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Um ídolo se transferindo para o rival


Existem alguns assuntos no futebol que já estão sacramentados. Por exemplo, quando fala-se em amor a camisa, é notório que essa seja uma característica cada vez mais do passado. No Brasil, acredito que apenas o goleiro do São Paulo, Rogério Ceni, ainda jogue levando em consideração o amor pelo clube que o revelou e que ele não cansa de se declarar torcedor. Quando o goleiro artilheiro beija a blusa tricolor, talvez seja o beijo mais sincero do futebol brasileiro.

Com o doloroso fim do amor a camisa, chegamos a uma outra discussão. Um ídolo de um clube que resolve se transferir para o maior rival. Até que ponto o respeito pelo time em que determinado jogador foi idolatrado deve pesar nas suas decisões com relação a carreira? Será que a idolatria de uma torcida deve ser imediatamente esquecida assim que o contrato se encerra? Alguns podem dizer que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Já os que possuem um pouco de fanatismo aliado ao bom senso, dirão que basta ele não ficar tão efusivo nas comemorações contra seu ex-clube que também seja o maior rival. Seria o caso do Edmundo, quando esteve no Flamengo, não comemorar de forma “exagerada” um hipotético gol contra o Vasco (fato que não chegou a acontecer). Já os mais radicais, discursarão que pelo respeito, o ídolo de um clube não deve nunca vestir a camisa do arqui-rival.

É com um discurso que podemos julgar radical – já que atualmente uma das coisas mais comuns é o jogador trocar seu clube pelo maior rival – que Samuel Eto'o menciona uma possível ida para o Real Madrid:

Eu amo isso aqui e se um dia eu tiver que sair, eu não voltarei ao Real. Eu nunca machucaria a torcida do Barcelona voltando para Madri. Posso dizer agora que estou no melhor clube do mundo”. (trecho retirado do site Globoesporte.com)

Vale lembrar que nem mesmo o fidelíssimo atacante camaronês foi tão fiel assim em toda sua carreira. De 1997 à 2000, Samuel Eto'o defendeu as cores do Real Madrid. Exatamente o maior rival do seu atual clube. Mas agora, que ele se tornou uma espécie de ídolo Catalão, diz não pretender voltar.

Acredito que acompanhando as evoluções ou transformações (como queiram) que o futebol atravessa, onde o principal objetivo dos jogadores seja o de ficar rico (se possível milionário ou bilionário), passa a ser uma besteira esse pensamento de se colocar uma barreira nessa questão. Da mesma forma que a torcida do Barça poderia ficar triste com seu atacante vestindo a camisa madrileña, essa mesma torcida poderia ficar contente com um ex-ídolo do Real fazendo sucesso em seu clube.

E também não há o porquê de se vaiar o jogador que faça isso. Quando não há acerto entre atleta e diretoria para uma renovação de contrato, o jogador fica com caminho livre para ele jogar onde bem entender. É muito complicado querer que ele recuse uma boa proposta, que até pode ser a melhor no momento, por vir de um rival.

Ou seja, não estou de acordo com o atacante camaronês e não acharia nada inteligente da sua parte, dizer não ao Real Madrid, caso o clube da capital espanhola lhe faça uma proposta irrecusável. Ele fez muitos gols pelo Barcelona e deu muita alegria para a torcida. É claro que fases ruins são coisas normais para um jogador de futebol, entretanto, se sair, poderá sair de cabeça erguida por ter cumprido bem seu papel de artilheiro. É isso que importa!

[Foto: Globoesporte.com]

8 comentários:

Vinícius Barros disse...

Não creio que haja uma diferença abismal entre o salário que ele ganha no Barça e o que ele ganha no Real. Não sei se sair seria um decisão acertada. O que para mim é irrecusável, para o Eto'o talvez seja...

Kaká acertou ao ficar no Milan - minha opinião!

Fernando Gonzaga disse...

eu respeito e apoio a dercisão de quem considera a torcida...ser ídolo em um clube e depois jogar pelo rival, mancha um pouco a trajetória construída...mas isso é muito particular...

abraço!!

Anônimo disse...

Cara é isso que se espera de um idolo, mas já tivemos casos de jogadores se darem bem em dois grandes rivais como por exemplo Mauro Galvão e Tinga que jogaram nos dois grande de Porto Alegre e se deram bem em ambos, abraço.
Saudações do Gremista Fanático

Leandrus disse...

Se não me engano Eto'o odeia o Real Madrid (chegando a ofender o clube em comemorações de títulos pelo Barça) por se sentir desprezado, ou melhor, mal aproveitado, enquanto esteve lá, ainda no início de carreira.

De qualquer maneira, é complicado essa questão, mais uma das consequencias de um futebol onde o profissionalismo fala cada vez mais alto. Aquele torcedor fanático, que só tem olhos para seu time e não quer saber dos valores envolvidos em negociações, vai continuar sem aceitar transferências de seus ídolos para clubes rivais. É só lembrar a recepção que Figo teve quando voltou ao Camp Nou com a camisa do Real. Acredito que isso não mudará no mundo todo, não tem jeito.

Ateh!

Impasse Livre disse...

cara, sou de um tempo em que o amor ainda reinava. cresci vendo roberto e Zico duelando no maraca, amor e paixão eram os sentimentos dos atletas que fizeram a massa crescer significativamente na epoca. mas, o que fic a atualmente é a cor do dinheiro no coração dos craques. Infelizemnte! Não acho legal o edmundo ter jogado no flamengo, o junior baiano no vasco, o romáruio no fla, flu e vasco. perde-se identidade para os clubes e ganha-se visibilidade aos atletas, ou seja independe o amor ao clube e cria-se um amor ao jogador. Já tem gente que diz quie torce para o clube em que "fulano" joga ou vai jogar. uma pena!O atleta passa, os clubes ficam... isso é o que dá a famigerada Lei pelé!abs, Muito bom o post,DR WH! leandro

André Rocha disse...

Wilson,

Faltou citar o Marcos como jogador que ama a camisa que defende. Basta lembrar que em 2003 ele recusou uma proposta milionário do Arsenal para disputar a Série B pelo Palmeiras. E está por lá até hoje.

Fora isso, gostei muito do texto. Valeu por publicá-lo no Futebol & Arte.

Abração!

Pâm Cristina LF* disse...

Eu acho que ele não vai
=/

Anônimo disse...

Quem manda no futebol de hoje é a grana, não o coração! Abs, PP