Por Efraim Fernandes
X-Men Origens: Wolverine
Direto ao assunto. Se você se pergunta se o filme é bom ou ruim, diria que dividirá opiniões, assim como X-Men 3. O diretor Gavin Hood (ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por Infância Roubada, em 2006) se esforça para contar as origens do mutante canadense, mas a sua visão incomodou os manda-chuvas da 20th Century Fox obrigando-o a fazer cenas adicionais após as filmagens principais. Isso chamou a atenção dos fãs, pois poderia dizer que havia algo de errado ali. Agora finalmente, depois de anos a história do ser de garras de adamantium.
Antes de prosseguir devo avisar que o texto trará possíveis spoilers, mesmo que leves. Então, se você não viu o filme e não quer que nenhuma surpresa seja revelada, pare de ler agora!
Ainda ai? Bom! Vamos prosseguir...
As origens no filme
Hugh Jackman interpreta pela quarta vez Wolverine, um dos personagens mais conhecidos do mundo pop e quadrinhos, a qual o ator tem muito orgulho em encarnar. Sua personagem na trilogia X-Men por vezes sobressaia e por ser de natureza um cara ao estilo bad ass motha fucker, merecia um filme solo em homenagem aos fãs do anti-herói.
A história se concentra principalmente no projeto Arma X, mas não antes de ir mais atrás, mostrando o início de Logan, na segunda metade do século XIX. Muitos não sabem, mas ele já nasce mutante, bem como Dentes-de-Sabre, cujo nome real é Victor Creed. As guarras de James Howlett (nome real de Wolverine) são de ossos. Ou seja, o processo evolutivo já começara nos humanos muitíssimos anos antes da história do primeiro filme X-Men.
A introdução do filme é digna de respeito. O primeiro grande trauma da vida do pequeno James, a morte do homem que o chamara de pai, a descoberta da verdadeira paternidade e vínculo mais profundo com Creed.
Ainda nesta mesma introdução cenas estilizadas de Logan e seu futuro arquiinimigo passando por guerras: A civil americana, Primeira e Segunda Guerra, e finalmente a do Vietnã. A montagem é ponto certeiro de Hood e do roteirista David Benioff (de Tróia) e Skip Woods (de Hitman).
Porque o filme pode dar certo para o grande público?
Estamos falando de um dos mais notórios personagens da Marvel. O estúdio da Fox quer atingir a maior parcela possível de pessoas. Ou seja, quer retorno imediato de verdinhas em tudo investido na película, então capricha nas cenas de pancadarias, mesmo que um tanto exageradas. E claro, aquela velha sucessão de clichês, como o amor etéreo que o mocinho sente pela esposa Raposa Negra (Lynn Collins); a perda da amada pelas mãos do inimigo mortal; o ato de vingança e o desfecho sobre tal.
Além disso, outras coisas mais como a perseguição de agentes especiais enviados por William Stryker (o ator Danny Huston) para caçar o personagem título do filme em uma sequencia tão boa quanto inverossímil culminando num Wolverine poser andando lentamente e provocando a explosão de um helicóptero ao fundo: a famosa pose de fodão!
Mesmo com a violência e destruição, há uma falta de veracidade. Se Wolverine expõe suas garras para um confronto fatal, cabeças devem rolar e muitos litros de sangue deveriam ser pincelados na tela de projeção e acredite, ele as usa. Mas não vemos isso e esse é um dos motivos que o conto pode não ser muito bem aceito pelos fan boys.
O quão fiel é a adaptação para as telonas?
Adaptar uma obra para outra mídia nunca é fácil, mesmo estando nas mãos certas – vide Peter Jackson que fez um excelente trabalho na Trilogia de O Senhor dos Anéis e ainda assim recebeu críticas negativas de leitores da obra. Mas como dito no início deste texto, houve esforço de Gavin Hood, mas isso não significa que será bem recompensado por todos.
A mitologia criada a cerca de Logan é extensa demais para um só filme. Tanto que já há planos para um novo capítulo do anti-herói. Uma das favoritas dos leitores é a ida de canadense ao Japão. Quem sabe na próxima?
