Por Wilson Hebert
Bastou o apito final de Sergio Pezzotta para a imprensa brasileira e a estrangeira (a parte que não se preocupou com a pancadaria) destacarem o possível confronto do final do ano que tem tudo para ser inesquecível, e até um dos mais marcantes da “era moderna do futebol”. Mas confesso me causar certa estranheza toda repercussão, sendo que uma incerteza fica no ar: será que Paulo Henrique Ganso e Neymar continuarão no Santos?
Ao final da partida, o presidente santista, Luis Álvaro, apresentou alguns argumentos que para ele asseguram a permanência dos dois. Um deles é a vontade de se preencher mais páginas dessa história que já começou de modo avassalador. Em tempos onde jogadores trocam de time como se troca de canal em dias em que não há nada de bom na televisão, termos um craque fazendo história num time, ainda mais brasileiro, já é demais, já é tudo que pedimos. Dois então... E, o que é mais interessante, na qualidade indiscutível de Neymar e Ganso, aí não há nem o que dizer...
Com certeza uma possível saída dos dois agora no meio do ano deixará um sabor de quero mais para toda a torcida santista. É óbvio que uma coisa é disputar o Mundial contra o Barcelona sem a dupla de ouro da Vila e outra totalmente diferente será com eles em campo. Até mesmo para quem não torce para o Santos, qual será a graça do duelo, se tivermos Messi de um lado e não tivermos Neymar? Ou então com Iniesta de um lado sem Paulo Henrique Ganso do outro? Taticamente, os jogadores citados de ambos os times nem cumprem a mesma função, mas, a meu ver, cumprem a importância de serem os dois principais ofensivos respectivamente. E a graça é ter cada um nos seus times para assistirmos o verdadeiro show do futebol.
Outro argumento utilizado pelo presidente do Santos ao final da partida foi o fato de termos a próxima Copa do Mundo acontecendo no Brasil. Ora, essa justificativa torna-se muito válida quando falamos de jogadores medianos, que quando vão pro exterior “se escondem” em times cuja repercussão internacional é tão pouca que quase não chega ao nosso conhecimento. Esse naturalmente não é o caso dos camisas 10 e 11 da Vila. Caso saiam do país, jogarão em times de ponta da Europa e, muito provavelmente, virarão ídolos num curto espaço de tempo, pois possuem futebol e carisma para tal.
Portanto, podemos esquecer o fato de sediarmos a Copa por aqui. Isso não vai alterar em nada sobre o local do futuro próximo dos dois. Temos que torcer mesmo pela vontade de ambos. E rivalidade futebolística brasileira a parte, o mais importante do futebol é vermos craques, principalmente se enfrentando. Então, para termos uma das mais emblemáticas finais de Interclubes, cuja qual alguns dizem não ter importância para os europeus, devemos torcer pela permanência dos craques santistas. O Santos tem obrigação de segurá-los e o mundo do futebol merece ver esse confronto.
Por Wilson Hebert – Futebol Brasileiro
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