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Entrevista concedida ao Esquadrão Interativo


Foi com muita alegria e satisfação que ao final de 2009, este blogueiro que vos fala cedeu uma entrevista ao amigo Adriano Garcia, também blogueiro, do site Esquadrão Interativo.

E ficam aqui os agradecimentos à Marcela Semler do blog Nação Gigante – também conhecida como Marcelinha Colorada – que foi quem indicou este blogueiro ao Adriano Garcia para essa entrevista.

Como o “Futebol, Música, Etc” é um defensor total da interatividade dentro da blogosfera, óbvio que não poderíamos deixar de publicar na íntegra essa entrevista. O tema foi o time de coração deste que sempre posta aqui neste blog. Confiram:

Esquadrão Interativo - Adriano Garcia: Como surgiu seu Amor pelo Flamengo?

Wilson Hebert: Desde que eu me entendo por gente, já sou flamenguista. E com certeza isso nasceu de influências do meu pai. Sem contar que nasci em 87 com o Flamengo sendo campeão da Copa União e em 92, quando eu começava a ver alguma coisa de futebol, o Fla novamente foi campeão. E desde cedo meu pai me levava ao Maraca pra ver jogos do flamengo. Não teve como fugir.

Esquadrão Interativo: O que você pensa, em relação ao polêmico ano de 1987?

Wilson Hebert: No dia 15/12/09, eu publiquei no Pitacos do Bodaum, um post exatamente sobre esse assunto. Faz parte de uma série de postagens sobre todos os Campeonatos Brasileiros, desde o de 1971. E como eu disse lá no post, considero tanto Sport como Flamengo campeões. Os dois disputaram seus torneios e os venceram.

Acontece que se não fosse o Clube dos 13, em 87 não teríamos campeonato nenhum e o Sport não teria nem o que disputar, muito menos conquistar.

Esquadrão Interativo: E uma final, como era previsto pelo regulamento. Não seria a melhor saída?

Wilson Hebert: Olha, eu acho uma coisa relativa. A CBF tinha feito uma bagunça tremenda em 1986 na organização do Campeonato Brasileiro daquele ano. Os clubes, dentro do seu direito, quiseram dar um basta na incompetência da Confederação Brasileira de Futebol em organizar os Campeonatos Brasileiros, assim como os patrocinadores (Coca Cola, Globo e Varig), não confiavam mais na CBF, tanto que cancelaram os contratos de patrocínio.

Com isso, a CBF anunciou que estava sem grana pra fazer o Brasileirão de 87, e assim nasceu o Clube dos 13. Os grandes clubes não poderiam simplesmente ficar um ano sem jogar um campeonato nacional. Ai depois que a Copa União, feita pelo C13, já estava rolando e sendo um sucesso, ai a CBF, quase falida, quis se meter no meio e tirar proveito.

Eu acho que a decisão do Clube dos 13, de não se misturar com o campeonato (mais uma vez bagunçado) da CBF, foi acertada.

Esquadrão Interativo: Qual foi o seu melhor, e o pior momento como torcedor do Fla?

Wilson Hebert: Como eu passei a acompanhar futebol pra valer somente a partir da Copa do Mundo de 94, meu melhor momento foi esse ano com a conquista do Brasileirão. Embora o tri carioca em 2001 com golaço do Pet de falta aos 47 tenha sido bem mais emocionante.

E o pior momento foi a eliminação nas oitavas de final da Libertadores de 2008 contra o América do México com um gol do Cabañas de falta em pleno Maracanã.

Esquadrão Interativo: Você não viu Zico jogar. Quem é o maior ídolo que você viu com a camisa do Flamengo?

Wilson Hebert: Essa eu respondo facilmente. Com certeza foi, e é, o Petkovic.

Eu diria ate que o Pet só está atrás de Zico e do Junior e ao lado do Andrade no ranking de ídolos do Flamengo.

Esquadrão Interativo: Ao lado do Andrade?

Wilson Hebert: Sim. O Andrade cresceu muito nesse ranking apos ter vencido o Brasileirão do ano passado como técnico. Sem contar que ele participou da maioria das conquistas de campeonatos brasileiros do Flamengo, só não estando presente na de 92.

Esquadrão Interativo: Como você explica essa identificação do Petkovic com o Flamengo? Ele era considerado por (praticamente) todos, acabado para o futebol. E arrebentou esse ano no Flamengo...