Verdade seja dita. Há um número excessivo de personagens, como Gambit que é só explosão e não tem tanto peso na trama, além das cenas de combate que por mais maravilhosas que sejam, começam por nada talvez para esconder um roteiro raso, quem sabe? A resposta para tantos mutantes brotando? Filmes solo num futuro próximo ou não.
Por se tratar de uma saga muito vasta nos quadrinhos, Benioff e Woods focaram no Projeto Arma X. É lá que Logan obtém o Adamantium no corpo. Quanto a isso uma salva de palmas. A sequencia da injeção do metal líquido no corpo é bem feita, embora a versão de Bryan Singer em X-Men 2, na forma de lembranças reprimidas de Logan, sejam mais impactantes, embora que curtas. Vemos a dor da personagem de Jackman e o sangue escorrendo de suas mãos após ejetar as lâminas. Mas isso foi apenas uma simples observação mais ácida.
A montagem de Hood é coesa, direta ao ponto. Vemos a ira de um homem ao despertar, um renascer. Mas houve sim a falta da carnificina proferida pelo mutante. Os adoradores mais ferrenhos não gostarão. Olha o dedo da Fox ai de novo.
Momentos legais não faltam, mas há pontos na narrativa que distorcem personagens, como Deadpool (Ryan Reynolds). Este personagem em especial fora apresentado de um jeito bem diferente da conhecida e este detalhe talvez mais do que outros desapontamentos em X-Men Origens: Wolverine pode ser o mais gritante. E não acaba ai, cafonices mais ao final são deveras descartáveis. É ai que o filme peca novamente.
Se nunca acompanhou a construção da mitologia de Logan fique certo que poderá se divertir e dizer que ele é o cara mais legal desse planeta. Agora, se você, nerd, leitor, simpatizante, tem em sua história de vida os quadrinhos e mídias relativas ao mutante canadense, sairá decepcionado das salas de cinema.
Classificação: Legalzinho.
Escrito por Efraim Fernandes.
Direto ao assunto. Se você se pergunta se o filme é bom ou ruim, diria que dividirá opiniões, assim como X-Men 3. O diretor Gavin Hood (ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por Infância Roubada, em 2006) se esforça para contar as origens do mutante canadense, mas a sua visão incomodou os manda-chuvas da 20th Century Fox obrigando-o a fazer cenas adicionais após as filmagens principais. Isso chamou a atenção dos fãs, pois poderia dizer que havia algo de errado ali. Agora finalmente, depois de anos a história do ser de garras de adamantium.
Antes de prosseguir devo avisar que o texto trará possíveis spoilers, mesmo que leves. Então, se você não viu o filme e não quer que nenhuma surpresa seja revelada, pare de ler agora!
Ainda ai? Bom! Vamos prosseguir...
As origens no filme
Hugh Jackman interpreta pela quarta vez Wolverine, um dos personagens mais conhecidos do mundo pop e quadrinhos, a qual o ator tem muito orgulho em encarnar. Sua personagem na trilogia X-Men por vezes sobressaia e por ser de natureza um cara ao estilo bad ass motha fucker, merecia um filme solo em homenagem aos fãs do anti-herói.
A história se concentra principalmente no projeto Arma X, mas não antes de ir mais atrás, mostrando o início de Logan, na segunda metade do século XIX. Muitos não sabem, mas ele já nasce mutante, bem como Dentes-de-Sabre, cujo nome real é Victor Creed. As guarras de James Howlett (nome real de Wolverine) são de ossos. Ou seja, o processo evolutivo já começara nos humanos muitíssimos anos antes da história do primeiro filme X-Men.
A introdução do filme é digna de respeito. O primeiro grande trauma da vida do pequeno James, a morte do homem que o chamara de pai, a descoberta da verdadeira paternidade e vínculo mais profundo com Creed.
Ainda nesta mesma introdução cenas estilizadas de Logan e seu futuro arquiinimigo passando por guerras: A civil americana, Primeira e Segunda Guerra, e finalmente a do Vietnã. A montagem é ponto certeiro de Hood e do roteirista David Benioff (de Tróia) e Skip Woods (de Hitman).
Porque o filme pode dar certo para o grande público?
