Do blog Missão Africa
Por Leandro Gaignoux
Por Leandro Gaignoux
Você conhece um senhor chamado Clóvis Fernandes? Certamente por este nome não, mas se chamá-lo de Gaúcho da Copa, você irá reconhecê-lo rapidamente. Ele juntamente de sua tradicional taça da Copa do Mundo são figuras certas nos jogos da seleção brasileira e estão juntos do time canarinho desde a copa da Itália em 1990. Clóvis que hoje está com 54 anos, nasceu em Porto Alegre, porém viveu sua infância no interior do Rio Grande do Sul, na cidade de Cruz Alta. Com 19 anos de estrada, Clóvis já esteve nas mais variadas competições que se dividem entre: Mundiais, Olimpíadas, Copa das Confederações, Copa América e Eliminatórias. Ele embarca nas aventuras com os “Gaúchos na Copa”, grupo criado por ele mesmo que tem o objetivo de divulgar a cultura gaúcha e brasileira mundo a fora, trocando experiências com outros povos. O time é formado por Frank Damasceno ( Seu filho), Heitor Maurílio, Marcio Machado Irion, José Carlos dos Santos e Gustavo ( também seu filho).
Considerado torcedor símbolo da FIFA, o gaúcho já teve a oportunidade de conhecer a maioria das personalidades do futebol. Clóvis Fernandes quando não está acompanhando o Brasil, trabalha como assessor da governadora de seu estado. O Missão-África o entrevistou e ficou sabendo um pouco sobre sua ligação com a seleção brasileira.
MISSÃO ÁFRICA: Como começou a história de acompanhar a seleção brasileira?
CLÓVIS FERNANDES: Quando eu era bem jovem, meu pai não era muito ligado a time de futebol, mas quando o Brasil jogava, ele ficava apaixonado com as vitórias. Chegava a ficar enlouquecido, dava até tiro de espingarda para o alto. Através do rádio eu ouvia toda aquela emoção que tomava conta dele em relação ao time brasileiro e aos mundiais. Isso com quatro anos eu me lembro de 58, já em 62 com a idade mais avançada, eu vi a coisa mais séria, ele mais emocionado e a lembrança é maior. Já em 70, após a conquista da taça Jules Rimet, eu fiz a promessa de acompanhar o Brasil nos mundiais, então 20 anos depois eu faço minha primeira aventura para a Itália em 1990.
M.A: Como foi a ida ao primeiro mundial?
C.F: Eu estava assistindo ao jornal e começaram a passar as cidades que sediariam os jogos. De repente toda aquela vontade que estava guardada desde jovem falou mais alto e eu fiquei profundamente animado em acompanhar a seleção brasileira na Itália. Conversei com a minha mulher e quinze dias depois eu estava desembarcando na cidade de Milão. De lá para cá não parou mais e hoje são 111 jogos com o Brasil, amanhã vai ser 112 e se Deus quiser, mais e mais.
M.A: Quantos países o senhor já visitou?
C.F: São 46 países. Eu cheguei aqui com 45 e com Lesoto ( um pequeno país dentro da África do Sul) serão 46. Com esses números eu me considero o jogador em atividade que mais jogos possui pela seleção brasileira, porque para mim eu sou mais que um torcedor, eu me acho o décimo segundo do time. Eu estou sempre junto com a seleção e vai será assim sempre, se deus quiser. Isto é a minha vida e faço disso a minha cachaça, meu arroz e feijão.
M.A: Como foi a reação de sua família ao saber de sua decisão?
C.F: Em 90 eu falei para minha mulher que ia dar uma chegadinha em Milão e já voltava. Parece que esta viagem não tem fim. Eles conseguem entender bem, porque eu vou e volto, tenho toda a aceitação deles. Desde 94 meu filho Franklin viaja comigo, o Gustavo tem viajado também e graças a esse apoio eu consigo realizar isto.
M.A: Você conta com algum patrocínio para bancar as despesas?
C.F: É tudo uma correria, eu hoje não tenho um patrocínio direto que diz que vai me manter e me dar ingresso. Enfim, eu tenho um site chamado Gaúchos na Copa. Esse site está passando o número de 26 milhões de acessos e ali agente tem os parceiros, onde se pode encontrar o link deles no próprio site e na caminhonete. São parceiros nossos nesta caminhada, com isso um me dá a passagem, outro uma ajuda de custo e nos ajudam a manter o sonho vivo. Claro que eu também adiciono dinheiro do meu bolso, mas hoje é bem inferior em relação ao que foi quando comecei.
M.A: Com um currículo extenso, qual mexeu mais com você?
C.F: Cada momento tem sua particularidade. Eu já saí eliminado nas oitavas de finais, nas quartas, também já ganhei Copa do Mundo e estava lá quando perdemos para a França em 98. Penso que a Copa da Coréia e do Japão foi extremamente importante, porque tínhamos uma liderança gaucha na seleção, teve muitas dificuldades para se classificar. Saiu desacreditada por causa disso e vi um time crescendo aos poucos na competição.
