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Vida longa para os treinadores


Normalmente quando alguém pára pra fazer uma análise sobre o futebol brasileiro e sua estrutura, observa muitos pontos negativos que obrigam a pessoa a fazer críticas, que em algumas vezes chegam a ser repetitivas. Condições dos estádios (considerando que a maioria não obedece as normas adotadas pela FIFA) que recebe grandes clássicos na temporada, clubes refém de poucas formas de rendas (muitos se limitam a cotas de TV + venda de jogadores para o exterior + patrocínio de camisa) já que o marketing esportivo quase não existe em algumas (grandes) agremiações brasileiras, fora outros inúmeros exemplos que poderiam ser citados aqui. Mas esse texto não tem a intenção de ser mais um apanhado de erros e decepções do esporte bretão praticado e organizado no Brasil.

Como já tem sido noticiado em alguns veículos de comunicação, há uma novidade que pode ser até um motivo de comemoração para aqueles que vivem do futebol. Os treinadores estão podendo sorrir mais tranquilamente. O discurso que mais parece algo ensaiado - “estou chegando aqui para implantar uma nova filosofia, mas preciso de tempo para mostrar meu trabalho” – parece que está sendo posto em prática. Enfim, os cartolas brasileiros resolveram dar ouvidos ao que os técnicos sempre falam.

Dos times que disputarão a serie A em 2009, apenas Coritiba, Flamengo e Atlético-MG trocaram de treinadores após o término do Brasileirão. Ivo Wortmann chega pra assumir o Coxa, Cuca herda quase todo o time deixado por Caio Jr e Leão tem a missão de comandar um ano melhor para o Galo do que foi o do centenário.

Esta está sendo uma feliz mudança de pensamento dos cartolas no Brasil. O termo planejamento começa a ganhar uma maior importância no vocabulário futebolístico.

Era muito comum, no período de inter-temporada, as noticias de contratações e as paginas de vai-e-vem dos jornais esportivos, trazerem não só a notícia de jogadores que trocavam de times, mas também dos técnicos. Um trabalho tinha o prazo máximo de um ano numa equipe. Janeiro, sempre era o momento de se começar do zero, fora às vezes em que se iniciava tudo novamente nos períodos de troca de treinador durante a temporada. Corriqueiramente um clube trocava três, quatro vezes de técnico em menos de doze meses.

E em meio a essa nova era não há como não destacarmos o grande papão de títulos nacionais do futebol brasileiro. O São Paulo.

Muricy já possui três anos seguidos de comando tricolor. Talvez os três campeonatos brasileiros consecutivos levados para o Morumbi não sejam à toa, muito menos um ato isolado. Ao iniciar uma temporada, os profissionais da equipe paulista não começam todo um trabalho com novo comando e novas regras, mas apenas adaptam o que foi feito no ano anterior, para o que será no ano posterior, fazendo as correções que precisam fazer. Ou seja, com certeza largam na frente do Flamengo, por exemplo, que apesar de manter quase toda a equipe titular, tem um novo comandante.

E outras equipes parecem ter percebido o sucesso da receita tricolor e se mostram dispostos a seguir o mesmo caminho. O Grêmio, que se classificou pra Libertadores, mas não conquistou nada, além disso, no ano de 2008, manteve Celso Roth, que foi contratado no inicio do ano passado. A justificativa não foi diretamente o resultado dentro de campo, mas sim a percepção do trabalho sério e a criação da possibilidade de grande sucesso no ano que se inicia. Já o Cruzeiro, manteve Adilson Baptista, que na minha visão, conseguiu dar um excelente padrão tático de jogo a equipe celeste, porém, respeitando os limites do elenco. Sabiamente, a diretoria cruzeirense viu tal situação. Manteve seu treinador e vem reforçando assim o seu plantel, já que seguindo a lógica, muito provavelmente o bom padrão de jogo continuará sendo implantado, mas, com uma equipe tendo um melhor nível de jogadores e conseqüentemente de opções, para esse ano de Libertadores.

Talvez, a permanência dos treinadores não garanta sucesso com no mínimo duas temporadas, mas será possível perceber, que a continuidade de um trabalho, dará mais calma, inclusive, no momento de se trocar o comandante, pois o planejamento será visando o longo prazo, e não apenas as próximas três partidas. Técnico, não é um produto descartável.

5 comentários:

Anônimo disse...

Tomara que essa cultura pegue e que os tecnicos sejam mantidos por muito tempo nos clube e só saiam quando quizerem, mas bem que podia ser outro no lugar do Roth no Grêmio.
Saudaçoes do Gremista Fanático

Anônimo disse...

Pois é Wilson é sempre complicado jogar no Presidente Vargas em Santa Maria, assim como em todo o interior do Rio Grande, costumo dizer que a dupla Grenal joga uma mini libertadores todo o ano no gauchão.
Saudações do Gremista Fanático de LUTO.

Anônimo disse...

É isso mesmo Wilson, uma tragédia dessas vai alem de diferenças clubisticas e valeu pelo apoio, com certeza estamos todos torcendo para que não tenha mais vitimas fatais e que as familias dos que faleceram tenham um conforto espiritual.
Saudações do Gremista Fanático em LUTO.

Rodolfo Moura disse...

Wilson,
Parabéns, seu blog é muito legal, com posts de leitura agradável e interessante.
Vou virar 'habitué'.
Abraços,

snoopy em p/b disse...

wh,
tá na cara que essa é a melhor forma de se trabalhar, mas vejo que manter o treinador no cargo por longo tempo não é meramente uma questão de opção.
acho que a estrutura faz diferença.
os clubes que você citou têm excelentes estruturas e dão mais condições de trabalho para seus técnicos e profissionais.
penso que, se um clube consegue manter um técnico em seu time por mais de dois anos, é porque ele tem um diferencial em sua estrutura.
abraço!