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A relação da mídia com alguns clubes


Esse texto ficou arquivado para ser postado um tempo depois. Todo o conteúdo que você verá abaixo é em decorrência de um post do blog Sou Cruzeirense, onde o tema central era a derrota do Cruzeiro para o Estudiantes na final da Taça Libertadores da América.

No texto do blog cruzeirense, nosso amigo e parceiro Carlão Azul, reclama quanto a falta de força midiática de sua equipe em detrimento a força que o rival, Atlético-MG, possui. Na sequência, ele chegou a sugerir que o Cruzeiro se transferisse para o Estado de São Paulo ou do Rio de Janeiro, o que na visão deste que vos escreve não resolveria o problema de mídia.

A lógica vem toda da questão mercadológica. A busca incessante pelo lucro faz a mídia querer agradar a maioria. Até acho que seja um viés errado. Seria bem mais lógico buscar a igualdade perante todos agradando não apenas aqueles que participam dos mais populares, como aqueles que não participam. Mas tudo isso, estou dizendo no caso do "eixo".

Tanto em Minas como no "eixo" (RJ e SP) existem esses tipos de reclamações. Da mesma forma que "se criou" a Galopress, também criaram a Flapress e a Timãopress...

Então caso o Cruzeiro fosse tomar um lugar no eixo, esse tipo de reclamação só mudaria de forma, nome e localidade...

Nessa quarta-feira tivemos um exemplo claro de que algumas escolhas, do ponto de vista futebolístico, parecem um tanto anormais. Tendo o Botafogo jogando em São Paulo, contra o Tricolor paulista, no Morumbi, a Rede Globo de televisão preferiu colocar no horário de transmissão, Goías x Flamengo. Certo? Errado?

Não resta dúvida nenhuma que o interesse primordial da televisão detentora dos direitos de transmissão do Brasileirão é o de agradar a maioria. Se a torcida do Flamengo é maior que a do Botafogo, então colocam o jogo dessa equipe mais popular.

Mas também há um lado perigoso nisso tudo. Com isso abrem-se dois precedentes. Um é que os torcedores que não sejam nem de Flamengo e nem de Botafogo, podem não assistir o jogo escolhido, por acharem a partida desinteressante. Talvez no caso de se passar São Paulo x Botafogo, vascaínos e tricolores tivessem uma vontade maior em assistir a partida.

Outra questão, bem mais perigosa, é o cruzamento dos interesses do time "queridinho" da TV e os interesses da própria TV. Muita gente (principalmente torcedores rivais) afirma com toda certeza que vitória do Flamengo (no RJ) e vitória do Corinthians (em SP) é algo que satisfaz os anseios da televisão. Mas cabe lembrar, que quando essas equipes entram em crise, também há um "espetáculo midiático" acerca dos acontecimentos.

A conclusão que se pode tirar diante de tudo isso que já vimos, vemos e ainda vamos ver, é que de fato, Flamengo e Corinthians, por representarem a segmentação de uma imensa gama de telespectadores (clientes) são os preferidos para aparecerem na telinha, mas não necessariamente em caso de vitória. A derrota desses times também é caso de festa para a mídia.

11 comentários:

Julio disse...

Mas não adianta usarmos sensatez com os teóricos da conspiração...pra eles o Flamengo é SÓ beneficiado.

Bom post.

SRN abraço

Anônimo disse...

saiu dahora esse texto , gostei mesmo heim!!

parabéns!!!

falowww

Anônimo disse...

saiu dahora esse texto , gostei mesmo heim!!

parabéns!!!

falowww

Unknown disse...

e o mais engraçado eh q aqui em minas o torcedor atleticano diz a mesma coisa do cruzeiro.
rodrigo souza blog esporte total bh

Saulo disse...

Vai me desculpar os flamenguistas, mas a Globo é muito puxa saco do Flamengo só porque tem a maior torcida.

É jogo direto do Flamengo. É difícil passar um jogo do Fluminense, Botafogo e até do Vasco quando estava na elite.

É uma coisa incrível. Não é a toa que a Globo se chama agora GLOBOFLA.

Unknown disse...

realmente o que interessaa a midia, ou melhor ao canal 5, é a audiencia,ou seja, jogos que atraiam o maior publico possivel.Porem por muitas vezes, ela deixou de passar um classico como o Sansão, para passar um outro jogo qualquer.Ao mesmo tempo de haver um certo puxa-saquismo a uma certa burrice por parte deles.

abços

Michel Farias disse...

Capitalismo!

Anônimo disse...

...

Zêro Blue disse...

Wilson, primeiramente obrigado por enfocar esse assunto que tanto me interessa e mais ainda sou-lhe grato por linkar e citar nosso blog.

É certo, certíssimo que esse texto meu referenciado aqui foi escrito ao sabor amargo da conquista do vice-campeonato das Américas, que embora desvalorizado na nossa cultura, não é pouca coisa não. Sabe bem quem já chegou lá e quem já passou do vice, como nós mesmos por 2 vezes.

Mas eu não posso dizer que minha idéia não seja no mínimo interessante. Realmente a coisa em Minas é diferente. Não adianta que eu descreva fatos, cite links, ou reuna evidências aqui, pois ainda assim não conseguiria talvez convencer alguns de que em Minas REALMENTE É DIFERENTE. Tem que ler jornais diariamente ou pelo menos aos domingos, ouvir rádios de BH com regularidade, acessar sites e assistir programas televisivos pra entender o que se passa.