M.A: Qual foi sua impressão sobre a África do Sul?
C.F: Cheguei aqui neste país fantástico, a cada dia eu me surpreendo. Eu vim preparado para conhecer um país em desenvolvimento, mas pensava que ele fosse inferior ao Brasil. A verdade é que estão em um grande desenvolvimento e com um povo totalmente hospitaleiro. Estou muito contagiado com o país e juntamente com as pessoas. Penso que a primeira preocupação da FIFA é em relação aos estádios, por que é onde as pessoas vão estar, então a preocupação é com elas. Pelo o que tenho vivido aqui, eu estou certo de que o país está preparado para a copa de 2010. O pouco que falta será feito e eu penso que alguma coisa deixará a desejar, como mobilidade urbana, mas se só faltar isso acredito que na alegria juntamente com as pessoas que aqui virão, tudo será recompensado.
M.A: Sua outra paixão no futebol é o Grêmio. Como se dá esta paixão?
C.F: O Em Porto Alegre você torcer pelo Grêmio é uma guerra, até porque existe uma rivalidade com o Internacional. Na minha família existem torcedores dos dois times e a peleia é feia. Eu nasci gremista e nunca me vi torcendo por outro clube, então tenho carinho por ele. Sou cônsul do Grêmio, por onde vou, levo coisas para as autoridades.
M.A: Você já tem data para parar?
C.F: Antes da Copa América da Venezuela eu descobri que tinha um problema de saúde. Tive hepatite C e fui vetado pelo médico de ir, pois precisava ficar em um lugar refrigerado e na Venezuela é muito quente, mas eu fiz todos os cuidados e voltei campeão. Oito meses depois eu fui descobrir que eu tinha que tirar um rim e desde então eu estou aqui. Estou feliz, não sei o limite disso, porem só um pode responder e é Deus. Pelos sinais que ele me passa, eu devo ir longe.
M.A: Fale um pouco da Taça, ela que está sempre com você.
C.F: Eu sem a taça e o chapéu, sou cachorro sem dono. Essa réplica começou a fazer parte da minha vida em 2002 na Coréia e no Japão, onde eu fiz a promessa que ia carregá-la 24h por dia até ser campeão. Ela é pesada e tem mais de sete quilos, também possui o peso e o tamanho da original.
M.A: Como surgiu a idéia de criar o site Gaúchos na Copa?
C.F: Quando eu participava de uma copa e voltava, eu ficava contando as coisas vividas e via os olhos de cada um brilhando. Parecia que eles se transportavam para lá e como eu não podia levar todos os meus amigos eu pensei em criar o site para fazer com que eles se sentissem lá. É a única página virtual que não fala de futebol e sim de torcedor, emoção e sentimento.
Considerado torcedor símbolo da FIFA, o gaúcho já teve a oportunidade de conhecer a maioria das personalidades do futebol. Clóvis Fernandes quando não está acompanhando o Brasil, trabalha como assessor da governadora de seu estado. O Missão-África o entrevistou e ficou sabendo um pouco sobre sua ligação com a seleção brasileira.
MISSÃO ÁFRICA: Como começou a história de acompanhar a seleção brasileira?
CLÓVIS FERNANDES: Quando eu era bem jovem, meu pai não era muito ligado a time de futebol, mas quando o Brasil jogava, ele ficava apaixonado com as vitórias. Chegava a ficar enlouquecido, dava até tiro de espingarda para o alto. Através do rádio eu ouvia toda aquela emoção que tomava conta dele em relação ao time brasileiro e aos mundiais. Isso com quatro anos eu me lembro de 58, já em 62 com a idade mais avançada, eu vi a coisa mais séria, ele mais emocionado e a lembrança é maior. Já em 70, após a conquista da taça Jules Rimet, eu fiz a promessa de acompanhar o Brasil nos mundiais, então 20 anos depois eu faço minha primeira aventura para a Itália em 1990.
M.A: Como foi a ida ao primeiro mundial?
C.F: Eu estava assistindo ao jornal e começaram a passar as cidades que sediariam os jogos. De repente toda aquela vontade que estava guardada desde jovem falou mais alto e eu fiquei profundamente animado em acompanhar a seleção brasileira na Itália. Conversei com a minha mulher e quinze dias depois eu estava desembarcando na cidade de Milão. De lá para cá não parou mais e hoje são 111 jogos com o Brasil, amanhã vai ser 112 e se Deus quiser, mais e mais.
M.A: Quantos países o senhor já visitou?
