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Resenhas do Fut. Brasileiro – Flu merece respeito, o Galo merece os parabéns; e muito mais...


Por Wilson Hebert

Fluminense merece respeito – Com os problemas de ordem estrutural demonstrados (sem entrar no mérito da forma que foram demonstrados) tornou-se um fato que o Fluminense merecia tomar umas surras pra acordar pra vida. Tendo um dos contratos de patrocínios mais vantajosos do País – o que já vem há mais ou menos 10 anos – o clube tinha por obrigação oferecer condições satisfatórias de trabalho. Mas não podemos confundir essas cobranças com o desrespeito com quem lá trabalha.

No meio do vendaval, inúmeros jogadores tiverem seu caráter e seu comprometimento questionados (ainda bem que pouparam o Conca...), mas pouco se parou pra pensar se todas as afirmações tinham algum fundo de ‘verdade’. Pois bem, instalou-se uma crise que parecia insustentável, com um presidente sofrendo as conseqüências de administrações anteriores na qual ele representou justamente a oposição. Mas o futebol sempre nos reserva acontecimentos marcantes, sejam eles positivos ou negativos. Mais uma vez, foi o caso.

Dando o recado de que merecem respeito (da melhor forma possível), os jogadores do Tricolor entraram em campo com “sangue nos olhos”, correram, lutaram, colocaram o ‘coração na ponta da chuteira’; e no peito e na raça conseguiram a vitória que acende uma chance – que passou a ser real – de classificação para a próxima fase na Libertadores.

E agora, como criticar?

Como criticar um time em que nós rebaixamos e acabamos surpreendidos com a sua insurreição?

Como criticar um time que ninguém levava fé, mas que acabou campeão brasileiro?

Como criticar um time que mesmo com as adversidades que passamos a conhecer, já conseguiu outros feitos recentes (título da Copa do Brasil, chegada à final da Libertadores...)?

É por essas e outras que qualquer um pode reclamar e criticar o Tricolor das Laranjeiras. Mas antes, é preciso fazer um exercício de respeito para não se cometer uma profunda injustiça.

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Ganso não tem culpa de ser craque – Uma das novas novelas do futebol (embaixo vem a outra) é a questão da renovação de contrato do meia Ganso com o Santos. Mas sincera e honestamente: porque a torcida vaiou o atleta nessa última quarta-feira no jogo contra o Mogi Mirim, em que o time venceu por 3x1? Os torcedores santistas não possuem razão nas vaias.

O jogador, como outro qualquer, sonha em jogar na Europa, ganhar mais dinheiro do que se ganha aqui, mais status, mais fama, ser companheiro de craques mundiais, jogar nos mais bem cuidados, bonitos e estruturados estádios do mundo, etc. Os direitos de imagem dele, que o presidente Luis Álvaro tanto quer comprar, dependem da vontade do próprio em vender ou não. A Lei Pelé lhe garante isso. E ele também tem assegurado o direito de não aceitar um novo contrato com uma multa estratosférica.

Podemos discutir se ele ama ou não o Santos. E parece que não ama. Mas ele é profissional. Recuperou-se da lesão e está jogando. Jogando bem. Deu até passes pra gol após essa volta...

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Corinthians e sua diretoria esperta – A Patrícia Amorim bobeou demais. Deixou escapar o centroavante que falta ao Flamengo por não querer se impor (algo comum em se tratando da mandatária rubro-negra). Deixou de dar uma bela demonstração do que é abraçar um ídolo do próprio clube e ajudá-lo a resolver qualquer problema que fosse, para em troca, receber a ajuda dele dentro de campo.

O Andrés Sanchez, que de bobo não tem absolutamente nada, foi lá e agiu rápido e certeiro. De novo. Novamente contra o Flamengo. Agora poderemos ver um dos ataques mais eficientes da era dos pontos corridos. É quase certo de Liedson e Imperador darem bastante trabalho ás defesas alheias.

Agora tem que usar – Mais do que beleza (e marketing), a diretoria do Vasco da Gama deu uma demonstração de timing. No momento onde o futebol vê, lê e ouve notícias reincidentes de racismo espalhadas pelo mundo (lamentavelmente), o Gigante da Colina resgata a sua história e lança uma terceira camisa com imagens de respeito racial. Mas agora que lançou, tem que usar!

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Seleção e Londres, tudo a ver – O que temos para defender nesse artigo, bate com o que já falamos no artigo do Ganso. Ainda tem gente reclamando da Seleção Brasileira residir em Londres?

Ainda tem gente reclamando do bom senso de não se obrigar os jogadores que vivem na Europa a fazer uma viagem tremendamente desgastante do outro lado do oceano?

Ainda tem gente achando ruim o Brasil não jogar para uma torcida que não pode ver uma troca de passes que começa a vaiar?

Ainda tem gente problematizando o fato dos nossos melhores jogadores não serem obrigados a jogar nos nossos estádios esburacados, de iluminação precária, de vestiários parecendo banheiros de bares de terceira categoria?

Ainda tem gente criticando o fato da Seleção não jogar na sua casa, que será a sede da próxima Copa do Mundo, e que, faltando pouco mais de três anos, sequer atingiu 40% das obras necessárias?

