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Dinheiro sempre foi importante no automobilismo


Por Leandrus

Dos quatro estreantes da Fórmula 1 nessa temporada, apenas Paul di Resta, da Force India, não é pagante. A Hispania, a pior equipe da categoria, praticamente aluga seus carros para pilotos que ofereçam uma boa quantia de dinheiro - e não tem pudor algum em ressuscitar nomes já enterrados para isso. Na F-Indy, Tony Kanaan, reconhecidamente um dos melhores e mais experientes pilotos do grid, fica sem equipe enquanto outros inferiores, mas com patrocínios atraentes, asseguram suas vagas. Diante dessas notícias, a pergunta é inevitável: será que agora só se pode correr se tiver dinheiro?

A situação não é bem essa: sempre se precisou de dinheiro para correr - aliás, sempre mesmo, já que não se inicia uma carreira no automobilismo sem uma conta bancária que tenha o mínimo de respeito. Se um piloto não conseguir patrocinadores ou alguém que o banque, suas pretensões no esporte ficam bem prejudicadas - seja ele talentoso, seja ele medíocre.

Exemplos disso são clássicos. Só para se ter uma ideia, enquanto o brasileiro Pedro Paulo Diniz, de resultados inexpressivos nas categorias de base, chegou e ficou por muito tempo na F-1, graças à polpuda poupança de seu pai Abílio Diniz, o excelente Michael Schumacher só estreou na categoria devido ao fato de a Mercedes ter pago uma quantia à Jordan para o alemão correr pela equipe no GP da Bélgica de 1991. Ou seja: o fator financeiro sempre contou, para qualquer tipo de piloto.

O problema é que, inegavelmente, ele tem um peso cada vez maior. E enquanto ele vai ficando cada vez mais escasso, cada vez mais ele se torna fundamental: por exemplo, atualmente, para entrar na F-1, parece um requisito ter de levar uma quantia muitas vezes absurda de dinheiro. De certa forma, isso acontece por culpa do próprio automobilismo, que está se tornando muito caro e desnecessariamente luxuoso - compare a F-1 atual com a de 20 anos atrás e será possível entender isso.

Esse porém, não é o único motivo. Há também a desvalorização de algumas categorias, a perda de patrocínios importantes (principalmente os dos cigarros), e por aí vai. Fato é que a situação não pode continuar assim. Deve-se encontrar urgentemente fórmulas de diminuir os gastos - altíssimos, no geral - sem diminuir o espetáculo. Caso contrário, o automobilismo em geral não vai conseguir sobreviver por muito tempo sem se ver mergulhado em uma séria crise: pelo andar da carruagem, será possível ver muitos milionários sem talento algum embarcando nesse esporte, fazendo dele seu passatempo e tornando nosso passatempo um tormento.

Leandrus - Automobilismo

2 comentários:

Marcelonso disse...

Leandrus,

A grana sempre esteve presente como vc bem colocou, mas a situação estáo se alastrando.

Antigamente assistiamos isso em times do fundo, hoje já está no miolo...até Tio Frank teve que alugar a vaga!

Tá feia a coisa!

abs

Leandrus disse...

Marcelonso, bom te ver por aqui!

Até a Lotus Renault, que no momento é mais forte do que a Williams, teve que alugar. É uma pena ver um típico e corajoso garagista como Frank fazer isso, mas foi necessário. E pelo menos Maldonado não é mal piloto; mas é inconstante e adora destruir carros...

Ateh!