Vasco, orgulho do Rio de Janeiro.

Não temos mais que discutir que o futebol do Rio está bagunçado, ruim na administração, com uma Federação ultrapassada, incoerente nas suas decisões e os clubes com maior poder, com diretorias ruins. Tudo isso virou uma realidade e nem tão cedo inspira qualquer esperança de mudança para os torcedores e todos aqueles que acompanham diariamente, com sofrimento, os acontecimentos desses times.

O ponto alto do futebol carioca é exatamente o time que se encontra na segunda divisão. Fez aniversário, lotou o Maracanã e venceu bem, bonito e jogando de forma superior ao Ipatinga, se impondo e ditando o ritmo do jogo. A irregularidade recente parece ter sido bem remediada pelo excelente e inteligente técnico Dorival Júnior.



Um ponto a ser observado pelo Vasco, é que ano que vem, após o possível acesso à elite, esse time não tem liga para brigar pela parte de cima. Para série B é uma excelente equipe, digna para brigar pelo título, como está acontecendo, mas quando estiver na série A, a realidade será outra, as dificuldades serão maiores e se permanecer com essa força atual, muito possivelmente passará pelos mesmos vexames do ano passado, e que seus rivais estaduais estão passando nesta temporada.



E por falar nos rivais vascaínos, Fluminense, Botafogo e Flamengo, estão mostrando de forma fiel o que é disputar a primeirona com time de segunda. O Botafogo, por mais que mostre força e poder de reação em determinadas partidas, não consegue emplacar uma sequência de bons resultados e sempre, os pontos fracos do time sobressaem mais que os pontos fortes.



O Flamengo está digno de pena. Os problemas são inúmeros. O Departamento Médico está a cada rodada, mais cheio. As macas devem está sendo disputadas da mesma forma que acontece em hospitais públicos, graças à superlotação. Em campo, com o que sobra para Andrade colocar para jogar o sentimento deixa de ser o de pena, para ser o de vergonha. O torcedor está sendo obrigado a lembrar o ano de 2005, quando em sua pior campanha da história no Brasileirão, o time por muito pouco não conheceu a segunda divisão.



Já o Fluminense está vendo a repetição de um filme já conhecido nas Laranjeiras que é a caminhada rumo à série B. O time é escandalosamente fraco e por conseqüência, jogar contra o Tricolor carioca no Maracanã, é quase uma obrigação de vitória para o adversário, seja quem quer que seja. Pelo que se vê, chega a ser absurdo, mas não há nem como respeitar um time que futebolisticamente não se dá ao respeito.

Parece que ainda existe uma solução para os times de uma cidade que já foi considerada um centro técnico e forte do futebol brasileiro. Você leitor pode ficar assustado com o que vai ler, mas acredite, não é nenhum absurdo. Mas o futebol do Rio de Janeiro, independente de se falar em cada time, ou como um todo, não merece ter um representante na série A do futebol nacional. Seu nível é extremamente de Série B. Lá deveriam estar esses clubes. O que pesa contra nessa balança, é o fato do Vasco da Gama (o orgulho carioca) está demonstrando um poder de reação. Não dentro de campo, mas no campo dos bastidores, na administração. E é isso que importa.

Contratar caro, sonhar de forma iludida em abraçar o mundo, não está mais sendo o bastante para disfarçar, ou até mesmo esconder a dificuldade ou a incapacidade de se portar como equipe grande do futebol nacional. E nos últimos anos isso tem sido válido para os quatro cariocas.

Ano passado, após as eleições, tivemos mudança no Vasco. Esse ano, com o pleito que acontecerá em novembro, poderemos ter no Flamengo. Mas o tempo não indica mais espera. Os créditos sumiram e não há mais como pensar que a verdadeira mudança radical seja palpável. No momento, tudo que venha dos clubes cariocas será preciso passar por um processo de convencimento de que alguma espécie de bom trabalho possa ser feito. O futebol do Rio está deprimente e deprimido.