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O Rock "in Rio"


Enfim, a vontade dos rockeiros brasileiros foi atendida. Nossa maior riqueza musical, que é sermos sede tradicional e berço de um dos maiores eventos do rock mundial, voltará a acontecer onde nunca devia ter saído. Afinal, essa marca está registrada no nome do festival.

E como o clima é de rebusca, até um certo saudosismo e assassinato de saudades, resolvermos recorrer aos nossos arquivos. Buscamos um post do próprio blog publicado em dezembro de 2007 (quando ainda se chamava Futebol, Música, Etc e era hospedado no UOL) que fala da primeira edição do Rock in Rio, acontecida no ano de 1985 na extinta Cidade do Rock, localizada no bairro Recreio dos Bandeirantes na Zona Oeste do Rio.

Relembre ou saiba um pouco mais da história de como se começou todo esse projeto que veio a se tornar um sucesso e uma referência planetária quando o assunto é rock n’ roll. O texto está totalmente reformulado, mas com o conteúdo na íntegra.

O nascimento do Rock in Rio

Nunca uma cidade no Brasil havia recebido tantos astros da música internacional (ou melhor, do rock internacional), como naquele ano de 1985. Uma cidade foi idealizada no bairro Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Uma área de 250mil metros quadrados que ficara conhecida como a Cidade do Rock.

Para nivelar o terreno, foram necessários 77 mil caminhões. Era de fato uma organização para algo grandioso, que entraria para a história. O palco, não poderia ser um simples palco. Era o maior do mundo já construído até então: com cinco mil metros quadrados de área. O local também contava com dois imensos fast foods, dois shopping centers com 50 lojas, dois centros de atendimento médico e uma grande infra-estrutura para atender a quase 1,5 milhão de pessoas - o equivalente a cinco Woodstocks - que freqüentaram o festival.

Para a época, a iluminação trazia para a Cidade do Rock a última palavra em tecnologia. Todo o sistema funcionava ligado a dois computadores, o que resultou num fantástico movimento de luzes e cores. E tudo isso há 25 anos. Era energia suficiente para iluminar uma cidade de 180 mil habitantes. Aliás, foi no Rock in Rio I que, pela primeira vez num show de rock, a platéia foi iluminada. E foi um espetáculo à parte.

Uma expectativa se criava, pois normalmente esses astros não faziam shows em países da América Latina. Para muitos, era a primeira oportunidade de ver seus ídolos ao vivo.

Tudo isso se tornou possível graças a incansável batalha do empresário Roberto Medina (dono da empresa Artplan, criadora de inesquecíveis campanhas publicitária, como a da Caixa Econômica Federal, na qual criou-se o slogan “Vem pra caixa você também!”).

O empresário, literalmente, moveu “mundos e fundos” para a realização do evento. Inicialmente, ele reuniu um grupo de outros empreendedores e investidores em ações promocionais, para apresentar-lhes o projeto. Todos que participaram da reunião tiveram a mesma reação ao ouvir a idéia: deram risadas. Depois de ouvir por diversas vezes de todas as pessoas procuradas, sempre a mesma resposta: “não acredito que seja possível, os brasileiros não vão pagar o que um festival desse vale”, Medina foi tentar a sorte na Europa.


A primeira personalidade a ter uma reação positiva ao tomar conhecimento do festival, foi ninguém menos que Ozzy Osbourne “O comedor de morcegos”. Isso já mudara toda a perspectiva da realização. Depois vieram outras apostas de pesos. A segunda atração a aceitar o convite foi a lendária banda inglesa Queen. Pronto, os dois maiores sucessos do rock europeu na época haviam confirmado presença.

As notícias circulavam no Brasil e ainda havia gente desconfiada, que custava em crer na tal façanha do publicitário. Os empresários que haviam rido na reunião ligavam desesperadamente para a empresa de Roberto Medina. Todos queriam um contrato de publicidade o quanto antes. Esses empresários imaginavam que Medina organizaria um festival com a seguinte escalação: Um dia com um big show de Ozzy, sendo aberto por uma ou duas bandas brasileiras e no outro dia aconteceria o mesmo com o Queen.