Wilson Hebert: Quando ele chegou ao Flamengo no meio do ano passado, ele já tinha toda uma historia no clube e nunca escondeu ser torcedor rubro-negro. Esses dois motivos já fizeram a torcida ter uma boa aceitação. O discurso do Flamenguista era: "mesmo que não jogue nada ou que nem entre em campo, é o nosso idolo". Mas acontece que dentro do clube tinha muita gente que alem de não acreditar no Pet, foi contra a sua contratação e o tratou muito mal na Gávea. O Pet fez disso um motivo a mais pra entrar em campo e arrebentar. Pra sorte dos flamenguistas, ele conseguiu.

Esquadrão Interativo: Do Vinho pra Água... Fale sobre alguém que você não quer ver nunca mais pisando na Gávea.

Wilson Hebert: Espero que o Edmundo Santos Silva (o pior presidente da historia do Flamengo) nunca mais pise na calçada da Gávea. Gostaria que ele nem vivesse mais no Brasil, se possível.

Esquadrão Interativo: O futebol carioca realmente se apequenou muito por culpa da incompetência dos gestores, inclusive o próprio Flamengo já foi vítima disso. As más gestões são responsáveis pela condição do RJ de já não ser o segundo melhor futebol do País?

Wilson Hebert: Com certeza. Se a gente for analisar na Seleção, nos grandes clubes do país, e até no exterior, sempre temos jogadores nascidos ou formados por aqui. Ou seja, o carioca não desaprendeu a jogar futebol. A decadência do futebol do Rio é 100% culpa dos dirigentes. E o Flamengo só não está na situação do Botafogo (sem força política), por exemplo, por causa da sua torcida.

Esquadrão Interativo: Fale sobre a diferença básica entre ver seu time no Estádio em relação á TV.

Wilson Hebert: No caso de ver o jogo no estádio, você faz parte do jogo, do espetáculo, você está na atmosfera da partida, você pode empurrar o time, você pode cobrar, fazer festa, cantar, enfim... Você está vivendo aquilo ali.

Mas vendo pela TV você não passa de um mero telespectador. E acho que o sofrimento pelo TV nem é o mesmo, porque a qualquer momento você pode desligar a televisão.
Já no estádio, não, você é obrigado a sofrer o momento todo.

Esquadrão Interativo: A Violência nos estádios do RJ está mais bem controlada do que em SP, por exemplo?

Wilson Hebert: Se for falar no ESTÁDIO, sem duvida que está mais bem controlada. No Maracanã, por exemplo, a polícia conseguiu encontrar um esquema ideal pra controlar as brigas (mas é claro que o jogo Flamengo x Grêmio no ultimo Brasileirão foi um caso a parte até devido aos ingressos falsos). Mas se for falar nas proximidades dos estádios, ai o RJ ta tão mal como SP.

Esquadrão Interativo: Fale um pouco pra gente, sobre as teorias que fazem em relação á Globo, CBF, STJD e Flamengo. É tudo conspiração, ou até que tem lógica nisso?

Wilson Hebert: Desses ai, o mais absurdo é o do STJD. O tribunal é totalmente sem critério NENHUM pra penalizar alguém e faz besteira atrás de besteira contra e a favor de TODOS os times. Com o flamengo não é diferente. No ano passado o Juan pegou um gancho sem merecer...

Com relação a Globo, além de ser uma emissora da cidade do Flamengo, como uma empresa que trabalha pro público, lógico que ela tenta agradar a maioria. Mas eu não acho que um canal de TV mude o resultado por causa disso, ate por que, se fosse assim, o Flamengo não ficaria 17 anos sem ser campeão brasileiro.

E com relação a CBF, se fosse pra ajudar o Flamengo, já tinha considerado nosso titulo de 87 há muito tempo.

Esquadrão Interativo: Como você enxerga o ano de 2009? O saldo foi totalmente positivo?

Wilson Hebert: O ano de 2009 foi bom. Por mais que ganhar Campeonato Carioca não seja mais tão conceitual, não deixa de ser um motivo de festa pra torcida, ate pela rivalidade aqui no Rio.

Na Copa do Brasil, quase chegamos a final. O Inter penou muito pra conseguir nos eliminar lá no Beira-Rio, com um gol de falta do Andrezinho aos 45 do segundo tempo.

E por fim, campeão brasileiro...

Quer dizer, não foi bom, foi excelente!

