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Especial Michael Jackson - Parte 1



Por Efraim Fernandes

Eis aqui uma árdua tarefa: Escrever sobre o maior astro da música pop mundial. Michael Jackson. Declaro que sou fã confesso do trabalho dele. Para mim, especialmente na minha infância, não se tratava apenas de um artista, mas parte da minha existência, assim como de muitas pessoas ao redor do globo.

Em 1958, em Gary, Indiana, nascera Michael Joseph Jackson, homem que talvez estivesse predestinado a mudar a vida de muitos pelo dom da palavra por meio de suas composições que atingiam o cerne da alma humana, e influenciar musicalmente um grandioso número de músicos.

O pequeno Michael era filho de Joe Jackson e Katherine Scruse, e tinha oito irmãos. A educação era extremamente rígida por parte principalmente do pai, a qual com muito esforço extraiu dos filhos o talento fazendo-os excursionar e vencer concursos de talentos.

Mas foi em Michael que o pai viu grande potencial e logo se tornou o centro das atenções do Jackson 5. Tornou-se o front-man, por assim dizer, embora só tivesse oito anos de idade.



Todo o trabalho da banda gira em torno de 100 milhões de discos vendidos. E logo tiveram um grande ‘empurrãozinho’ de dois grupos. O Gladys Kight & The Pips, e Bobby Taylor & The Vancouvers que os apresentaram a gravadora Motown em 1968.

Barry Gordon era o cabeça da Motown, que foi simplesmente o supra-sumo das gravadoras, e foi ele quem os transformou em astros de proporções mundiais. Mas a confirmação oficial como próxima grande atração desta carreira se deu quando a diva Diana Ross os apresentou ao grande público.

Tito, Jackie, Jermaine, Marlon, Randy e Michael formavam a banda que encantava platéias e programas de tv com músicas sobre relacionamentos e amor. Dentre os hits mais famosos estão I Want You Back, ABC, The Love You Save e I'll Be There.

A década de 70 trouxe uma óbvia mudança no look da banda e um pouco na sonoridade, época do disco music. Mama's Pearl e Never Can Say Goodbye, Lookin' Through the Windows, Get It Together e Dancing Machine era o som ao decorrer da primeira metade desta década.

Apesar do estrondoso sucesso que era, havia certo grilhão para uma maior liberdade criativa do Jackson 5. Isso resultou no rompimento com a Motown, sendo em seguida acolhidos pela Epic. Somente Jermaine Jackson que não mudara de gravadora.

A decisão foi tomada pela Motown como rescisão de contrato o que fez a mesma gravadora ser detentora do nome “Jackson 5” e logotipo característico da banda.

Portanto, quando o contrato com a Epic foi assinada, o nome mudou para The Jacksons e Randy é quem ocupa o lugar vago. Passaram a gravar álbuns de 76 a 1984. Esta talvez seja uma das épocas que muitos guardam com mais carinho simplesmente pelos hits dançantes de Blame It on the Boogie, Shake Your Body e Can You Feel It. Neste período fica claro como nunca a edificação de Michael Jackson e uma carreira solo era simplesmente inevitável.

Trabalhos Solos

Off The Wall



Alguns dos álbuns solos se deram ainda quando estava no Jackson 5. O primeiro foi o maravilhoso álbum Off The Wall, de 1979, pela Epic. O debute de Michael Jackson teve a parceria do descobridor de talentos Quincy Jones.

O disco era dançante, refletia o som característcio da época. Uma mistura de Disco Music e R&B. As canções Don’t Stop ‘Til Get Enough e Rock With You. O álbum também conta com baladas mais românticas como She’s Out of My Life.

Thriller



O álbum é simplesmente incrível. Perdão aos leitores em escrever em primeirra pesseoa, mas lembro-me de ganhar de presente este álbum de meus pais quando ainda era um garotinho. Ao ouvir a primeira faixa, Wanna Be Startin’ Something não consegui ficar parado. Nota-se um certo flerte com a sonoridade do samba no ritmo da canção. É um belo abre alas esta música.

Thriller simplesmente chegou ao topo das paradas dos mais vendidos da América. Mas isso era apenas o começo do frenesi a cerca do álbum. Era inegável aquela altura a importância de Michael para a música, tanto que suas canções passaram a ser executadas em rádios e emissoras de tv a qual a música negra era omitida.

À exemplo, a música Beat It que tem um empolgante solo de guitarra de Eddie Van Halen, integrante de uma das famosas bandas de Rock ‘n’ Roll, Van Hallen. O rock era erronemente visto como música só para brancos, mas a participação do guitarrista Eddie fez com que rádios de rock tocassem este hit de Jackson. Logo, a influência musical do astro foi tamanha que emissoras de black music agora tocavam rock.