Entretanto, quando Medina voltou para o Brasil, ele trazia as seguintes confirmações de participações: além de Queen e Ozzy, já estavam confirmados, George Benson, James Taylor, Rod Stewart e Scorpions. Todos no mesmo festival. Aqueles empresários que haviam mudado de idéia, voltaram a se desesperar, rasgando todos os contratos feitos. Seria necessário valores mais altos pela publicidade.

Logo depois confirmariam presença: Iron Maiden, AC/DC, Whitesnake, Nina Hagen, Yes e os brasileiros Erasmo Carlos, Ney Matogrosso, Gilberto Gil e Rita Lee. Depois com a decisão que o festival teria mais dias que o programado, outros músicos confirmaram presença.

Já com toda a repercussão que ganhava o evento, que entrava para a história antes mesmo de acontecer, outras empresas entraram na disputa pelo patrocínio do evento, inclusive a TV Globo, que garantiu exclusividade na transmissão e direito de repasse para 60 países. (Sempre, né...). Daqueles empresários que inicialmente riram da realização do Rock in Rio, muitos tiveram seus contratos negados por apresentarem valores “cômicos” para o patrocínio do grandioso evento.

Ganhava contornos de algo fabuloso não só para o Rio mais para todo país, já que muita gente sabia que aquele acontecimento faria o Brasil entrar de vez na rota de grandes shows musicais. Porém, nem tudo foi positivo. Havia gente que não acreditava no sucesso ou na realização. Chegaram ao absurdo de alertar o acontecimento de uma catástrofe profetizada por Nostradamus, em que dizia que milhares de jovens iriam morrer num evento grandioso. Mal sabiam que o Rock in Rio seria um sucesso internacional.

Diante de todo aquele disse-me-disse que tomava conta dos bate-papos toda vez que se tocava no assunto, os organizadores tiveram a bela idéia de criar uma música para o evento. Veja abaixo a letra:

Todos numa direção
Uma só voz
Numa canção
Todos num só coração

Um céu de estrelas
Que a vida
Começasse agora
Que o mundo
Fosse nosso outra vez

Que a gente
Não parasse mais
De cantar
De sonhar

Que a vida
Começasse agora
Que o mundo
Fosse nosso de vez

Que a gente
Não parasse mais
De amar
De se dar
De viver

Ô Ô Ô Ôhh
Ô Ô Ô Ôhh
Ô Ô Ô Ôhh
Rock in Rioooh!!!

Rock in Rio IV

Com a data já definida para a quarta edição do evento no Rio de Janeiro, alguns sonhos de atração já começam a acontecer. Esse que vos escreve compartilha com o organizador do Rock in Rio, Roberto Medina, a vontade de ver duas bandas em especial tocando nessa quarta edição: Radiohead e Guns n Roses.

E no Twitter do Futebol & Variedades perguntamos a nossos seguidores quais bandas eles gostariam de ver nessa quarta edição. O @leandrusfla pediu Iron Maiden e Metallica tocando para os brasileiros. Já @mateuspapini disse que pagaria qualquer preço para ver a banda Red Hot Chili Peppers.

Uma resposta curiosa que tivemos nessa pesquisa foi dada pelo @lipefriedrich. Ele disse que não sabe bem quais quer ver no evento. Mas ele não quer de forma alguma ver bandas como Cine nem Restart tocando no festival rockeiro mais tradicional da América Latina. E essa opinião, caros amigos, também é totalmente compartilhada por esse que vos escreve.

Para finalizar esse post, um vídeo da apresentação de uma das bandas favoritas do autor dessa matéria, se apresentando no Rock in Rio 2, que foi no Maracanã.

3 comentários:

Mateus Papini disse...

Meu caro amigo Wilson Hebert, primeira vez que vc fez eu arrepiar com uma postagem de blog!!

simplesmente SENSACIONAL essa postagem...

Wilson Oliveira disse...

Imagina quando vc estiver chegando no Rock in Rio... Hehehe.

Valeu pelo "sensacional".

Abração!

Luís Felipe Barreiros disse...

Vale lembrar que a antiga Cidade do Rock será a futura Vila Olímpica.

Muito bom post, de verdade!

Abração,
porforadogramado.blogspot.com