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Se arrependimento matasse...


Por Wilson Hebert

Sim. A foto desta publicação tinha, por obrigação, que mostrar o Ronaldo com a camisa do Corinthians. Depois de muita reflexão nesse dia de despedida de um dos maiores centroavantes que vi, um texto homenageando não seria o bastante. Em conversa com o amigo (e também colunista deste blog) Leandro Gaignoux resolvi vir a público relatar neste post alguns pontos pendentes dos últimos tempos futebolísticos.

Abril de 2008, Ronaldo e o caso com o travesti

Naquela época, eu havia ficado injuriado ao ver a notícia de que Ronaldo havia saído com um travesti. Nada contra a preferência sexual dos outros, mas a gente nunca aceita algo que fuja do convencional, no quesito comportamento, quando se trata de um ídolo. E não foi apenas ‘o programa’. Foi a negação em pagar, entrada da polícia em cena, enfim... Uma polêmica negativa na carreira de uma pessoa muito admirada.

Dezembro de 2008, Ronaldo firma contrato com o Corinthians

Eu já tinha esquecido o episódio do Ronaldo com os travestis e estava entusiasmado com a possibilidade de ver meu ídolo vestindo a camisa do Mengão – dessa vez dentro de campo. Eis que no finalzinho de 2008, no dia 17 de dezembro, após chegar da faculdade, abro o Globoesporte.com e vejo a notícia de que Ronaldo assinava com o Corinthians.

Naquele momento o sentimento foi de revolta. Todas as críticas – e xingamentos – possíveis foram disparados contra o ‘jogador mercenário, traidor, mau caráter e filho da p...’. Santa ignorância impulsionada pelo clubismo e fanatismo de um ser cegamente apaixonado pelo Flamengo.

Acho que pra minha sorte, o ocorrido foi pouco antes do natal e do ano novo. Deu pra acalmar e buscar o bom senso. E pensando com a cabeça mais fria, cheguei à conclusão de que era tudo questão de negócios. Ora, ele é garoto-propaganda da Nike desde muito tempo e esta marca, quase que de forma simultânea, deixava de fabricar os uniformes do Flamengo. Explicação bastante plausível para a ida “repentina” de Ronaldo para o Parque São Jorge.

Quando ele fez o primeiro gol com a camisa do Timão, marcando mais uma volta por cima na sua carreira, não teve como agir com indiferença. Veio-me um sentimento positivo, uma felicidade. E lá se foi mais uma homenagem (neste blog e no Pitacos do Bodaum, até com música do Cidade Negra sendo citada). Daí em diante as críticas e os elogios passaram a conviver de mãos dadas quando o assunto em questão era o camisa 9 corintiano.

Um dos motivos para se fazer algum julgamento (como isso me dissesse respeito...) era com relação ao peso de R9. Talvez fosse um subterfúgio para uma mágoa enrustida, porém existente, dele não ter assinado com o Flamengo, porque uma vez torcedor, sempre torcedor.

Mas com este dia 15 de fevereiro, com a despedida, com a emoção, com as lembranças, também me veio a cabeça todo um filme com um enredo bastante encantador, me recordando tudo aquilo feito pelo Fenômeno durante sua carreira. E uma pergunta ficou no ar: Será que pra ele foi fácil toda essa situação?

Quantas pessoas nós conhecemos que querem emagrecer, mas não conseguem? Óbvio que tudo depende da força de vontade, mas há casos em que a pessoa por ser compulsiva, acaba não conseguindo alcançar tal objetivo. E no caso supracitado, ainda havia (e há) um hipotireoidismo.

Enfim... A polêmica passou. A chateação por não ter assinado com o Fla foi uma vírgula num livro. O peso foi algo que aconteceu e não muda nada. A idolatria fica. A história se eterniza. De manhã, aqui no Futebol & Variedades, agradeci por tudo que Ronaldo fez pelo futebol e pela Seleção Brasileira. Agora, já no final do dia, peço desculpas por aquilo que falei em momento de revolta ou dúvida imbécil a respeito do final da carreira de um Fenômeno.

Desculpe-me, Ronaldo. Se arrependimento matasse...

Wilson Hebert - Assuntos gerais

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