Estamos falando de um dos mais notórios personagens da Marvel. O estúdio da Fox quer atingir a maior parcela possível de pessoas. Ou seja, quer retorno imediato de verdinhas em tudo investido na película, então capricha nas cenas de pancadarias, mesmo que um tanto exageradas. E claro, aquela velha sucessão de clichês, como o amor etéreo que o mocinho sente pela esposa Raposa Negra (Lynn Collins); a perda da amada pelas mãos do inimigo mortal; o ato de vingança e o desfecho sobre tal.
Além disso, outras coisas mais como a perseguição de agentes especiais enviados por William Stryker (o ator Danny Huston) para caçar o personagem título do filme em uma sequencia tão boa quanto inverossímil culminando num Wolverine poser andando lentamente e provocando a explosão de um helicóptero ao fundo: a famosa pose de fodão!
Mesmo com a violência e destruição, há uma falta de veracidade. Se Wolverine expõe suas garras para um confronto fatal, cabeças devem rolar e muitos litros de sangue deveriam ser pincelados na tela de projeção e acredite, ele as usa. Mas não vemos isso e esse é um dos motivos que o conto pode não ser muito bem aceito pelos fan boys.
O quão fiel é a adaptação para as telonas?
Adaptar uma obra para outra mídia nunca é fácil, mesmo estando nas mãos certas – vide Peter Jackson que fez um excelente trabalho na Trilogia de O Senhor dos Anéis e ainda assim recebeu críticas negativas de leitores da obra. Mas como dito no início deste texto, houve esforço de Gavin Hood, mas isso não significa que será bem recompensado por todos.
A mitologia criada a cerca de Logan é extensa demais para um só filme. Tanto que já há planos para um novo capítulo do anti-herói. Uma das favoritas dos leitores é a ida de canadense ao Japão. Quem sabe na próxima?
Verdade seja dita. Há um número excessivo de personagens, como Gambit que é só explosão e não tem tanto peso na trama, além das cenas de combate que por mais maravilhosas que sejam, começam por nada talvez para esconder um roteiro raso, quem sabe? A resposta para tantos mutantes brotando? Filmes solo num futuro próximo ou não.
Por se tratar de uma saga muito vasta nos quadrinhos, Benioff e Woods focaram no Projeto Arma X. É lá que Logan obtém o Adamantium no corpo. Quanto a isso uma salva de palmas. A sequencia da injeção do metal líquido no corpo é bem feita, embora a versão de Bryan Singer em X-Men 2, na forma de lembranças reprimidas de Logan, sejam mais impactantes, embora que curtas. Vemos a dor da personagem de Jackman e o sangue escorrendo de suas mãos após ejetar as lâminas. Mas isso foi apenas uma simples observação mais ácida.
A montagem de Hood é coesa, direta ao ponto. Vemos a ira de um homem ao despertar, um renascer. Mas houve sim a falta da carnificina proferida pelo mutante. Os adoradores mais ferrenhos não gostarão. Olha o dedo da Fox ai de novo.
Momentos legais não faltam, mas há pontos na narrativa que distorcem personagens, como Deadpool (Ryan Reynolds). Este personagem em especial fora apresentado de um jeito bem diferente da conhecida e este detalhe talvez mais do que outros desapontamentos em X-Men Origens: Wolverine pode ser o mais gritante. E não acaba ai, cafonices mais ao final são deveras descartáveis. É ai que o filme peca novamente.
Se nunca acompanhou a construção da mitologia de Logan fique certo que poderá se divertir e dizer que ele é o cara mais legal desse planeta. Agora, se você, nerd, leitor, simpatizante, tem em sua história de vida os quadrinhos e mídias relativas ao mutante canadense, sairá decepcionado das salas de cinema.
Classificação: Legalzinho.
Escrito por Efraim Fernandes.
4 comentários:
Muito bom o texto, esperava poder ver esse filme nesse final de semana, mas esse legalzinho ai acho que vai me fazer esperar por ele na locadora, abraço.
Saudações do Gremista Fanático
confesso que estou ancioso para ver o filme...o Hugh Jackman se encaixa perfeitamente com o personagem do Logan...certamente será um sucesso de bilheteria...
abraço!!
Não é meu estilo preferido de filme. Devo esperar sair em DVD mesmo...
Vi no cinema...bom demais!! Gostei bastante...maas para que for ver no cinema espere TODOS os créditos acabarem..que tem filme ainda!
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