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System of a Down no Rock in Rio? Conheça a história da banda


Por Wilson Hebert

Talvez, trate-se de uma das bandas mais polêmicas do rock mundial nos últimos 20 anos. E isso já vem desde a sua formação. Para uns, o nome da banda (que em português significa “abaixo ao sistema”) menciona uma crítica ao sistema capitalista, versão que sempre ganha muita força graças às variáveis letras que criticam, entre várias coisas, o mercado capitalista do entretenimento. Para outros, o nome da banda ataca, nas entrelinhas, a sociedade enxergando nela um viés egoísta e desnecessariamente consumidor.

Caso a vontade dos integrantes aponte mesmo para essa segunda versão, estaremos diante de um grande paradoxo, já que o System nunca disponibilizou nenhum cd gratuito, por exemplo. Mas essa questão denota apenas uma prova do quão polêmica é a banda. O que se tem de oficial mesmo sobre seu nome, é a explicação do líder Serj, dizendo que o batismo veio em decorrência de um poema do guitarrista Daron que falava de um buraco cheio de gente. Mas nessa mesma ocasião onde foi dada a explicação do nome, Serj deixou todos os fãs a vontade para interpretarem System of a Down da maneira que lhes convier.

E depois de decretada encerrada a enquete no site da organização do Rock in Rio 2011 perguntando qual atração dentre as apresentadas (uma POP e outra Rock) o público gostaria de ver em solo carioca, a famosa banda californiana de new metal se saiu vencedora na coluna roqueira da pesquisa, denotando a total admiração dos fãs brasileiros, que nunca puderam ver uma apresentação de Serj e Cia. no Brasil. A pergunta que fica é: Será que eles vão vir?

No site oficial, no myspace e no Facebook de Serj Tankian, foram publicadas as próximas datas de apresentações do grupo, todas na América do Norte. Confira:

10/05/11: Edmonton, AL - Rexall Place
12/05/11: Vancouver, BC - Rogers Arena
13/05/11: Seattle, WA – Key Arena
15/05/11: Mountain View, CA – Shoreline Amphitheatre
18/05/11: Denver, CO – Comfort Dental Amphitheatre
19/05/11: Albuquerque, NM – Journal Pavilion
21/05/11: San Diego, CA - Cricket Wireless Amphitheatre
22/05/11: Las Vegas, NV – The Pearl
24/05/11: Los Angeles, CA - The Forum

Um pouco da história da banda

Tudo começou no ano de 1992, na Califórnia, quando Serj Tankian, em um dos seus habituais ensaios com sua banda de garagem, conheceu o guitarrista Daron Malakian. Logo, os dois descobriram duas características em comum. Além da descendência armênia, os dois possuíam gosto musical completamente alternativo, que pega desde instrumentais orientais, passando por folk music da Armênia (não me diga...), fusion, jazz e, claro, o bom e velho heavy metal, além de outras infinidades de estilos.

Ao se tornarem amigos, Serj e Daron formaram logo uma banda para colocar em prática uma tremenda mistura de todos os estilos curtidos pelos dois. Não tardou para outros componentes não aprovarem o jeito, digamos, bastante diferente de se aliar os instrumentos e arranjos. Com aquilo na cabeça, Daron Malakian resolveu fazer um poema, intitulado “Victims of a Down” (vítimas de um buraco), que falava sobre as pessoas que não conseguiam se livrar dos padrões “obrigatórios” instalados pela sociedade norte-americana. Algo bem típico de estrangeiros que vivem nos EUA e não compram muito a idéia do jeito estadunidense de se viver.

Serj achou o poema simplesmente fantástico e resolveu mostrar ao seu amigo (rico) Shavo Odadjian que já era uma espécie de empresário da primeira banda formada pelos amigos armênios. Shavo também ficou encantado com o poema, fez uma adaptação no nome, tirando Victims e colocando System, por acreditar ser um termo mais forte e aconselhou que dali, nascesse uma nova banda com uma filosofia verdadeira, resgatando uma antiga essência do rock n’ roll que por ora parecia (e ainda parece) morrer no ostracismo das bandas surgidas da década de 90. Nasceu um novo fenômeno do New Metal: o System of a Down.

