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O que o título trouxe ao Independiente


Por Wilson Hebert

Há 15 anos, Los Rojos tinham uma fama: Rei de Las Copas. Motivos? Ganharam 16 Copas ao todo. Entre elas, SETE Libertadores, DOIS Mundiais e uma Recopa, além dos 14 títulos argentinos. Mas nos últimos anos, passou a ganhar outra fama: time fracassado e decadente. Uma crise muito grande havia se instalado no clube vermelho de Avellaneda. Problemas políticos, maus resultados, descontentamento da torcida (que é uma das mais perigosas da Argentina), entre outros.

Mas eis que veio o finalzinho do ano de 2010 e, praticamente nos cacos, o Inde superou todas as adversidades (como seu principal rival, o Racing, torcendo, por necessidade e pela rivalidade, para o Goiás) e conquistou a décima sétima Copa da história. Mas isso representa muito mais que a chegada de mais um troféu para a sede social do clube.

O título da Sul-Americana de 2010 traz junto uma calma e uma tranqüilidade deveras necessárias para o time se recolocar no cenário futebolístico. Apesar de ser um dos mais vitoriosos quando o assunto é Campeonato Argentino, a última conquista veio em 2002. Recente? Antes dessa, a última tinha sido em 1994.

Como na Argentina a rivalidade é à flor da pele, mais pesada que em muitos lugares no Brasil, a torcida sempre cobra bastante o título nacional, até porque no país dos nossos hermanos, não existem Estaduais para serem conquistados e servirem como consolo. Tem que ser, no mínimo, um Clausura ou um Apertura.

A demonstração da competitividade entre times locais do país do tango ficou deflagrada no pronunciamento do técnico do Independiente, Antonio Mohamed, El Turco, após o título dessa quarta:


“Isto [mostrando a flâmula do Goiás que foi recebida pelo capitão do Independiente antes do jogo] é para os torcedores do Goiás na Argentina. Dou isso a vocês e vou buscar uma tabela da segunda divisão para que possam acompanhá-lo. Acho que jogam contra o Bragantino”.


Essas palavras foram dirigidas aos torcedores do Racing, que declararam apoio incondicional ao time brasileiro, inclusive com um diretor dizendo ser Goiás desde criancinha. Além da rivalidade, os racinguistas precisavam da derrota dos “Rojos” para se garantirem na Libertadores 2011...

Wilson Hebert de Souza - Assuntos gerais

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