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De ídolo a “persona non grata”


Por Wilson Hebert

Quando o Flamengo anunciou que estava negociando com o zagueiro João Felipe, revelação do Figueirense, não imaginava que um balão estava por vir. Um ou dois dias depois, o Botafogo, rival rubro-negro, anunciou, acertou e assinou com o jovem atleta. A partir do ocorrido, a assessoria flamenguista, cumprindo ordens da presidente Patrícia Amorim, divulgou uma nota no site oficial do clube repudiando o empresário do jogador, Eduardo Uram (que possui jogadores no Fla, como Léo Moura), o considerando como “persona non grata” na Gávea.

Imediatamente, graças a grande repercussão da nota, o termo caiu na boca do povo e da imprensa. Nas comunidades virtuais especializadas em debates futebolísticos, alguém que age de forma não positiva em alguma negociação, já se torna uma “persona non grata”. E os jornalistas, com todo o direito, passam a ter a mesma liberdade de tal consideração.

E olha que estamos falando de jogadores desconhecidos, de negociações até certa forma pequenas. Imagina quando o assunto é um craque que já foi melhor do mundo?

Ronaldinho Gaúcho é um ídolo inconteste. Seja aqui no Brasil, seja na Espanha por tudo aquilo que fez pelo Barcelona, seja na França, já que surgiu pro continente europeu jogando pelo Paris Saint German, seja na Itália, pelo simples fato de ter vestido a camisa do Milan...

Conquistar uma idolatria é difícil. Muito difícil. Perdê-la, é fácil. Quando saiu do Grêmio, mesmo tendo vivido tempos de gênio da habilidade – chegou a humilhar Dunga num GRENAL, com um drible fantástico – sua imagem já ficou um pouco arranhada. Ele disse que não sairia por dinheiro. E saiu.

Seu empresário (e irmão), Assis, parece só ter olhos para as cifras do futuro contrato do craque, e nem um pouco para a imagem de Ronaldinho Gaúcho. Está muito na cara que, como normalmente acontece, a culpa pela longevidade dessa novela é mesmo de Assis. Mas Ronaldinho não fica ileso, pois com a moral que ele tem no futebol, poderia já ter resolvido a questão junto a seu irmão.

Se os dois continuarem ‘brincando’ com instituições, torcedores, dirigentes e empresas sérias que estão dispostas a bancar a volta da estrela ao futebol brasileiro, quem pode se tornar “persona non grata” é o Ronaldinho, até podendo ganhar um selo de mercenário. E para quem pretender voltar a Seleção, sair da idolatria para essa adjetivação, pode ser irreversível.

Wilson Hebert - Assuntos gerais

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