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Presente para a Fiel corinthiana


Por Wilson Hebert

Motivo: Campeonato Brasileiro de 1976.
Local: Maracanã-RJ
Data: 17 de dezembro do referido ano.
Horário: 17h00.

Jogo válido pelas semifinais, onde o vencedor faria a grande finalíssima com o Internacional. Tudo seria normal em mais uma partida decisiva entre um time carioca e um paulista no Maracanã, não fosse a provocação dupla do presidente do Fluminense feita a torcida corinthiana.

Primeiro, Francisco Horta provocou a Fiel dizendo ser questionável o real tamanho da torcida. E investindo na provocação, disponibilizou cerca de 70 mil ingressos a torcida do time paulista, fazendo questão de entregá-los pessoal ao presidente rival à época, Vicente Matheus.

Para presentear os torcedores do Timão nesse centenário, o Futebol & Variedades divulga o depoimento de “Seu Antônio”, um torcedor tricolor que esteve presente na memorável “Invasão Corinthiana”. Esse é um trecho do especial também produzido por esse que vos escreve, relembrando a história do Campeonato Brasileiro, no blog Pitacos do Bodaum.

“Foi um domingo completamente diferente no Rio de Janeiro. Pela manhã, eu e minha esposa pegamos meu Fusca e saímos de casa (no bairro da Glória) a caminho da praia do Leblon. Era comum a gente ver muito ônibus de viagens, já que na Zona Sul do Rio de Janeiro, ainda mais naquela época, não havia dia certo pra chegada de turistas. Mas aquele dia específico estava diferente.

Chegando à praia, já fiquei nervoso. Tive que deixar meu carro numa distância imensa de onde costumava ficar. Eu tinha um local certo na areia pra colocar minha barraca e uma área determinada pra parar meu carro. Na orla, um congestionamento terrível. Era ônibus que não acabava mais. Uma fila interminável. Uns estacionados no encostamento e outros chegando. Pensei que não fosse parar de chegar paulista no Rio de Janeiro naquele dia. Eles atrapalharam demais o trânsito. Muito carioca deixou de ir à praia aquele dia com certeza. Na areia também, só dava branquelo com camiseta preta escrito Gaviões da Fiel nas costas.

Lembro que perto de alguns quiosques, eles deixaram seus instrumentos. Batuques, bandeirões e muita, mas muita tralha. Acho que eles tinham mais objetos que a torcida do meu Fluminense.

Eu não estava decidido a ir naquele jogo, mas o que eu vi pela manhã na praia do Leblon, me fez mudar de idéia. Eu fui pro jogo. Testemunhei um fato jamais imaginado em anos freqüentando o Maracanã: fomos invadidos por uma torcida paulista. Eu como cidadão carioca e torcedor fanático do Fluminense, já me senti humilhado antes mesmo do jogo começar. Em minha opinião, a Polícia Militar não podia de forma alguma deixá-los entrar no estádio naquela quantidade.

Quando o time do Fluminense entrou no gramado, eu, da geral, pude perceber: os jogadores levaram um susto. Aquela massa preta e branca espantou o meu time, que era melhor que o do Corinthians. Acho que os próprios corintianos reconheciam isso na época. O jogo foi empate, né... Mas olha, já era motivo de festa pra eles terem empatado com a Máquina Tricolor dentro de casa. Agora te digo mais, essa tal de Gaviões da Fiel ganhou o jogo nos pênaltis. Poxa, se desde cedo, lá na praia, eles já estavam fazendo um carnaval tremendo, tomando caipirinha, gritando, berrando, tinha até uns malucos pulando na areia... Imagina o que não fizeram, com metade da arquibancada tomada, na hora da decisão dos pênaltis... Eles conseguiram assustar o Rio de Janeiro.”



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