C.F: São 46 países. Eu cheguei aqui com 45 e com Lesoto ( um pequeno país dentro da África do Sul) serão 46. Com esses números eu me considero o jogador em atividade que mais jogos possui pela seleção brasileira, porque para mim eu sou mais que um torcedor, eu me acho o décimo segundo do time. Eu estou sempre junto com a seleção e vai será assim sempre, se deus quiser. Isto é a minha vida e faço disso a minha cachaça, meu arroz e feijão.
M.A: Como foi a reação de sua família ao saber de sua decisão?
C.F: Em 90 eu falei para minha mulher que ia dar uma chegadinha em Milão e já voltava. Parece que esta viagem não tem fim. Eles conseguem entender bem, porque eu vou e volto, tenho toda a aceitação deles. Desde 94 meu filho Franklin viaja comigo, o Gustavo tem viajado também e graças a esse apoio eu consigo realizar isto.
M.A: Você conta com algum patrocínio para bancar as despesas?
C.F: É tudo uma correria, eu hoje não tenho um patrocínio direto que diz que vai me manter e me dar ingresso. Enfim, eu tenho um site chamado Gaúchos na Copa. Esse site está passando o número de 26 milhões de acessos e ali agente tem os parceiros, onde se pode encontrar o link deles no próprio site e na caminhonete. São parceiros nossos nesta caminhada, com isso um me dá a passagem, outro uma ajuda de custo e nos ajudam a manter o sonho vivo. Claro que eu também adiciono dinheiro do meu bolso, mas hoje é bem inferior em relação ao que foi quando comecei.
M.A: Com um currículo extenso, qual mexeu mais com você?
C.F: Cada momento tem sua particularidade. Eu já saí eliminado nas oitavas de finais, nas quartas, também já ganhei Copa do Mundo e estava lá quando perdemos para a França em 98. Penso que a Copa da Coréia e do Japão foi extremamente importante, porque tínhamos uma liderança gaucha na seleção, teve muitas dificuldades para se classificar. Saiu desacreditada por causa disso e vi um time crescendo aos poucos na competição.
M.A: Qual foi sua impressão sobre a África do Sul?
C.F: Cheguei aqui neste país fantástico, a cada dia eu me surpreendo. Eu vim preparado para conhecer um país em desenvolvimento, mas pensava que ele fosse inferior ao Brasil. A verdade é que estão em um grande desenvolvimento e com um povo totalmente hospitaleiro. Estou muito contagiado com o país e juntamente com as pessoas. Penso que a primeira preocupação da FIFA é em relação aos estádios, por que é onde as pessoas vão estar, então a preocupação é com elas. Pelo o que tenho vivido aqui, eu estou certo de que o país está preparado para a copa de 2010. O pouco que falta será feito e eu penso que alguma coisa deixará a desejar, como mobilidade urbana, mas se só faltar isso acredito que na alegria juntamente com as pessoas que aqui virão, tudo será recompensado.
M.A: Sua outra paixão no futebol é o Grêmio. Como se dá esta paixão?
C.F: O Em Porto Alegre você torcer pelo Grêmio é uma guerra, até porque existe uma rivalidade com o Internacional. Na minha família existem torcedores dos dois times e a peleia é feia. Eu nasci gremista e nunca me vi torcendo por outro clube, então tenho carinho por ele. Sou cônsul do Grêmio, por onde vou, levo coisas para as autoridades.
M.A: Você já tem data para parar?
C.F: Antes da Copa América da Venezuela eu descobri que tinha um problema de saúde. Tive hepatite C e fui vetado pelo médico de ir, pois precisava ficar em um lugar refrigerado e na Venezuela é muito quente, mas eu fiz todos os cuidados e voltei campeão. Oito meses depois eu fui descobrir que eu tinha que tirar um rim e desde então eu estou aqui. Estou feliz, não sei o limite disso, porem só um pode responder e é Deus. Pelos sinais que ele me passa, eu devo ir longe.
M.A: Fale um pouco da Taça, ela que está sempre com você.
C.F: Eu sem a taça e o chapéu, sou cachorro sem dono. Essa réplica começou a fazer parte da minha vida em 2002 na Coréia e no Japão, onde eu fiz a promessa que ia carregá-la 24h por dia até ser campeão. Ela é pesada e tem mais de sete quilos, também possui o peso e o tamanho da original.
M.A: Como surgiu a idéia de criar o site Gaúchos na Copa?
C.F: Quando eu participava de uma copa e voltava, eu ficava contando as coisas vividas e via os olhos de cada um brilhando. Parecia que eles se transportavam para lá e como eu não podia levar todos os meus amigos eu pensei em criar o site para fazer com que eles se sentissem lá. É a única página virtual que não fala de futebol e sim de torcedor, emoção e sentimento.
2 comentários:
Bacana a entrevista heim.
Esse gaúcho da Copa é fanático pela seleção.
Acho legal isso.
legal o seu blog, gostei mto, virei seu seguidor, eu tbm tenho um blog depois se der da uma passada la http://omundotricolor.blogspot.com/
abraçossss
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