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O futebol não é mais onze dentro de campo


Não, ninguém está querendo aumentar a quantidade de jogadores titulares num time de futebol. Mas o jogo entre São Paulo e Fluminense, serve como um excelente exemplo para um fato que está ficando cada vez mais forte no futebol brasileiro e mundial.

Antes de tudo, segue um questionário com perguntas e respostas curtas, porém profundas. Na seqüência a explicação.

Hoje ainda existe time bobo? Sim.

O Campeonato Brasileiro está nivelado? Sim.

Então isso significa que as equipes (a maioria) estão em pé de igualdade para título e classificação a Libertadores? Não.

Então temos aquelas que são melhores e aquelas que são piores? Sim.

Ontem na transmissão do jogo entre os tricolores (carioca e paulista) o narrador Luis Roberto (TV Globo) disse que só no Brasil o campeonato começa com 15 candidatos ao título. Ele está certo? Não.

E o técnico? Ganha jogo? Apenas em momentos específicos.

Provavelmente alguns não vão entender as respostas sem argumentos acima. Outros, de pronto, já irão discordar. Mas vamos aos fatos.

O campeonato longo

Inicialmente, se a gente fala que num campeonato de pontos corridos apenas alguns times (três, quatro, no máximo cinco) vão disputar o título por terem condições de se manterem no certame com um time competitivo até o fim, passando pela janela de transferência sem sofrer profunda perda técnica, cai por terra a “lenda” dos 15 candidatos ao título. Isso era na época do mata-mata...

A longevidade do Brasileirão, com sua duração alcançando a duração de uma gestação – se um casal tem relações a ponto da mulher engravidar no início do campeonato, ao seu fim, o bebê provavelmente estará nascendo – fez com que algumas análises básicas e superficiais também deixassem de ser verídicas. Não dá pra apontar um time como superior ou inferior, apenas olhando os jogadores que entram em campo. Um ou outro pode aparecer com um talento acima dos demais, mas se ele não for logo pra Europa, vai se transformar num caso raro do futebol brasileiro atual.

O São Paulo, na sua trilogia de títulos (06, 07 e 08) não tinha nenhum jogador que desequilibrava. Mas construiu uma soberania sobre os clubes do país.

Jogadores virando operários

Daí explica-se o título desse texto. Os jogadores que entram em campo, estão deixando de ser os responsáveis diretos pelas conquistas ou derrota dos clubes, para se tornarem apenas operários (se quiserem um radicalismo: “detalhes”). Assim como os técnicos. Alguém teria a audácia de dizer que Ricardo Gomes é tão bom como Muricy Ramalho? Agora, alguém teria a coragem de duvidar que ele possa repetir o feito do atual treinador palmeirense, que foi campeão com o São Paulo tendo um time, digamos, comum?

O São Paulo e o trabalho interno

E o Tricolor do Morumbi não precisa chegar ao seu quarto título seguido para tudo isso ser confirmado. O time é praticamente o mesmo do início do ano, que foi incapaz de sequer chegar a final do Paulistão. Não mudou muito desde o insucesso na Libertadores. Mas está aí, subindo cada vez mais no Nacional e pela primeira vez, encosta de verdade no líder Palmeiras (momentaneamente, já que o Goiás ainda joga). E não podemos dizer que o Ricardo Gomes está “ganhando os jogos”. Ele não está fazendo nada demais, a não ser manter um trabalho de alguns anos.

A existência de times bobos no Brasil

E também podemos concluir que, pelo menos no nosso país, ainda existe time bobo.

É bobeira achar que apenas contratando um atacante caríssimo, o time “vai voar”. O Flamengo com Adriano, está cada vez mais sem perspectiva no Brasileirão. O Fluminense que fez uma incrível festa com a chegada de Fred, é candidato cada vez mais certo, ao rebaixamento. Enquanto isso, o Tricolor do Morumbi tem Dagoberto, Borges, Washington... Não que eles sejam ruins, mas também não são excepcionais. Ninguém do time do Morumbi é excepcional.

Portanto, os onze titulares não resumem a condição de uma equipe ser campeã brasileira. Estamos vendo emergentes conseguirem boas vitórias na elite do futebol. Barueri em 7°, Avaí em 8°. Alguém apostaria nisso? Paralelamente, alguns “grandes” estão passando vergonha.

