simples questão de adaptação ao circuito. Fora isso, ótimo resultado de Rosberg, sempre bem combativo, embora superado pro seu companheiro desde a largada, e um melhor ainda de Nick Heidfeld, que largou em último e conseguiu chegar na 8ª posição. Mas a sua equipe, é bom que se diga, ainda está atrás da equipe de Ross Brawn. Se talvez tivessem o Kubica...
Kamui Kobayashi, sempre se destacando no meião do grid, chegou em 10º e pontuou novamente - e desta vez merece ainda mais aplausos, já que caiu para último no começo da corrida após uma parada ainda na 1ª volta. Porém, dessa vez o destaque foi seu companheiro, Sergio Pérez, que conquistou seus primeiros pontos ao terminar em 9ª. Pelo talento que o mexicano já tinha mostrado, ele já merecia isso. Com os três pontos conquistados, a Sauber, de quebra, ainda provou que vem sendo a melhor das medianas.
Isso, em parte, vem acontecendo também pela decepção de outras boas equipes. A Force India se mostra abaixo do potencial, principalmente porque Adrian Sutil está atuando de forma muito decepcionante - tanto que Paul Di Resta vem obtendo resultados bem melhores, mal parecendo ser um estreante. A Toro Rosso também decepciona, principalmente porque sempre perde muito rendimento durantes as provas: hoje, por exemplo, Sebastian Buemi chegou a andar em 8º, mas terminou apenas em 13º. E quanto a Williams, o fato de Rubens Barrichello ter ser arrastado durante toda a prova e chegado em 17º já diz tudo. Desse jeito, a Sauber, extremamente regular e com pilotos bem rápidos, consegue se sobressair dentre as demais. Não a toa, é a 6ª no Mundial de Construtores, com 11 pontos.
O GP da Espanha, que classificou os pilotos de forma que fosse possível avaliar as forças de cada equipe na temporada, felizmente foi melhor do que o normal, embora não tenha atingido um nível satisfatório de espetáculo. Tivemos algumas boas brigas durante a prova, algo que não ocorria nem debaixo de decreto nos anos anteriores, quando tudo era decidido só na largada. Porém, sabendo que muita coisa ainda foi decidida nos boxes e devido aos pneus duros que impediam qualquer um de ficar na pista, ficou aquela eterna sensação: o circuito da Catalunha é um daqueles que não fariam falta alguma a Fórmula 1. Deixem-na apenas para treinos e já basta.
Leandrus - Automobilismo
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Desta vez Sebastian Vettel teve que sofrer. Para vencer o GP da Espanha, o alemão teve de largar em 2º, imprimir um ritmo forte na pista, contar com um excelente trabalho de equipe nos boxes e suportar a grande pressão de Lewis Hamilton nas voltas finais. No fim, depois de muito trabalho (talvez ele nunca tenha tido tanto trabalho para vencer uma corrida, pois sempre vence de forma absoluta) mais uma grande pilotagem e um merecido primeiro lugar no circuito da Catalunha, numa prova que mostrou bem a distribuição de forças na atual temporada da Fórmula 1.
Vettel não só mostrou o quão bom é, como também provou que sua equipe é realmente a melhor da F-1. Além de dar um excelente carro ao atual campeão mundial, o trabalho da Red Bull nos boxes é exemplar. Os pit stops feitos pela equipe austríaca são uma verdadeira aula de como se fazer uma parada perfeita, algo que ajudou muito Sebastian na corrida de hoje. Não é a toa que essa combinação já conquistou 4 vitórias nas 5 provas disputadas até agora.
A McLaren e seus pilotos também merecem os aplausos. A corrida de hoje provou que a equipe possui um carro muito bom e é a segunda força da categoria, bem a frente da Ferrari. Lewis Hamilton, então, mostrou que é a maior ameaça ao domínio avassalador de Vettel, devido à sua combatividade e ao seu claro talento; andando sempre no limite, chegou em 2º e quase conseguiu superar o vencedor da prova. Já Jenson Button comprovou ser aquele que melhor sabe lidar e poupar seu carro. Com apenas três paradas, o inglês conseguiu terminar numa confortável 3ª posição, algo a ser ainda mais vangloriado após ter largado mal e caído para a 10ª colocação. Esse, no entanto, é o maior problema do campeão de 2009: volta e meia Button larga mal ou se compromete com um desempenho ruim na qualificação. É verdade que sua recuperação nas corridas é exemplar, mas ele poderia facilitar um pouco mais as coisas sem cometer essas falhas.