Por fim, a CBF não tem virtude nenhuma nisso, pois o que ela quer é mídia, marketing e dinheiro. Mas tão pouco, nós não temos razão em reclamar da nossa Seleção ser mais dos ingleses do que nossa. Além do mais, corremos o risco também da nossa Copa passar a ser deles...

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Caio Júnior foi a melhor escolha do Botafogo – O Marcio Goiano e o Wilson Gottardo ainda são bem inexperientes. Não seria apenas apostas, mas sim atirar no escuro. Tem um Campeonato Brasileiro por começar e a diretoria não pode pensar com a mesma mente que pensa o Cariocão.

E o Adilson Batista, por outro lado, até tem experiência, mas também tem um histórico de trabalhos não satisfatórios. A chance de não dar certo era bem considerável.

Já Caio Júnior, o escolhido, é jovem e vem em franca evolução, além de também ter passagens por times grandes. Se no Palmeiras ele não foi tão bem, pelo menos mostrou sua capacidade. No Flamengo liderou o Brasileirão durante todo o primeiro turno e só não acabou na Libertadores porque seus principais jogadores ofensivos foram vendidos no meio do ano.

Com vivência no Japão e no Oriente, que não possuem uma Brastemp no futebol, pelo menos Caio Jr aprendeu mais algumas lições vendo trabalhos de treinadores de todos os lugares do mundo.

E o que é mais positivo. Ele já prometeu um Botafogo pra frente. Coisa diferente do que o Joel fazia e que gerava muita reclamação por parte dos botafoguenses (torcedores e jogadores).

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Orgulho Alheio – Aqui não é o “Rapidinhas de Segunda”, porém, pedimos licença para roubar uma das categorias do outro quadro e comentar sobre o Coritiba. O Coxa já alcançou a 14ª vitória consecutiva na temporada ao vencer o Arapongas pelo Campeonato Paranaense, onde tem 11 triunfos seguidos.

É claro que o Alviverde do Sul ainda não enfrentou tantos times respeitáveis (só o Atlético-PR, que esta mal, e o Paraná, que está pior ainda). Mas e daí? Por outro lado, se tivesse perdendo desenfreadamente, todos estaria criticando o time, dizendo ser fraco. Então, pelos impressionantes números e pela marca histórica, o Coxa merece um voto de confiança. Com certeza a torcida está se orgulhando da equipe, que é a grande favorita, pelo menos, pra ser campeã paranaense.

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ERRATA - Eu poderia simplesmente atualizar o post de estréia do Resenhas do Futebol Brasileiro acrescentando uma nota mencionando o aniversário do Atlético-MG, que completa 103 anos nessa sexta-feia. Mas a torcida do Galo é tão vibrante e apaixonada e, por isso, merecedora de respeito, que coloco mesmo como 'errata', pois não ter sequer tomado conhecimento do aniversário deste clube é um desrespeito e uma falha, ainda mais de alguém que pretende fazer carreira no jornalismo esportivo como este que vos escreve. Ainda mais sendo o time de um grande amigo como o Mateus Papini, do blog RapoGalo, um dos que mais apóia o Futebol & Variedades e inclusive já comentou neste post sem fazer nenhuma reclamação sobre a injustiça cometida.

O Clube Atlético Mineiro é uma instituição que sempre prezei muito respeito. Até mesmo uma admiração, embora isso seja quase inaceitável por parte da grande maioria de flamenguistas que conheço. Eles não possuem nada contra o Galo, mas também nada a favor. Todos que acompanham o futebol sabem bem o que foi os anos 80 envolvendo os dois times. Rivalidade inesquecível, a ponto de ser imensurável. Como no GreNal onde é um grande graças a grandeza do outro, o Atlético foi fundamental na fortaleza do Flamengo.

O time eternamente chamado de Forte e Vingador por sua torcida foi um adversário a altura. Enfrentou o melhor Flamengo de todos os tempos (que pra muitos é um dos melhores times já vistos) de igual pra igual. Com polêmicas, lances inusitados e discutivéis, talvez merecendo até as vitórias, perdeu com dignidade. A reclamação eterna contra os árbitros da ocasião, se tornam condições de jogo e de rivalidade, completamente compreensível quando se tem a noção - ou se tenta entender - o tamanho do amor dessa massa pelo seu time.

O jeito que o atleticano ama o Atlético é diferente. O Corinthians tem um bando de loucos. O Flamengo tem uma nação. O Galo tem seguidores inseparáveis. A unica torcida que pode, sem medo de ser hipócrita, dizer que está ao lado do seu time na alegria ou na tristeza. Os adversários gostam de debochar pela falta de títulos importantes nos últimos anos. Mas o atleticano simplesmente balança o ombro, se preocupa mais com o seu time e o continua amando. Eles não deixam seus jogadores de lado, por pior que sejam.

O sentimento que existe entre torcida e time, de fato, não é para se entender, mas sim para ser admirado. Numa forma de correção, porém de peito aberto, vão aqui os parabéns ao Galo pelos seus 103 anos de história. E com certeza, o maior título do clube é ter a torcida que tem, com o amor mais forte do futebol brasileiro!

Wilson Hebert – Assuntos gerais

2 comentários:

Mateus Papini disse...

Gostei muito da idéia meu grande amigo WH!!!

E Parabéns ao Coxa!!! =D

Mateus Papini disse...

Você que leu arrepiou com a "errata"? Eu também...