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Fim do monopólio nas transmissões ou início da censura?


Enquanto se discute no Brasil o monopólio da televisão no futebol, a Argentina parecia ter dado um passo à frente. O governo criou o programa “Futebol para Todos” onde, em parceria com a Associação de Futebol Argentino, passou a adquirir os direitos de todos os campeonatos nacionais (Torneio de Verão, Clausura e Apertura) e repassando para alguns canais, porém, sem direitos de exclusividades. Com isso, praticamente todas as partidas da primeira divisão passaram a ficar acessíveis, com cada uma ocorrendo em um horário diferente, e assim, todas passando na televisão.

No momento de implantação do programa, o ministro-chefe da Casa Civil, Aníbal Fernandez, havia declarado:

“O Estado não colocará nenhum centavo nisso. Seremos criativos e iremos contar com investimentos da iniciativa privada para tornar o futebol argentino acessível a todos. Será o fim do monopólio e o início da democratização futebolística. Nós todos só temos a ganhar.”

O ministro, à época, também havia negado que o governo pretendesse estatizar o futebol, que é a maior paixão dos argentinos. Segundo a autoridade, o objetivo era preservar essa paixão e dar oportunidade para os clubes se reerguerem financeiramente passando a receber maiores cotas de TV.

Mas nessa quarta-feira o programa do governo “Futebol para Todos” começou a ganhar um novo rumo. O ex-presidente da nação, Nestor Kirchner, e atual marido da presidente Cristina Kirchner, teria reprovado um comercial passado em uma das partidas do Clausura 2010. O motivo, segundo ele, seria que a propaganda não estaria alinhada com o “produto” Futebol para Todos.

Segundo o Diário de La Nación o governo já anunciou que a partir de agora não serão mais autorizadas propagandas da iniciativa privada durante intervalos dessas partidas. Entre as empresas que terão contrato de publicidade cancelado, estão a Movistar, Banco Crediccop e Motomel.

Outra medida tomada foi a abertura de licitação para empresas (exceto as listadas acima) interessadas em veicular qualquer propaganda através da telefonia celular e internet. Outra licitação aberta foi para empresas do exterior que quiserem adquirir direitos de transmissão no período entre o Apertura 2010 e o Clausura 2014.

A partir de agora, na televisão, serão veiculadas apenas propagandas do Governo Federal. Portanto a pergunta que fica é: acabaram com o monopólio no futebol argentino ou estão usando o futebol para, além de censurar as empresas, elevar a imagem da presidência da república perante a sociedade?

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