GRENAL

Se algum ser humano tivesse a capacidade de descobrir uma forma de medir o tamanho da rivalidade entre Grêmio e Inter, esse valor seria algo extremamente incompreensível. Essa disputa entra em questões políticas, geográficas, religiosas e até mesmo, amorosas.

De um lado gremistas, do outro colorados. É o azul contra o vermelho. É o Gre-Nal. É um querendo ultrapassar a grandeza do outro. Mas essa tentativa, de parte a parte, é tão histórica quanto o clássico e será tão eterna quanto o infinito. Um centenário de 377 capítulos, de 1040 gols. É uma bipolaridade tão extrema que só podia ser localizada no estado mais ao extremo Sul do Brasil.

O ex-presidente gremista Rudy Armin Petry, foi bastante feliz ao afirmar que “o Grêmio só é grande por causa do Inter”. E a mais pura verdade. A grandeza do clássico, faz com que os dois times cresçam cada vez mais. Não à toa, a historia da fundação da casa dos dois rivais tem a presença tanto de um, como de outro.

Para ficar na frente dos colorados no quesito estrutura, os dirigentes gremistas batalharam na construção do Estádio Olímpico, fundado em 19 de setembro de 1954, enquanto o Internacional mandava seus jogos no Estádio do Eucaliptos, que sediou jogos da Copa do Mundo de 1950. Mas não satisfeitos, a turma de vermelho não sossegou enquanto não conseguiu inaugurar um gigante, mais conhecido como Beira-Rio.

O Inter caprichou na localização da sua nova residência, ficando às margens do Rio Guaíba e contou com a colaboração da sua fanática torcida na construção. A inauguração foi no dia 6 de abril de 1969 e teve na estréia um jogo válido pelo Festival da Inauguração entre o time da casa e o Benfica, que terminou 2x1 pro Inter.

Mas nesse mesmo festival, adivinhem a partida que mais marcou... Claro, o Gre-Nal. O jogo acabou 0x0. Mas um fato que não pode deixar de ser comentado foi a briga que aconteceu no gramado com incríveis 20 jogadores expulsos.

Nestes 100 anos de clássicos, foram 141 vitórias do Inter, que marcou 539 gols e 119 do Grêmio, que marcou 501 gols, além de 117 empates. Inúmeros craques brilharam com as duas camisas. Incontáveis jogadas cinematográficas encantaram as duas nações.

O apelido Gre-Nal só veio a aparecer um tempo depois que o clássico já possuía alguns trechos importantes da sua história. E a idéia bem criativa foi do jornalista gremista Ivo dos Santos Martins, que na época, trabalhava no Correio do Povo. Sua intenção era se livrar da obrigação de ter que escrever os nomes dos dois clubes por inteiro toda vez que ambos se enfrentavam. Por isso, passou a utilizar essa abreviatura que veio a ficar conhecida além das fronteiras do Rio Grande do Sul. E o porque do Grêmio ficar na frente nessa nomenclatura? Bom, como dito, o coração do jornalista era tricolor...

E nesse que é o ano do centenário, as duas equipes voltam a campo, no Beira-Rio, para escreverem o capítulo 378. O colorado ainda sonha com o título de campeão, pois está somente a quatro pontos do líder Palmeiras na terceira colocação. O Grêmio, em oitavo, no momento sonha apenas com uma vaga na Libertadores. E para que essa história continue linda como sempre foi, que seja um belo espetáculo e que vença o melhor!

FME News

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