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Casamento Real? Não, muito obrigada! PARTE 2


Por Thaynan Mendes

Oie genteee! Tudo bem com vocês?

Em primeiro lugar, peço desculpas por ter ficado tanto tempo ausente. Tive alguns problemas para resolver, além de estar fazendo as provas finais do semestre na faculdade... Mas agora estou de volta, e hoje volto a tocar em um assunto que ainda está frequente nos jornais, site, e, principalmente, nas revistas de celebridades.

Acabei de ler um livro chamado: “Kate: Nasce Uma Princesa”, da jornalista inglesa Claudia Joseph. A leitura é bem agradável, conta a história de Kate a partir de seus penta-avós até chegar à futura rainha da Inglaterra. A vida de Catherine Elizabeth Middleton é retratada com leveza, sem explorar a jovem. Além disso, seu namoro com o Príncipe William é preservado durante todo o livro.

Entretanto vale a pena refletir se é válido ou não ter não somente a sua história, mas a história também de toda a sua família (paterna e materna) expostas nas livrarias do mundo inteiro. Com certeza Kate já sabia que não seria fácil namorar um príncipe, que já estava a par de uma série de compromisso que deveria cumprir, além de ter que apresentar um comportamento exemplar frente à sociedade inglesa. Mas daí a ter a sua vida exposta nas páginas de um livro para o mundo inteiro já é um pouco demais, não é mesmo?

Kate agora é a celebridade do momento. Os olhos do mundo estão voltados para a senhora Duquesa de Cambridge, tornando-a o centro das atenções. Kate virou referência de como se vestir, de como se comportar, de como falar... E não será nenhuma surpresa se ela lançar um livro, dando dicas valiosas para mulheres, tratando sobre como conquistar um bom partido.

Todo esse espetáculo em cima do casamento de Kate e William me faz lembrar ao grande Guy Debord, onde em uma das suas mais famosas obras, intitulada “Sociedade do Espetáculo”, o autor faz justamente menção a este tipo de comportamento da mídia, em fazer um verdadeiro espetáculo, armar um grande circo em cima de algo que ocorreu na sociedade. Afinal a linha que divide o jornalismo sério do jornalismo sensacionalista é muito tênue.

Segundo Debord: O espetáculo se apresenta como uma enorme positividade, indiscutível e inacessível. Não diz nada além de “o que aparece é bom, o que é bom aparece”. A atitude que por princípio ele exige é a da aceitação passiva que, de fato, ele já obteve por seu modo de aparecer sem réplica, por seu monopólio da aparência.

Em seu livro, Debord faz uma crítica teórica ao consumo, à sociedade e ao capitalismo. Entretanto, o que quero refletir aqui, é até onde fica o limite que a mídia pode chegar para não explorar a privacidade de uma pessoa.

Como qualquer mulher, sempre me pego lendo revistas de fofocas. Nunca dispenso a minha “Caras”. Dou sempre um entradinha no site da “Ego”, e as vezes assisto ao “TV Fama”. Adoro ver a vida dos artistas e celebridades do momento, além de saber dos principais eventos sociais que ocorreram. Isso sem falar no próximo capítulo da novela das 8 que anda sempre emocionante. Mais acredito que tudo na vida tem uma coisinha chamada: LIMITE. E já está mais do que na hora da imprensa saber qual é o seu lugar. Até onde se faz um bom jornalismo, e onde começa o apelo, o chamado espetáculo em cima das notícias. Por isso questões que envolvem a reflexão do papel da ética no jornalismo estão tão em voga ultimamente. Discute-se até onde vai o poder da liberdade de imprensa, e a privacidade das pessoas.

Está certo que milhares de garotas do mundo inteiro adorariam estar no lugar de Kate Middleton. Ela escolheu casar-se com o príncipe William, e esse é o preço que se paga por tal escolha. Estar sempre sendo seguida por paparazzis, se tornar referência de moda, beleza e comportamento para mulheres do mundo inteiro, a faz ter uma agenda de compromissos sociais a cumprir. Mais daí a ter um livro que resgata a sua história a partir de seus penta-avós já é um pouco demais, não é mesmo? Afinal quem escolheu ser a futura rainha foi Kate e não seus familiares.

O fato é que vivemos em uma sociedade onde há um enorme interesse sobre a vida alheia! Ah, isso é sim! Todo mundo já se viu pelo menos uma vez na vida perdendo 5 minutinhos do seu dia lendo uma revista de celebridades. Eu também gosto muito disso e acredito que seja plenamente saudável para todos. O jornalista que faz o seu trabalho, o artista que precisa de visibilidade na imprensa para ”vender o seu peixe”, e para o público que tem a possibilidade de aproximar-se de seus ídolos favoritos. Entretanto o que devemos ficar ligados é até aonde essa exposição é saudável, e quando a mesma torna-se um espetáculo.

Em relação ao título deste texto, eu continuo com a mesma resposta que dei no texto anterior. Não! Muito obrigada. Sei que Catherine Middleton vive literalmente uma vida de princesa, casada com um príncipe de verdade, em um castelo de verdade. Mas se o preço que se paga por isso é ter a história da minha família todinha retratada em um livro, que está sendo vendido para o mundo todo, eu prefiro continuar aqui com os sapos a encontrar um príncipe de verdade.

Por Thaynan Mendes – Entretenimento e reflexões
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