É algo complexo. Começou com a fundação do Time de Vespasiano em 1908 por estudantes (naquele tempo supra sumo da elite), e além disso o clube praticamente nasceu como o 1º de BH que tinha cerca de 10 anos somente, ou seja o clube preto e branco nasceu junto com a cidade, isso é relevante pois explica o "carinho" que a mídia tem pelo mesmo. Por décadas o clube foi o maior de MG e absoluto na capital. Mas em 1921 nasceu o Cruzeiro, fundado pelo proletariado e ainda formado por imigrantes italianos. Gente que não tinha nenhuma posse e nem prestígio na sociedade. Se isso só não bastasse ainda veio a 2ª guerra mundial, quando o clube começava a ameaçar o reinado do time preferido da mída mineira. Nessa guerra os italianos eram aliados de Hitler e isso explica que o clube começou a sofrer uma forte campanha difamatória e discriminativa e que culminou até com a mudança do nome de Palestra Itália para Cruzeiro.
Mas a força do trabalho dos imigrantes, a determinação e a perseverança fizeram o Cruzeiro crescer e aos poucos se firmar tanto no cenário esportivo da capital quanto no Estado de Minas. O Brasil como Minas iniciava um processo de explosão demográfica e como a distribuição de renda sempre foi caótica em nosso país a classe operária e pobre explodiu. O Cruzeiro, até aí sempre representou os excluídos, os proletários, os desclassificados, por isso começou a receber a simpatia da maior e mais pobre parte da população (isso até hoje pode ser comprovado, sobretudo em BH, as classes de maior poder aquisitivo tem menos torcedores celestes).
E veio o ADVENTO DO MINEIRÃO.
Com a inauguração do Mineirão, que coincidiu com uma exuberante formação do elenco do Cruzeiro, começamos alí uma caminhada para o golpe final no rival. À partir dali o Cruzeiro que já a estas alturas deveria ser o time mais popular no estado (não tenho dados sobre isso) começou a ganhar a adesão de novos torcedores na capital.
O grandioso feito de Tostão e Cia Ltda., ao vencer o todo poderoso e mundialmente respeitado Santos de Pelé e Cia., deu ao Cruzeiro uma "resplandescente" imagem mundial.
Depois desse marco na história celeste, em Minas só deu Cruzeiro, e já em 1976 conquistávamos a LIBERTADORES que desde 63 (conquista do Santos de Pelé), o Brasil não conquistava.
Com esse sucinto relato da história do Cruzeiro quero que compreendam o porque do comportamento da mídia em Minas.

Uma exemplar conduta desse comportamento é a CONSTANTE perseguição ao nosso técnico Adílson Batista. Ele tem números históricos no clube. Há muito tempo (desde 2003) o Cruzeiro não tinha um técnico tão eficiente, tão bom, e por esse motivo a galopress o combate com tanta veemencia.

C0NTINUA.......

Zêro Blue disse...

C0NTINUAÇÃO:

A suposição que fiz, meu caro WH, pode a seu modo de ver não surtir efeito, mas para mim seria muito interessante. Por mais que não fossemos muito vistos na mídia, por mais que AINDA não tivéssemos o destaque merecido da tv, do rádio e dos joranis, pelo menos não seríamos perseguidos. Não teríamos campanhas da mídia para desestabilizar constantemente nosso elenco. Não teríamos comentaristas detratando nosso técnico nas rádios. Não teríamos mensagens subliminares embutidas nas manchetes e matérias dos principais jornais de Minas.

Só por isso já seria lucro.

Esse assunto é muito interessante e envolve muita coisa, as emissoras tem por um lado além do direito de buscar a melhor programação sob o aspecto do lucro, a obrigação, afinal é o lucro que sustenta as empresas. Por outro lado elas são concessionárias, (no caso das TV's) e como não são donas do seu canal (apenas tem permissão do governo para operarem) talvez tivessem também de levar em conta o aspecto da igualdade de exposição das agremiações esportivas. Mas como disse o assunto é muito complexo, polêmico.

Na minha opinião eles poderiam dar mesmo um destaque aos clubes de maior torcida (aqui em MG seríamos até beneficiados, hehe), mas não tanto pois assim corremos o risco de polarizar as torcidas e não darmos chances aos pequenos e médios times de crescerem.

Essa mudança que nós torcedores pretendemos teria de partir dos clubes de futebol. Eles são os atores protagonistas dos espetáculos, eles tem de impor uma maior distribuição que atenda a mais clubes. Eles é que tem de incluir no contrato que vendem para transmissão dos jogos algo que obrigue a emissora a exibir maior diversidade de jogos e não só de Corintiãs(!) e Flamengo.


Um abraço amigo.

Jefferson freire disse...

WH, excelente texto. Todos sabemos que a imprensa não faz favor a ninguém, ela sempre busca o lucro e a exposição para atrair anunciantes. É claro q como Flamengo e Corinthians têm a maior torcida, a mídia vai transmitir e noticiar mais sobre estes clubes.

Só não concordo com os q afirmam q a imprensa "arranja" resultados e só ganha quem é do interesse deles. Se for por isso, onde estava a conspiração no Flamengo e Santo André?

Abção Wilson, postei lá no MFC sobre a pliticagem.

Abção