Para ser campeão...

O trabalho interno é quem dita e permanecerá ditando os vencedores. Quem tem C.T; Departamento Médico em pleno funcionamento; profissionais trabalhando sem pressão por resultados imediatos ou preocupação por não terem seu salário depositado no dia certo (incluindo aqueles que não aparecem na frente das câmeras); quem consegue trazer sua torcida para junto do time; quem não faz burradas administrativas que atrapalham a todos, até mesmos os (operários) que entram em campo; enfim, quem acerta na medidas internas, é o verdadeiro candidato ao título.

Um jogo, uma jogada, um jogador... Nada disso é tão capaz de definir alguma coisa. Tudo vem em decorrência de acontecimentos de meses e meses. Anos e anos. Dentro de campo, todos são “iguais”. Fora de campo, existem as diferenças e é aí, que se conquista o título de campeão brasileiro.



[Fotos: Agência O Globo]

14 comentários:

Gremista Fanático disse...

Cara matou a pau na postagem , assino embaixo tudo que disse.
Acho que o São Paulo achou a formula certa de ganhar o Brasileiro e não quer dividir com ninguem. Eu já tenho a plena certeza que esse titulo sera do São Paulo o Lyon brasileiro, abraço.
Saudações do Gremista Fanático

Michel Farias disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Michel Farias disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Michel Farias disse...

Você falou tudo, mas tenho algumas dúvidas, clubes como Atlético Paranaense, Coritiba, posso citar até o Goías, apontados como clubes de uma boa estrutura, que tem CT,tem estádio,torcida, paga em dia e tudo mais, não conseguem ser campeões pelo menos uma vez na vida ou uma libertadores?

Poderia citar mais clubes...
E muita das vezes esses clubes estão brigando para não serem rebaixados, a exceção do Goías esse ano, pq anos anteriores sempre brigou para não cair.

Abraço!!

Wilson Oliveira disse...

Caro amigo e companheiro de DEBATSPORTS, Michel,

É verdade que esse times possuem suas estruturas. Mas se somarmos todos os fatores, eles não chegam, por exemplo, ao padrão do Inter, menos ainda ao padrão do São Paulo.

É como eu costumo dizer, o futebol brasileiro está se afunilando. Não basta ter três jogadores estrelas no elenco, ou ter um C.T (C.T o Flamengo também tem), mas é preciso um conjunto de fatores extra campo. O São Paulo tem...

Abraço!

Michel Farias disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Michel Farias disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Michel Farias disse...

Uma resposta que ainda não me convenceu, até pq não digo q clube estruturado tem q ser o campeão mas uma posição honrosa no minimo teria q ter, pelos fatores que vc e eu mesmo falamos,(CT,estruturas e etc..), e nem sempre vemos isso

Abraço!!!

Mestre Benicha disse...

Fala WH, acho que vc falou tudo.

O São Paulo é um TIME, de fato. Joga focado no coletivo, sem estrelismos individuais.

Acho que esse espírito é a principal força do São Paulo nos brasileiros.

Estrutura vários clubes tem, mas o São Paulo é o unico time do campeonato que joga dessa forma.

Visite também o Rio Futebol, se puder!
Grande abraço,

Leonardo Resende
Rio Futebol
http://riofutebol.blogspot.com
adm.riofutebol@gmail.com

cesar afonço disse...

Só discordo da parte do Adriano e Flamengo... Se o Fla já tá ruim com o Adiano, estaria pior sem ele.

MAs concordo contigo, os times gastam fortunas com um ou dois jogadores e fazem campanhas medíocres.

vlw abç

Pedro Franco disse...

Flu vai cair esse ano o time está muito ruim!
Abraços

Saulo disse...

Um Tricolor em alta e o outro em baixa.

Rafaela Andrade disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rafaela Andrade disse...

Nossa, muito bom seu post. Adorei.
Concordo contigo. Acho que tudo é muito planejamento, que o digam principalmente o Avaí, um time que ninguém colocava fé.
E o São Paulo que destruído pela mídia e até por alguns torcedores.
Fala muito sério, né?

Um abraço
Rafaela
www.apenasumponto.blogspot.com