Esquadrão Interativo: E para 2010, o que o torcedor do Flamengo pode esperar? E como é a perspectiva de jogar o Cariocão com reservas? Ou isso não existe na Gávea?

Wilson Hebert: Os torcedores do Flamengo mais clubistas (e são muitos) não aceitariam o time jogar um carioca com reservas. Nem passa pela cabeça desses flamenguistas perder um jogo decisivo pro Botafogo, Fluminense ou pro Vasco. E eu discordo disso. Acho que Libertadores tem que ser prioridade.

E com relação a contratações, eu to preocupado. A diretoria só quer saber de renovar com os jogadores desse ano, sendo que o time tem suas carências e nem falam de contratar reforços. No meio do ano, é obvio que vai sair uma penca do Flamengo, ou seja, provavelmente teremos um time fraco no segundo semestre, caso a diretoria não dê a mesma sorte dos últimos três anos que é a de contratar perfeitamente no meio do ano.

Esquadrão Interativo: Pra encerrar. Defina seu amor pelo Flamengo.

Wilson Hebert: Quando o flamengo foi campeão brasileiro no ano passado, fiz uma poesia chamada "Ser Rubro-Negro". Ela resume:

Ser Rubro-Negro é viver intensamente cada grito de gol;
É sofrer a cada gol sofrido.
É comemorar o sabor da vitória com alegria e autenticidade;
É lamentar cada derrota com a dor de algo pertencente à própria vida.

Ser Rubro-Negro é saber que fazes parte de um povo único;
Pessoas bonitas, pessoas desdentadas;
Pessoas ricas, pessoas pobres;
Pessoas brancas, pessoas negras;
Do mais alto executivo ao gari,
Da mais alta autoridade ao porteiro;
Mas que no cultivar do mesmo objetivo,
Todos se unem e formam uma só Nação.

Ser Rubro-Negro é acordar domingo, de manhã;
Com alegria de vestir o manto sagrado;
É cancelar compromissos profissionais de extrema importância;
É encarar um trem lotado debaixo de um sol escaldante;
É chegar ao Maracanã com a satisfação de uma paixão compulsiva.

Ser Rubro-Negro é torcer pro Flamengo;
É no olhar de uma humildade sem igual poder ouvir "sou Framengo";
É orgulhar-se de ser Fla, é satisfazer-se em ser Mengo;
É não se ausentar, é ter empenho;
É pulsar o pulso vermelho e preto a cada instante
Em todo momento.

Ser Rubro-Negro é não distinguir religião,
Não diferenciar classe social,
É igualar pátria, é ter fé, é ter crença;
É acreditar, é orar, é pedir, é implorar;
É rezar para todos os santos como a tradição nos manda;
É sempre enxergar uma luz sem nunca perder a esperança.

Ser Rubro-Negro é ter a consciência que
O Clube de Regatas Flamengo pode ser um vulcão;
Um vulcão que talvez, possa estar adormecido;
Mas que a qualquer momento pode entrar em erupção;
Pode atravessar toda e qualquer adversidade;
Mas nunca se desacostumará com um grito único;
O grito de é campeão!

=====

Essa entrevista foi publicada no site Esquadrão Interativo no dia 19 de dezembro de 2009.

3 comentários:

Fernando Gonzaga disse...

grande estrevista Wilson...

coincidentemente também comecei minha paixão pelo Botafogo naquele mesmo campeonato de 1992, só que prefiro nem lembrar da final....

abraço!!!

Lucas disse...

oi! quer trocar de link cmg? espero sua resposta la no meu blog www.palmeirasaovivo.com.br

AF Sturt Silva disse...

Legal a entrevista.

só dois pontos:

Sobre 1987,ainda tem a questão do Eurico Miranda.Mas eu não defendo os dois campeões,mas tudo bem.Mas o que não pode é excluir os 16 clubes ou treze grandes e considerar um campeão que ganhou uma competição que eles não participam.Isso é meio ridiculo é o "golpe legal" dado na brecha das injustiças da legislação.
Outra coisa seja á ser lamentável os torcedores de outro times não recocherem o titulo do flamengo.Será que seus clubes ganhasem vcs não reconheceria?

QUEM QUISER SABER MAIS, TEM UM TEXTO IMPARCIAL ,SOBRE O ASSUNTO, BOM ,ASSIM COMO O DO WILSON QUE PODE SER ACESSASO POR ESSE LINK AQUI:
http://confionomengao.blogspot.com/2010/01/sobre-1987.html