As complexidades do Complexo do Alemão
Por Wilson Hebert
Como um morador da Zona Norte do Rio de Janeiro, vejo que algo está acontecendo com relação ao tráfico de drogas, que a Polícia está agindo. É claro que as ações estão sendo motivadas por eventos importantes que acontecerão na cidade em breve, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Mas mesmo sendo por conta de acontecimentos de grandes dimensões, é a hora da sociedade e das autoridades agirem lado a lado nessa verdadeira guerra civil.
E isso leva em consideração não apenas as ações que estamos acompanhando estes dias pela imprensa, como a invasão ao Complexo do Alemão com tanques de guerra, mas também a uma continuação de programas sociais para diminuírem ao máximo a exclusão social dos jovens nessas comunidades carentes. O poder que o tráfico oferece é atraente para quem não tem perspectiva nenhuma de vida. Sem hipocrisia, não é questão apenas de consciência. É questão de escolher entre o nada e o dinheiro por vias ilegais.
As pessoas, independente da faixa etária, da cor ou da crença, escolherão ter algum meio de sobrevivência, mesmo que seja ilegal. Porque para um morador de uma favela, mesmo que tenha vontade em ser alguém do bem pelas vias legais, esta escolha torna-se muito difícil, pois as portas não se abrem para elas. Sua classe costumou-se a ser esquecida por quem tem o poder. E isso vem de décadas.
E não falo apenas da educação, que é o maior mal do Brasil. Mas também em questões pequenas. O metrô (exemplo vivido pessoalmente) é melhor tratado na área nobre da cidade, com estações maiores, mais roletas, mais funcionários para informações, mesmo recebendo menos usuários. Já na parte que conta com uma população de menor poder aquisitivo, vemos o oposto. Estações menores, menos roleta, menos funcionários e uma multidão de usuários, principalmente nos horários de rush.
E se falarmos de todos os quesitos de esquecimentos, iremos citar praticamente todos os serviços públicos que, por obrigação do Estado, deveriam funcionar de forma mais efetiva nas áreas dos mais necessitados.
Diante deste panorama, como exigir do garoto pobre, que nasce numa favela, localizada numa área esquecida, bom senso para escolher o estudo (que tem a qualidade inexistente) e o trabalho do bem (que não o valorizará, ou sequer o abrirá as portas)?
Ações efetivas da policia nesse momento estão certas. É preciso enfrentar com energia esse terrorismo acontecido no Rio de Janeiro nos últimos dias. Mas isso classifica-se apenas como ‘início’. Se não for criado um caminho de verdade para as gerações futuras dos moradores dessas regiões, de nada adiantará. Mesmo que acabem com o tráfico hoje, o Complexo do Alemão ressuscitará suas complexidades.
Como um morador da Zona Norte do Rio de Janeiro, vejo que algo está acontecendo com relação ao tráfico de drogas, que a Polícia está agindo. É claro que as ações estão sendo motivadas por eventos importantes que acontecerão na cidade em breve, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Mas mesmo sendo por conta de acontecimentos de grandes dimensões, é a hora da sociedade e das autoridades agirem lado a lado nessa verdadeira guerra civil.
E isso leva em consideração não apenas as ações que estamos acompanhando estes dias pela imprensa, como a invasão ao Complexo do Alemão com tanques de guerra, mas também a uma continuação de programas sociais para diminuírem ao máximo a exclusão social dos jovens nessas comunidades carentes. O poder que o tráfico oferece é atraente para quem não tem perspectiva nenhuma de vida. Sem hipocrisia, não é questão apenas de consciência. É questão de escolher entre o nada e o dinheiro por vias ilegais.
As pessoas, independente da faixa etária, da cor ou da crença, escolherão ter algum meio de sobrevivência, mesmo que seja ilegal. Porque para um morador de uma favela, mesmo que tenha vontade em ser alguém do bem pelas vias legais, esta escolha torna-se muito difícil, pois as portas não se abrem para elas. Sua classe costumou-se a ser esquecida por quem tem o poder. E isso vem de décadas.
E não falo apenas da educação, que é o maior mal do Brasil. Mas também em questões pequenas. O metrô (exemplo vivido pessoalmente) é melhor tratado na área nobre da cidade, com estações maiores, mais roletas, mais funcionários para informações, mesmo recebendo menos usuários. Já na parte que conta com uma população de menor poder aquisitivo, vemos o oposto. Estações menores, menos roleta, menos funcionários e uma multidão de usuários, principalmente nos horários de rush.
E se falarmos de todos os quesitos de esquecimentos, iremos citar praticamente todos os serviços públicos que, por obrigação do Estado, deveriam funcionar de forma mais efetiva nas áreas dos mais necessitados.
Diante deste panorama, como exigir do garoto pobre, que nasce numa favela, localizada numa área esquecida, bom senso para escolher o estudo (que tem a qualidade inexistente) e o trabalho do bem (que não o valorizará, ou sequer o abrirá as portas)?
Ações efetivas da policia nesse momento estão certas. É preciso enfrentar com energia esse terrorismo acontecido no Rio de Janeiro nos últimos dias. Mas isso classifica-se apenas como ‘início’. Se não for criado um caminho de verdade para as gerações futuras dos moradores dessas regiões, de nada adiantará. Mesmo que acabem com o tráfico hoje, o Complexo do Alemão ressuscitará suas complexidades.
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