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Monótono GP da Índia só serviu para reforçar a equivocada mentalidade das punições na F1


Por Leandrus

Você sabe que uma corrida não foi boa quando, ao invés de falarem da própria prova, todos preferem comentar as caretas feitas pelo ator Rowan Atkinson (aquele que interpreta o clássico Mr. Bean) durante um duelo entre Massa e Hamilton. Curto e grosso: o GP da Índia foi bem monótono.

Uma pena. O novo circuito de Buddh prometia muito. Os comentários eram os melhores possíveis, já que ele se mostrava bastante veloz e propício a ultrapassagens. Porém, o que vimos na Índia, além de um circuito com ideias totalmente copiadas das pistas da China e da Turquia, foi algo bem entediante – aliás, é bom que se diga que esse final de temporada, com provas disputadas principalmente em território asiático, vem sendo igualmente decepcionante.

Por causa disso, não há muito o que comentar, até porque o que aconteceu durante a prova foi um verdadeiro retrato do que aconteceu na temporada: Sebastian Vettel foi dominante e pouco ameaçado, Jenson Button mostrou que merece o vice-campeonato, Fernando Alonso tirou leite de pedra ao colocar a Ferrari novamente no pódio e Mark Webber merece mais um belo puxão de orelhas por não ter conseguido colocar o foguete da RBR no pódio. Tirando isso, mais uma ótima atuação de Jaime Alguersuari – 8º com a Toro Rosso, – que faz uma segunda metade de temporada brilhante e frita cada vez mais seu companheiro Sebastian Buemi.

O único fato relevante mesmo foi o novo duelo entre Felipe Massa e Lewis Hamilton, que se encontraram mais uma vez na pista. Já perdi as contas de quantas vezes isso aconteceu no ano. A diferença é que dessa vez o brasileiro se deu mal entre os comissários da prova, sendo punido por eles com um drive through ao ser considerado culpado no choque entre os dois. E quer saber? Foi um ato totalmente desnecessário da FIA.

Sinceramente, foi uma grande bobagem punir Massa. Assim como seria punir Hamilton. O que aconteceu ali foi um simples choque de corrida, que poderia acontecer em qualquer disputa mais acirrada em que nenhuma das partes gostaria de ceder. Briga por posições que resultam em incidentes totalmente casuais não deveria nem ser passível de penalização alguma, ainda mais numa categoria em que o seu chefão diga que as ultrapassagens não acontecem pela falta de arrojo dos pilotos, certo, Bernie Ecclestone?

Claro que há os casos extremos em que tal pena deveria ser usada. Casos em que pilotos causam grandes acidentes e colocam a integridade física de outros em risco ou então jogam o carro para cima de outro de propósito (certo, Prost e Senna?) devem ser punidos – muitas vezes com extremo rigor. Brigas normais, no entanto, em que alguém se dá mal somente por azar, não deveriam nem ser julgados. Infelizmente, a FIA entende pelo contrário, numa política bem parecida com a da arbitragem brasileira no futebol, onde qualquer esbarrão no adversário é convertido em falta.

Enfim, de certa forma não há muito o que fazer para mudar isso. Essa mentalidade das punições já está tão fixa no mundo da F-1 que os próprios pilotos a aceitam passivamente, como se ela fosse a verdade absoluta. Só nos resta lamentar por algo que pode até mesmo, ainda que de forma inconsciente, fazer com pilotos sejam mais cautelosos do que o necessário somente para não serem pegos por um drive through injusto.

Leandrus - Automobilismo

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