O que está acontecendo com o Palmeiras?

A derrota para o Santo André não pode ser encarada como um simples resultado negativo. Os últimos acontecimentos estão acumulando desconforto e preocupação para os torcedores palmeirenses. Culpados? Vamos aos capítulos da saga.

Tetra campeão brasileiro, vencedor da Mercosul, da Libertadores da América, vice campeão mundial... Mas faz tempo que a Sociedade Esportiva Palmeiras não dá motivos de comemoração aos seus aficionados. Enquanto isso, um rival, o São Paulo, ganhou três dos últimos quatro Brasileirões. O Corinthians, um ano antes do primeiro título são paulino, foi o campeão brasileiro. Completando, o Santos foi o segundo time a conseguir um título na era de pontos corridos do nacional.

Ver todos os rivais do estado se consagrando, enquanto a amarga fase sem título aumenta, por si só já vem gerando certa revolta para a parte alviverde de São Paulo. Chegando o ano de 2009, o time alcançou a liderança do nacional e se mantinha. Alguns, como este que vos escreve, chegou a considerar o título com caminho certo: o Palestra Itália. Pierre, Diego Souza e Cleiton Xavier apresentavam um futebol vistoso, fazendo do meio-campo palmeirense, o melhor do Brasil.

Eis que um acontecimento importante mudara todo o rumo dos fatos. Com a chegada de Muricy Ramalho (que pegava o time das mãos do até então interino Jorginho) inexplicavelmente o time começou a decair de rendimento. Algo que até então parecia difícil, ocorreu: a saída de liderança. “Pelo menos vai para a Libertadores”, foi o pensamento de muitos durante essa queda. Nem isso.

Já iniciado o ano de 2010, outros problemas. Falta de grana, não vinda de reforços de peso (e necessários). Desentendimento entre torcedores da maior Organizada e Vagner Love, que poderia ser o principal jogador do elenco na temporada, que culminou com a transferência do atacante para o Flamengo. E o principal, o time sendo mal escalado, não se entendo em campo e com a continuidade das derrotas. Nem mesmo jogar no Palestra Itália era motivo de confiança, já que mesmo em casa os resultados mais inesperados teimavam em acontecer.

Com uma decisão da diretoria que já estava mais do que na hora de acontecer, mais uma vez a maior Torcida Organizada do clube surpreende. Com a chegada de Antonio Carlos, eles protestam. Pedem a não contratação de Zago (o chamando de racista) e, por incrível que pudesse parecer, pedem a volta de Muricy. Nos últimos dias, outro ingrediente da crise: o goleiro Marcos, ídolo, anunciou que já tem data marcada para a aposentadoria.

Não há dinheiro. Não há jogadores confiáveis, com o talento a ser absorvido por um clube da grandeza do Palmeiras. Não há tranqüilidade. Não há demonstrações por parte da diretoria de achar uma solução. Não há paciência e nem mesmo credibilidade dos (e nem para os) torcedores (pelo menos os dessa facção tão “atuante”). Mas o pior de tudo, analisando envolvido por envolvido dessa saga descrita acima, não dá para encontrar algum ‘personagem’ que pense no bem do Palmeiras, muito menos em tirá-lo da tal momento complicado.