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Despedida do A-HA no Rio de Janeiro



Escreve Efraim Fernandes

Uma das maiores bandas oitentistas despediu-se do público carioca na noite de 14 de março, sábado, no City Bank Hall, Zona Oeste do Rio de Janeiro com Ending On A High Note - Farewell Tour 2010.

Os anos 80 marcaram toda uma legião de fãs com músicas synthpop, ombreiras, penteados, óculos escuros e baladas. A-Ha certamente é o trio que se destaca com louvor nessas características.

À noite, a chuva castigava os cariocas e os fãs que estavam na fila. A ordem era correr, furar o bloqueio e finalmente adentrar ao City Bank Hall.


Após muita correria e muita água em cima dos fãs que pareciam se renovar à medida que passava o tempo, ouve-se como introdução ao concerto a composição de Edvard Grieg, considerado patrimônio da Noruega. Era dada a largada para o que prometia ser uma emocionante apresentação com ótimo jogo de luzes e sonoridade!

The Bandstand, do CD de 2009 abre o show com The Foot Of The Mountain. Depois a canção Analogue, que leva o mesmo nome no álbum de 2005.

Magne Furuholmen (tecladista), Morten Harket (vocalist) e Paul Waaktaar-Savoy (guitarrista) estavam impecavelmente em harmonia, tendo apoio no tecladista Erik Ljungren e o baterista Karl-Oluf Wenneberg.

Apesar de Paul permanecer estático e concentrado na guitarra, Magne divertia e conversava com o público, corria de um lado para outro, e arranhava umas palavras em português: “Tudo legal?”

Morten derretia o coração das fãs num berreiro ensurdecedor. Cativante, jogava seu charme de volta ao carinho e histeria das mulheres. Pedia permissão para falar umas palavras em inglês, e foi só humildade e agradecimentos ao público carioca. Afinal, existe uma relação passional, como de homem e mulher, entre a banda e o Rio datada de anos. Tudo começara nos primórdios da década de 90.


As faixas seguem... Os pontos altos realmente foram os hits do passado, apesar do bom desempenho do último álbum de estúdio. Living The Day Lights que fez parte da trilha de 007 - Marcado Para Morrer, Stay On These Roads – uma melodia tocante vociferada pelo público presente -, Early Morning e Crying In The Rain, de forma impactante, não faltaram. Minor Earth, Major Sky vem com peso.

E logo Summer Moved On recebido por gritos e palmas chegando a parte muito esperada desta mesma... Morten canta num som agudo de quase 20 segundos a frase “seasons can't last and there's just one thing left to ask”, um grande destaque na canção causando enorme furor, provando a todos que ainda há forças nos pulmões.

Um momento surpresa se dá. A canção You Are The One, fora do repertório da turnê, ao violão bastante diferente se comparado com as batidas eletrônicas que a fizeram muito conhecida, tudo no improviso. Mais inesperado foi o fato do vocalista ter esquecido a letra! Mas com carisma e bom humor estende o braço e aponta o microfone em direção ao mar de pessoas que lotou o City Bank Hall. Eram sete mil pagantes cantando! Magne até brinca dizendo: “Isso que acontece quando não se pratica!”


Scoundrel Days passa e vem uma balada clássica dos noruegueses, era Cry Wolf. Eles saem...

Não demora e o retorno com Train Of Thought, que é seguida de uma das maiores referencias: Hunting High and Low, que para a insatisfação de muitos ganhou uma versão brasileira com o cantor de pagode e pop Alexandre Pires.

Mas tudo que é bom sempre vai terminando: The Sun Always Shine On Tv com a guitarra elétrica de Paul era de tirar o fôlego, e aliada mais uma vez a projeção no telão evoca gritos e palmas em alto tom.


Saem de novo depois de mais uma despedida. Em uníssono as palavras ‘Take On Me’ com palmas, repetidas diversas vezes pelos sete mil que lotaram a casa de show. O trio demorou, mas volta ao palco para a saideira.

E o maior hit do A-Ha estava nos lábios de todos. Foi o momento mais emocionante da noite, indubitavelmente! No telão as imagens que lembravam o vídeo clipe e um intrigado jogo de luzes sobre os músicos. Ao final, o nome da banda no telão, projetando o ano de 1985, era vindoura de uma geração.


Estava tudo lá. A energia incessante de Mags, a voz inconfundível de Morten, e os acordes precisos de Paul. É uma pena que estejam se separando, já que não é qualquer banda ou músico que consegue reunir cerca de 190 mil pessoas no Rock In Rio II, no ano de 1991.

Tudo que posso dizer é o quão sou grato em ter A-Ha como parte significativa de minha vida, que começou lá na infância, há pouco mais de duas décadas.

Que em algum momento, em algum lugar no mundo, esteja para nascer músicos que tenham o poder de transbordar emoções e sentimentos nas composições, e que consigam inspirar a vida de tantos com mensagens positivas da forma como se deu com esse trio norueguês.

Agradeço a eles por existirem! E viva A-Ha, sempre!

Escreveu Efraim Fernandes

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