Na MTV, estreia o clipe Billie Jean e Michael foi o primeiro negro com música de destaque na emissora.

Por falar em video clipes, este eram um atrativo da época. Eram verdadeiramente mini filmes, muito bem produzidos. O melhor exemplo é o clipe que leva o mesmo nome do álbum. Era tudo muito inovador e atraente.

O clipe de Thriller, dirigido por John Landis – responsável pelo clássico do horror Um Lobisomen Americano em Londres - foi um dos trabalhos mais aplaudidos do cantor e peço licença mais uma vez por escrever em primeira pessoa: O clipe é foda! Simplesmente por não se tratar de imagens jogadas, mas por haver um enredo, uma narração. Início, meio e fim.

Os passos de danças, as mãozinhas arqueadas, maquiagem que nos fazia crer existir mortos-vivos, a cavernosa voz de Vincent Price - astro de outrora dos filmes de horror como Mortos Que Matam e Museu de Cera -, aliadas ao alto investimento voltados para o clipe, com direção de John Landis, e pronto. Tudo isso foi um tiro certo para Michael, já que na década de oitenta os filmes de horror à lá George A. Romero, com a temática dos mortos-vivos, estava em alta. Sem falar na clara menção de Um Lobisomem Americano em Londres, um dos sucessos oitentistas do terror que vemos logo no inicio do video musical.

Era a inovação, palavra que melhor descreve essa fase de maior valorização dos vídeos musicais, coisa que Jackson fazia de melhor.

Na mesma linha de um curta-filme, seguem Human Nature (feita em animação), Billie Jean e Beat It. Estes dois últimos bem emblemáticos pelas coreografias, cenários e ritmo facilmente reconhecidos pelo grande público.

O álbum conta com outros destaques, como Baby Be Mine, P.Y.T. (Pretty Young Thing), The Girl Is Mine ao lado de Paul McCartney e The Lady In My Life, fechando a obra de Jackson.

Com a execelência, não demorou e o álbum Thriller entrou para o livro dos recordes como o mais vendido do mundo! Há quem divirja sobre qual trabalho tem maior qualidade pela criatividade musical, se Thriller ou Off The Wall. Digo que ambos são ótimos.

E seguida o álbum Bad, de 1987, e depois o lançamento do filme Moonwalker, em 1988. A película é divertida e dançante e obviamente serviu de promoção ao álbum de Jackson.

Moonwalker



Dirigido pela trinca Jerry Kramer, Jim Blashfield e Colin Chilvers, basicamente o filme de grande musicalidade é dividido em duas metades. A primeira é como um louco video clipe, cheio de recortes, misturando a vida de Michael com o roteiro da história. Há um punhado de imagens logo na introdução. Tem a época do Jackson 5, um pouco do trabalho solo ainda na década de 70, além de uma apresentação com uma das canções mais emblemáticas e humanitárias: Man In The Mirror.

Com apenas cinco anos de idade eu estava entoando “wanna make a chance for once in my life...”. Não sabia o significado daquelas palavras, e de certa forma apesar de ser uma mera criança aquilo não me importava.

A música é linguagem universal. O tom, a melodia, o ritmo, as explosões no palco, Michael dançando e girando, as imagens de líderes mundias na tela da tv como Martin Luther King, Gandhi, Madre Teresa e outros mais. Sabia que havia um discurso de paz. Não era preciso mais nada à mim.

Na segunda parte do longa metragem, as crianças Zeke, Sean e Kate, são amigas do Rei do Pop que está na mira de Mr. Big, um traficante de drogas, interpretado por Joe Pesci. Para lutar contra a força armada dele, Michael usa de extraordinárias habilidades mágicas, a qual pode se mudar de forma, num carro ao estilo supermáquina e até um robô gigantesco.

As cenas em computação, por exemplo, em que o astro se transforma portando uma aparência metálica e por conseguinte mudando num robô altamente sofisticado, e nave espacial, são belíssimas. Altamente avançadas para época. Tecnologia semelhante podia ser vista em Tron, também um dos filmes que marcou a infância nos anos de 1980.

Mas certamente o ponto alto foi a cena da boate, icônica. Michael ao beco voltando a forma humana, trajado do estiloso terno branco e azul, e chapéu como um verdadeiro malandro da Lapa.

E por falar em malandragem, havia uma atmosfera da década de 20, de gangsters no clube. Um visual de jazz e blues. Ele ameaça tirar algo do bolso e é apenas uma moeda brevemente arremeçada a metros da juke box. A música era Smooth Criminal.