A terceira força, como ficou provado hoje, é a Ferrari. E a situação aqui é preocupante, porque a sensação que há é a de que eles não estão nada próximos da McLaren, e sim a ponto de brigar de igual para igual com Mercedes e Lotus. Fernando Alonso, como sempre, consegue se sobressair pelo talento que possui e se destaca; porém, da mesma forma, seu talento as vezes é desperdiçado justamente por não ter o carro ideal em mãos. Foi o que aconteceu na casa dele: depois de uma largada sensacional, em que pulou de 4º para 1º, foi aos poucos perdendo posições nos boxes até terminar numa 5ª posição. É sensacional ver Alonso tirar leite de pedra desse carro, mas é claro que ele merece coisa melhor.
Genialidade...é essa genialidade que está faltando a Mark Webber e a Felipe Massa. O australiano mostrou o quanto está apagado em 2011: comprometeu sua pole largando mal e não conseguiu ser tão combativo quanto Vettel, mesmo tendo também um carro muito bom em mãos; por isso, o 4º lugar foi até muito para ele, já que Alonso foi melhor do que Webber hoje. Já o brasileiro não conseguiu fazer nem sombra ao seu companheiro de equipe, andando sempre entre as Lotus e Mercedes e ainda sendo prejudicado pela equipe por péssimas paradas nos boxes (um curso com a RBR faria bem, não?). No fim, um abandono devido a problemas no câmbio que não apagam a questão: Massa, mesmo tendo sido prejudicado pela sua equipe, já fez melhor - até mesmo esse ano - do que nesse ano.
Mercedes e Lotus são as que brigam por ser a 4ª força. Os alemães estão a frente, como provaram colocando Michael Schumacher em 6º e Nico Rosberg em 7º. Não creio que já se possa dizer que esse resultado mostra a ressurreição de Schumacher após o péssimo desempenho na Turquia: afinal, o melhor desempenho do heptacampeão no ano passado também foi na Espanha, quando terminou na 4ª posição. Ou seja, pode ser uma simples questão de adaptação ao circuito. Fora isso, ótimo resultado de Rosberg, sempre bem combativo, embora superado pro seu companheiro desde a largada, e um melhor ainda de Nick Heidfeld, que largou em último e conseguiu chegar na 8ª posição. Mas a sua equipe, é bom que se diga, ainda está atrás da equipe de Ross Brawn. Se talvez tivessem o Kubica...
Kamui Kobayashi, sempre se destacando no meião do grid, chegou em 10º e pontuou novamente - e desta vez merece ainda mais aplausos, já que caiu para último no começo da corrida após uma parada ainda na 1ª volta. Porém, dessa vez o destaque foi seu companheiro, Sergio Pérez, que conquistou seus primeiros pontos ao terminar em 9ª. Pelo talento que o mexicano já tinha mostrado, ele já merecia isso. Com os três pontos conquistados, a Sauber, de quebra, ainda provou que vem sendo a melhor das medianas.
Isso, em parte, vem acontecendo também pela decepção de outras boas equipes. A Force India se mostra abaixo do potencial, principalmente porque Adrian Sutil está atuando de forma muito decepcionante - tanto que Paul Di Resta vem obtendo resultados bem melhores, mal parecendo ser um estreante. A Toro Rosso também decepciona, principalmente porque sempre perde muito rendimento durantes as provas: hoje, por exemplo, Sebastian Buemi chegou a andar em 8º, mas terminou apenas em 13º. E quanto a Williams, o fato de Rubens Barrichello ter ser arrastado durante toda a prova e chegado em 17º já diz tudo. Desse jeito, a Sauber, extremamente regular e com pilotos bem rápidos, consegue se sobressair dentre as demais. Não a toa, é a 6ª no Mundial de Construtores, com 11 pontos.
O GP da Espanha, que classificou os pilotos de forma que fosse possível avaliar as forças de cada equipe na temporada, felizmente foi melhor do que o normal, embora não tenha atingido um nível satisfatório de espetáculo. Tivemos algumas boas brigas durante a prova, algo que não ocorria nem debaixo de decreto nos anos anteriores, quando tudo era decidido só na largada. Porém, sabendo que muita coisa ainda foi decidida nos boxes e devido aos pneus duros que impediam qualquer um de ficar na pista, ficou aquela eterna sensação: o circuito da Catalunha é um daqueles que não fariam falta alguma a Fórmula 1. Deixem-na apenas para treinos e já basta.
Leandrus - Automobilismo
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