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Vestida para casar

Por Efraim Fernandes


Deus, mas é incrível a esperta falta de originalidade de Hollywood em romances água com açúcar, porque é certo encontrar um público específico. Anne Fletcher dirige Vestida Para Casar e é como novela, na qual não precisa se ver pois já se sabe o final. Até o título em inglês, 27 Dresses, entrega o desfecho. Duvida?



É a típica comédia romântica em que a menina conhece o rapaz. Ele se apaixona por ela, mas ela não se dá conta disso até ouvir conselhos e de intervenções do destino - que não passa de uma bebedeira no bar com a cara metade. Ah, claro, não nos esqueçamos das brigas entre os dois para dar o tempero na medida certa. Mas vamos ao filme?




Jane (Katherine Heigl da série Gray's Anatomy) é a filhinha do papai assim como a sua irmã caçula Tess (Malin Akerman). A primogênita se apaixonou por casamentos desde os oito anos de idade. Já crescida ajuda a organizar casórios e suas festanças. A verdadeira faz-tudo-para todos, a burra de carga. Mas há um vazio na vida da sonhadora Jane já que deseja participar de uma cerimônia em que não esteja ajudando, e sim casando. Prova disso é a gula ao se acotovelar pela posse do buquê. Desacordada é socorrida pelo arrogante e cínico Kevin (James Marsden, o Ciclops da trilogia X-Men). Opa, beleza. Preparem daqui pra frente para um verdadeiro festival de clichês.



Os dois se conhecem e de cara se alfinetam (aquela velha história da linha tênue entre o amor e o ódio). Ele divide um táxi na saída do casamento para se certificar que a donzela em 'perigo' chegará bem em casa. Depois da despedida o cavalheiro Kevin, ainda ao táxi, encontra o Santo Graal da moça: a lista de todos os casamentos a serem realizados que ela mesma ajuda a produzir.

A trama se complica, ou fica mais previsível ainda, quando Kevin que é jornalista da coluna de casamentos do New York Journal vê a oportunidade de desenvolver uma bela pauta graúda de acordo com a agenda de Jane: Ela como a dama de honra de vinte e sete casamentos e nunca fora a própria noiva uma vez sequer. A sua editora chefe quer histórias com conteúdo bem humano e eis que surge a oportunidade de promoção do garotão. Não precisa dizer que isso trará problemas aos dois mais a frente.



Mas vamos seguir com a trilha gritante de trivialidades. A protagonista tem uma profunda paixão platônica pelo chefe bonitão George (Edward Burns). Ele, claro, é enfadonho, certinho, saudável e não come carne, além de vê-la só como o braço direito e nada mais. Mas não pára ai, ele se interessa pela irmã caçula, Tess. “Ah, o circo está armado para loucas confusões”, como diria nas chamadas de uma famosa rede de televisão global. Em meio a esse triângulo amoroso, a amiga fofoqueira e tarada, doida por um sexo casual como conselheira.

Junte isso tudo com depreciação alheia, momentos que se encaixam perfeitamente com a canção 'Everybody Hurts', e mais algumas lições de moral e injeção de ânimo e o filme tá feito. Não querendo soar machista, mas mesmo sendo um filme divertido (e é mesmo), é bem voltado para o público feminino ou pra quem sabe que está passando por um momento fossa, quando alguém se importa com outro, e este outro não está nem ai para essa primeira pessoa.

Mas o pior é aquele finalzinho sem vergonha em que na vida real (se algo desse tipo acontecesse) se resolveria com uma conversa com a pessoa amada à sós, em particular, e não no microfone em meio a um casamento abarrotado de convidados. Tenha santa paciência dona Anne Fletcher. Perdão a impaciência e spoiler, mas quem se importa?

5 comentários:

Vinicius Grissi disse...

De fato, este filme é um clichê completo, como inclusive, a maioria na área. Um filme fraco. Não me agradou.

Uma sugestão: que tal colocar uma nota sua para o filme em análise? Seria interessante...

Anônimo disse...

Cara hoje em dia todos os filmes são parecidos mudando apenas algumas coisas e o elenco, no mais é tudo igual, não dá pra esperar muita coisa ainda mais em materia de comedia. abraço.
Saudações do Gremista Fanático

Anônimo disse...

Não gosto de comédias romanticas, na verdade não gosto muito de comédias, prefiro dramas e suspenses. No sábado meu irmão me obrigou a assistir uma comédia chamada "Zohan". É horrível. Esse aí eu não vi, e nem vou ver.
Abços

Danilo Damasceno disse...

Cara esses filmes dão enjoo, concordo com o grissi, dê sua nota Efraim ao fim do post.Abração

Efraim Fernandes disse...

Olha, vcs me deram a dica e irei acatá-la. Mas não quero escrever algo como "Nota 5", por exemplo. Alguém me dá alguma sugestão de adjetivação, ou nome qualquer, em vez de colocar "Nota"? Valeu!