O lado negro do Mundial Interclubes

Por Wilson Hebert

Uma matéria estava programa para ser publicada neste blog. Falaria de uma trajetória que não deixou de ser admirada, mesmo com a derrota para o Mazembe em terras árabes. De um quase rebaixado a um campeão mundial. Mudança (para melhor) de postura política, administrativa, estrutural. Crescimento no quadro de sócios.

O Internacional é grande. Ficou maior ainda. Há de se reconhecer. É um clube que pode bater no peito e se dizer um vencedor, mesmo terminando 2010 como um derrotado. Tem uma estrada percorrida por trás.

Mesmo assim, algumas coisas costumam ter um poderio imenso de “estraga-prazer”. Se esse formato de Mundial Interclubes agrada ou não, é bom ou não, eficaz ou não, de fato, não vem ao caso. Mas ele possui um lado negro: o vexame proporcional.

Qualquer um dos times envolvidos podia perder no momento que fosse. Menos o sul-americano e o europeu. Ou não? Especialmente nesse ano, tudo foi organizado e arquitetado para termos uma final dos xarás, Inter x Inter.

Em qualquer outro campeonato, a derrota colorada para o Mazembe seria encarada como uma simples zebra. Até mesmo numa Copa do Mundo de Seleções isso não seria tão vexatório. Mas quando se trata de clubes, o buraco é bem mais em baixo.

Contratos de patrocínio, empresas veiculando sua marca, mídia televisiva, jornal, notícia, venda de passagens, ingressos, hospedagem... Tudo, absolutamente tudo, acabou por sofrer um baque com essa derrota.

Podemos até criar algum interesse por uma final entre Mazembe x Internazzionale. Mas ninguém esperava por ele. Ninguém gastou dinheiro pensando nela. Ninguém planejou faturamento em cima dela. O Mundial Interclubes mostrou seu lado negro.

Wilson Hebert - assuntos gerais