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Lembranças do GP da Austrália - RBR pode dominar o ano; Massa precisa reagir; e muito mais


Por Leandrus

Um novo foguete? A McLaren de 1988 foi um dos maiores exemplos de domínio absoluto de uma equipe na F-1. Era só a largada ser dada e os carros do time disparavam na dianteira. Ayrton Senna e Alain Prost, pilotos da escuderia inglesa naquele ano, venceram 15 das 16 corridas do campeonato - Gerhard Berger, da Ferrari, só venceu o GP da Itália devido a um erro bobo de Senna, líder até então, a duas voltas do fim.

Sebastian Vettel, da Red Bull, mesmo sem KERS e sem andar no limite, venceu de forma soberana na Austrália, coroando um fim de semana dominado por ele mesmo. A impressão que se tinha é que havia uma corrida para ele e outra para os outros. E aí fica a pergunta: será que equipe austríaca criou o mais novo foguete da F-1?

É cedo para cravar tal coisa. Porém, é necessário dizer que tudo conspira a favor. A Red Bull vem de um 2010 que só não foi mais tranquilo devido aos equívocos de seus pilotos, os testes de pré-temporada foram marcados pelo domínio da escuderia e Vettel foi sensacional durante a corrida. O único freio na euforia foi a má perfomance de Mark Webber, inexplicavelmente decepcionante no domingo. Caso as outras equipes não a alcancem, corremos o risco de ver uma Red Bull tão dominante quanto aquela já citada McLaren ou a Ferrari de 2002 e 2004.

A desconfiança voltou: O 7º lugar de Felipe Massa foi um duro golpe para as pretensões do brasileiro. O piloto da Ferrari mostrou os velhos problemas do ano passado: teve dificuldades com seus pneus na classificação e, entre os pilotos das equipes grandes, foi o que claramente mais lutou para impor um bom ritmo, sem sucesso. Para piorar, houve novamente um abismo considerável entre sua performance e a de Fernando Alonso.

Ainda não é o momento ideal para cornetar o brasileiro. Porém, é óbvio que precisa reagir: a impressão que ficou da Austrália é que ele não conseguiu se recuperar dos problemas do ano passado. Se continuar assim, o próximo passo será achar que ele não é mais um piloto do nível da Ferrari. Devido ao fato de já estar na escuderia italiana desde 2006, isso pode deixar o vice-campeão de 2008 em maus lençóis para o ano que vem.

As pequenas pioraram: Com um orçamento claramente limitado, era de se esperar que as nanicas Lotus, Virgin e Hispania não tivessem um salto gigante em relação ao ano passado. Porém, era de se esperar que evoluíssem em relação ao ano passado. Ledo engano. As duas últimas, aliás, parecem até mesmo ter piorado. Timo Glock, piloto da Virgin, já cantou a pedra.

No caso da Hispania, não há motivos para decepção - apenas para confirmação de que é questão de tempo até a equipe acabar. Porém, Virgin e Lotus possuem sim motivos para estarem decepcionados - principalmente a segunda, que trabalha sob melhores condições e conseguiu bons acordos para essa temporada. É legal ver um grid mais cheio. Porém, também seria bom ver o abismo entre as equipes já estabelecidas no grid e as novatas diminuir. Vê-las fazendo figuração e sem brigar por posição alguma - nem entre si - é entediante demais.

Surpresa russa: Era de se esperar alguma evolução de Vitaly Petrov para essa temporada. Muitas vezes os especialistas e os fãs - incluindo este que vos escreve - se esquecem que os pilotos precisam de um certo período de adaptação; talvez estejam mal acostumados pela maneira como alguns grandes pilotos, como Lewis Hamilton, aparecem de maneira dominante e soberana na categoria.

Porém, não se esperava que o russo brigasse por uma vaga no pódio, e sim apenas por pontos. Foi por isso que o seu resultado final, um belo terceiro lugar, foi tão espantoso, ainda mais após uma excelente performance que começou com um ótimo 6º lugar no grid de largada e culminou numa atuação consistente e sem espaço para erros. O fato de não ter se afobado diante de um endiabrado Alonso ao fim da prova coroou sua corrida. É bom esperar mais um tempo, mas a verdade é que Petrov pode ter alcançado um grande nível de maturidade quando ninguém esperava.

Recuperação impressionante: O 2º lugar de Lewis Hamilton calou a boca daqueles que acharam que a McLaren não conseguiria acompanhar o ritmo dos adversários na Austrália - este blogueiro está incluso no grupo. Porém, não vamos crucificar todos que temeram pelo desempenho dos ingleses nas primeiras provas: o carro era realmente mal nascido e não se acertou em momento algum nos testes.

Logo, a surpresa não foi a McLaren ter se recuperado, e sim ter se recuperado em pouquíssimo tempo, antes da temporada começar. Os testes, quase todos decepcionantes, não davam a impressão de que equipe se recuperaria dos problemas de confiabilidade tão rapidamente, e isso só prova o excelente trabalho da escuderia de Woking na tentativa de solucionar os problemas do carro em uma semana. Agora é acompanhar o desempenho nas próximas corridas, para saber se realmente houve melhoras ou se elas se limitaram ao GP da Austrália.

Leandrus - Automobilismo

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