A coreografia é de fazer cair o queixo, a canção é dançante e os dançarinos, como Michael, estão emblemáticos na mecânica dos movimentos. Um filme praticamente obrigatório para os que acompanham a carreira do cantor.

A película se encerra com o astro cantando ao palco Come Together dos Beatles, numa versão repaginada, mistura de batida pop e guitarra de rock ‘n’ roll, lasers e fumaça ao palco.

Dangerous



Já nos inicio da década de 90 falava-se mais na aparência de Michael Jackson. O negro que estava virando branco. Prato cheio para os veículos de comunicação, ajudando a mitificar, ou sensacionalizar, a figura do astro. Não foi à toa que lançou em 1992 o álbum Dangerous.

A esta altura a parceria de doze anos entre o descobridor de talentos Quincy Jones e o rei do pop já havia terminado e nascia o acordo com a Sony. O álbum foi o mais vendido da década de 90 na categoria artista masculino.

Os singles foram Black And White, Remember The Time, In The Closet Jam, Give In To Me, Who Is It, Gone To Soon, Heal The World, além da canção Will You Be There, tema do filme Free Willy.

Agora, mais do que nunca Michael virou uma marca. Vídeo clipes estilizados e sempre com alta tecnologia, inúmeras matérias na tv, como no dominical Fantástico e outros da MTV gringa e brasileira. Foi dele a quarta colocação de um dos programas de tv mais visto no mundo ao ser entrevistado por Oprah Winfrey.

Apesar do acordo com a Sony para Dangerous e da massificação nos meios de comunicação que o fez uma figura pop grandiosa, a maioria de suas músicas, como dito no decorrer deste texto, não soavam de maneira pré-fabricada como de muitos artistas tidos como pop (entendam como algo a ser vendido e consumido rapidamente).

De todos os singles, o que mais marcaram foram Black And White dirigido por John Landis, Remember The Time com Spike Lee, e In The Closet trazendo Herb Ritts, devido aos seus respectivos vídeos musicais. A primeira música trazia no clip a participação de MaCauley Culkin e a então novidade da técnica do morphing, que consistia em mudar a fisionomia das pessoas, o que serviu extremamente bem a letra da canção.

Sem falar nas polemicas cenas pós- clipe, a qual uma pantera anda a noite por uma rua deserta, se transformando em Michael. O motivo do clipe, ou melhor, das cenas pós-clipe, serem tão polemizadas devem-se a coreografia do astro. Os movimentos traziam certa conotação sexual, além de cenas em que o astro gritava – ato característico dele - e quebrava carros e garrafas, chutando ao dançar ou portando um taco de beisebol e pé-de-cabra em mãos. E as coisas se intensificaram mais já que fora a época dos escândalos sexuais envolvendo o rei do pop.

Remember The Time, talvez o que tenha usado efeitos mais elaborados, traz na direção ninguém menos do que Spike Lee, além da participação de Eddie Murphy e Iman Abdulmajid, como faraó e a rainha, e do jogador de basquete Magic Johnson.

Por fim, In The Closet brindando os espectadores com a belíssima Naomi Campbell. O clipe muito sensual, em preto-e-branco e em nmomentos com tom sépia. O diretor deste vídeo, Herbie Ritts, é um dos fotógrafos de maior sucesso da década de 80, e já fez belíssimos trabalhos. Como foco sempre o ser humano em muitas imagens em p&b, até mesmo algumas envolvendo nudez de forma sensual, com bom gosto.

Sensualidade é algo que Ritts sempre explorou. Ele de fato as buscava em seus trabalhos fotográficos e em clipes que dirigiu como Cherrish, da Madonna e o eterno hit clichê Wicked Game, de Chris Isaack.

Ritts morrera em 2002 devido a complicações no coração. Caso queiram acompanhar mais do trabalho dele, acessem http://www.herbritts.com/

E eu fui um deles, que dançou, cantou, vocalizou a marca registrada do cantor que era o grito agudo. Fui um dos que chutou o ar, arregaçava as mangas, atirava o chapéu para o lado, vestia meias brancas e fazia o moonwalker. Foi-se o homem e fica o mito, porque Michael Jackson ficará para posteridade se tornando uma onda que ecoa na eternidade!

Escreveu Efraim Fernandes

2 comentários:

Julia Macarenna disse...

Uh haja historia do MJ, o bicho eh um sucesso!

Wh sucesso :D

to de blog novo
to seguindo aki
beeijos

Saulo disse...

Que legal o texto, heim.

Foi um dos maiores cantores que já vi na minha vida.

Michael Jackson era fantástico!