Por Leandro Gaignoux
Blog Missao Africa
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Fruto de uma colonização européia extremamente rígida e complexa, a África do Sul sofreu um dos maiores regimes de segregação racial já vista neste planeta: O Apartheid. Após o fim da guerra dos Boers (1902), disputa travada entre holandeses e ingleses pela região, os brancos como forma de continuar mantendo seu domínio sobre o negro, utilizaram da separação racial como instrumento para manter sua hegemonia. Os dominadores pensavam em criar uma sociedade “perfeita” e diziam terem sido escolhidos por Deus.
Uma das primeiras medidas adotadas foi separar as terras, fazendo com que o negro tivesse que montar suas próprias reservas, como forma de habitat. Cerca de 23 milhões de pessoas afro ocuparam esses lugares, dando entorno de 13% do território, enquanto os 4,5 milhões de brancos viviam nos restantes 87%. Era totalmente proibido um negro adquirir uma terra fora de sua demarcação, a lei não permitia tal fato. Eles andavam com passaportes para poder circular dentro do próprio território sul-africano.
A partir do dia 28 de junho de 1948, data que o Partido Nacional, dos Brancos, chegou ao comando do país, a repressão só foi aumentando cada vez mais, e ela ocorria em todos os setores da sociedade sul-africana. Para se ter uma idéia de como era o sistema na época, alguns exemplos foram listados: Os negros não tinham direito de fazer parte do governo e por isso não podiam votar; alguns carros de polícia com os dizeres sjambok procuravam negros que estavam em território de branco de maneira ilegal; ter a oportunidade de fazer uma universidade era algo reservado para a minoria branca, já que o ensino superior era restrito a uma pequena parcela da população; um homem negro que estuprasse uma mulher clara, estaria condenado a pena de morte, mas já ao contrário, seria aplicado uma multa, as vezes nem isso era feito. Esses são alguns fatos assustadores, dentre os milhares que ocorreram durante o tumultuado período do Apartheid.
Mesmo tendo se passado 15 anos do regime, ainda é possível notar alguns pequenos resquícios da época. Como antigamente, o branco só anda de carro, sendo visível a grande parcela dos negros circulando a pé ou de ônibus pelas cidades; quando se vai no banco fazer um financiamento, no formulário pergunta qual a cor do gerente que você quer ser atendido, alguns lugares negros não frequentam com tanta facilidade. Nos próximos posts mostraremos como o esporte reagiu e reage com essa situação.
Entre os anos 50 e 60 , foram organizadas diversas passeatas pelo Congresso Nacional Africano (CNA), grupo negro clandestino, sob a liderança de Nelson Mandela. Logo depois do massacre de Shaperville, o CNA decidiu pegar nas armas e partir para a luta. Imagine o caos que tomou conta do país. Em 1962, Mandela é condenado a prisão perpétua e com isso a repressão fica mais pesada . Em algumas manifestações acabaram ocorrendo mortes de negros, isso fez com que a ONU e o mundo clamassem pelo fim do Apartheid. Em 1994, o então presidente Frederick de Klerk, não teve jeito e decretou o fim regime.
Após 27 anos na cadeia, Nelson Mandela ganhou o prêmio Nobel da Paz, conseguindo a liberdade e se tornando presidente. O CNA foi legalizado e o direito do negro ao voto voltou a ser cumprido e as eleições inter-raciais na África do Sul retornaram ao cenário político do país. Mas engana-se quem pense que o Apartheid hoje em dia está restrito aos livros de história.
Leandro Gaignoux
Uma das primeiras medidas adotadas foi separar as terras, fazendo com que o negro tivesse que montar suas próprias reservas, como forma de habitat. Cerca de 23 milhões de pessoas afro ocuparam esses lugares, dando entorno de 13% do território, enquanto os 4,5 milhões de brancos viviam nos restantes 87%. Era totalmente proibido um negro adquirir uma terra fora de sua demarcação, a lei não permitia tal fato. Eles andavam com passaportes para poder circular dentro do próprio território sul-africano.
A partir do dia 28 de junho de 1948, data que o Partido Nacional, dos Brancos, chegou ao comando do país, a repressão só foi aumentando cada vez mais, e ela ocorria em todos os setores da sociedade sul-africana. Para se ter uma idéia de como era o sistema na época, alguns exemplos foram listados: Os negros não tinham direito de fazer parte do governo e por isso não podiam votar; alguns carros de polícia com os dizeres sjambok procuravam negros que estavam em território de branco de maneira ilegal; ter a oportunidade de fazer uma universidade era algo reservado para a minoria branca, já que o ensino superior era restrito a uma pequena parcela da população; um homem negro que estuprasse uma mulher clara, estaria condenado a pena de morte, mas já ao contrário, seria aplicado uma multa, as vezes nem isso era feito. Esses são alguns fatos assustadores, dentre os milhares que ocorreram durante o tumultuado período do Apartheid.
Mesmo tendo se passado 15 anos do regime, ainda é possível notar alguns pequenos resquícios da época. Como antigamente, o branco só anda de carro, sendo visível a grande parcela dos negros circulando a pé ou de ônibus pelas cidades; quando se vai no banco fazer um financiamento, no formulário pergunta qual a cor do gerente que você quer ser atendido, alguns lugares negros não frequentam com tanta facilidade. Nos próximos posts mostraremos como o esporte reagiu e reage com essa situação.
Entre os anos 50 e 60 , foram organizadas diversas passeatas pelo Congresso Nacional Africano (CNA), grupo negro clandestino, sob a liderança de Nelson Mandela. Logo depois do massacre de Shaperville, o CNA decidiu pegar nas armas e partir para a luta. Imagine o caos que tomou conta do país. Em 1962, Mandela é condenado a prisão perpétua e com isso a repressão fica mais pesada . Em algumas manifestações acabaram ocorrendo mortes de negros, isso fez com que a ONU e o mundo clamassem pelo fim do Apartheid. Em 1994, o então presidente Frederick de Klerk, não teve jeito e decretou o fim regime.
Após 27 anos na cadeia, Nelson Mandela ganhou o prêmio Nobel da Paz, conseguindo a liberdade e se tornando presidente. O CNA foi legalizado e o direito do negro ao voto voltou a ser cumprido e as eleições inter-raciais na África do Sul retornaram ao cenário político do país. Mas engana-se quem pense que o Apartheid hoje em dia está restrito aos livros de história.
Leandro Gaignoux
3 comentários:
uma aula de história. abs, pp
Show de bola mesmo! Esse blog Missão África arrebenta!
Existem alguns filmes que exploram esse tema, como Om Poder de um Jovem e Mandela- Luta Pela Liberdade. Morgan Freeman, um excelente ator, interpretará Mandela embreve nos cinemas tb! E o filme será dirigido pelo Clint Eastwood. Segue o link da matéria... http://jovemnerd.ig.com.br/jovem-nerd-news/cinema/eastwood-escala-o-filho-em-filme-sobre-nelson-mandela/
Belo texto Gainox!!!
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