Por Wilson Hebert
O segundo maior goleador da Seleção Brasileira. O maior artilheiro da Copa do Mundo, de todos os tempos. Duas vezes campeão mundial. Três vezes o melhor jogador do planeta. Duas vezes vencedor das suas próprias limitações físicas, como humano que é. Quem viu, viu. Quem não viu em momento algum, e os que não verão mais, poderão lembrar, contar para as gerações futuras o que foi a carreira de um guerreiro, de um vencedor, de um fenômeno.
Desde o início Ronaldinho alavancou atenções com seu jeito diferenciado, cativante, competente, eficiente. No Cruzeiro, um número incrível de gols (a mesma quantidade de partidas disputadas). Na Seleção, a demonstração de brilho logo em sua chegada. O menino sorridente não precisava entrar em campo para já se sagrar campeão do mundo.
Na Europa, triunfos, marcas e momentos importantes. Ronaldinho fez a torcida do PSV sorrir. Fez a torcida do Barcelona se encantar. Fez a torcida da Inter rir, chorar e depois se aliviar. Fez a torcida do Real Madrid se empolgar. Fez a torcida do Milan ficar atenta ao atacante que tinha conquistado tudo, vencido a barreira de uma grave lesão e, por ironia do destino, se lesionava novamente, de forma grave.
Voltando para o Brasil, causou polêmica, chamou atenção. Fenômeno uma vez, sempre Fenômeno. Uns questionaram, outros criticaram. Mas teve gente sendo justa, agindo pela sensatez, não deixando se levar por acontecimentos do acaso, não apagando sua história no futebol, colocando o ídolo em primeiro lugar, e deixando a pessoa simplesmente viver a sua vida.
No Corinthians, quando mais uma vez uma quantidade grande de pessoas não acreditava mais no seu poder, ele foi lá, fez gols, conquistou títulos, mais uma vez vencendo suas limitações. Provando que ele não precisava provar mais nada para ninguém.
Só por aí esse histórico já merece páginas especiais num livro encapado com ouro. Mas como não citar o que talvez foi o maior feito numa carreira espetacular? A Copa de 2002 foi a benção que faltava na trajetória de um ser iluminado, vencedor. Ronaldinho, ou Ronaldo para os mais recentes, não deixou que as lágrimas surgidas em mais um momento de dor, impedisse o largo sorriso que viria a seguir, em meio a mais uma vitória.
A mais perfeita humanização do super-herói. Plenos poderes, força, superioridade. Capacidade de distribuir comemorações, motivo de festa. Também merecedor de atenção, comoção, lágrimas e preocupação. Seus fãs viveram intensamente cada momento, estiveram juntos na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Não o abandonaram, não o esqueceram. E agora lembram com carinho, num dia difícil, de despedida, do que foi um cara fenomenal, que será homenageado de todas as formas, de todos os lados do mundo, mas que nada será o bastante para um simples gesto, o de agradecimento:
Obrigado, Fenômeno!
Wilson Hebert – Assuntos gerais
2 comentários:
Você foi perfeito, WH.
Eu sinto orgulho em falar que o Ronaldo vestiu a camisa do Cruzeiro Esporte Clube, o time do meu coração. É tão mágico rever gols do Fenômeno com a camisa celeste.
É tão gratificante saber que aquele jogador franzino ganhou o mundo após passagem pelo Cruzeiro. E não foi uma simples passagem, foi A passagem. A passagem que marcou o inicio de uma carreira brilhante.
Uma pena é saber que Ronaldo não valorizou a equipe que projetou nacionalmente, que deu a primeira oportunidade de surgir no futebol. Não vi toda a entrevista de despedida hoje, então não posso falar por hoje, mas nunca escutei Ronaldo falar do Cruzeiro, agradecendo pela oportunidade e tals...Mas isso não importa mais.
Futebol perde um atacante de peso, literalmente. Foi bom ter encerrado agora enquanto era tempo de encerrar a carreira "por cima".
Abraço.
André Peixoto
Ele agradeceu todos os times que jogou, inclusive o Cruzeiro.
Quem ele esqueceu foi o Flamengo e os médicos do clube, que o recuperaram quando ele voltou pro Brasil, antes de ir pro Corinthians.
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