Início profissional

Para compor a banda, Shavo pediu demissão do banco em que trabalhava (largando o sistema para “derrubá-lo”) e assumiu o baixo. Com Serj nos vocais e Daron na guitarra, veio Andy Khachaturian para assumir a bateria. Daí foi partir para a gravação da primeira fita demo da banda que se tornaria um dos maiores sucessos da segunda metade da década de 90 nos EUA e logo depois em todo o continente americano, não tardando para conquistar Europa e o mundo.

Nesta fita, continha a música Sugar, que depois se tornou um dos primeiros grandes sucessos do SOAD. Veja abaixo no vídeo:


Após a gravação de três fitas demos, o System passou a fazer apresentações nos famosos “espaços undergrounds” de Los Angeles, que são bares e clubes com a tradição de sediar shows de bandas pouco conhecidas do público. Logo foi formado um fã-clube pequeno, porém fiel, nesses concertos, que passaram a seguí-los por todos os locais onde tocassem.

Conquistando Hollywood

Um desses novos fãs, que tinha bastante contato em Hollywood, levou o System of a Down para fazer uma apresentação no Viper Room (uma famosa casa de shows hollywoodiana). Para a surpresa de todos, quem estava lá? Rick Rubin, produtor da American Recordings, que ao contrário do que todos pudessem imaginar, achou genial toda aquela coisa de “sistema do buraco” ou “abaixo ao sistema” e pediu para estreitar os contatos com a banda.

A banda recebeu muito bem a admiração do “empresário da música” e resolveu logo gravar a quarta fita demo, que foi enviado não apenas para a AR, mas também para todas as outras gravadores que sinalizassem com a possibilidade de conhecer o trabalho. A fita depois ficou conhecida como “4th Demo-tape”.

Quando Rick Rubin soube que as outras gravadoras também tinham recebido a fita demo daquela banda de armênios malucos com um ótimo som que ele havia visto no Viper Room, entrou logo em contato com a banda oferecendo um contrato para se começar, de imediato, os trabalhos de gravações.

Circula nos corredores da MTV, que um diretor de outra gravadora teria ligado para Rubin o chamando de maluco, dizendo que banda de pessoas doidas da Armênia, jamais faria sucesso nos EUA. Caso isso realmente tenha acontecido, esse cidadão deve ter se rasgado de inveja e arrependimento, pois o que ele viu foi totalmente o contrário. Em 1998, o System escancarou para todo o país seu primeiro trabalho, um CD intitulado como System of a Down.


A música dos revoltados

Uma das músicas desse primeiro disco, chamada de “War?”, caiu imediatamente nas graças dos jovens estadunidense que eram contra a política de guerra do governo dos EUA. Pronto, o sucesso já estava com suas primeiras páginas preenchidas.


Em 1999 o SOAD saía das inúmeras apresentações em Hollywood e Los Angeles para os grandes shows nos famosos festivais, como o Ozzfest, aonde chegaram a dividir o palco com Static-X e se despediram do público sob chuva de aplausos e gritos de incentivos.

Em 2000 a banda passou a ser “abraçada” por grandes nomes do rock mundial. Foi quando vieram os concertos ao lado de “bandinhas nada famosas” como Metallica, Korn e Kid Rock. Enquanto isso, resolveram gravar um antigo sucesso do Black Sabbath, “Snowblind”. A gravação acabou sendo inserida no Nativity in Black II, um disco do próprio Sabbath, apenas com músicas da banda gravadas por outras bandas.

TOXICITY


No final do ano 2000, a banda começava a trabalhar na produção do disco Toxicity, um capítulo a parte na história do System of a Down. Mas a caminhada não se traçava apenas com gravações, produções, sucesso e dinheiro. Os músicos do SOAD, que jamais esqueceram suas raízes, realizaram a primeira edição do “Souls”, uma série de shows beneficientes em homenagem ás vítimas do genocídio da Armênia.

A data de 4 de setembro de 2001 (sete dias antes do atentado das Torres Gêmeas) ficou marcado com o lançamento do maior disco da banda em toda sua história. Foi esse disco que fez quintuplicar o número de fãs. Foi esse disco que vendeu 222 mil cópias apenas na PRIMEIRA SEMANA de circulação. Foi esse disco que levou o System ao topo no ranking da Bilboard.


Ataques terroristas aos EUA e boicote contra a banda

Por essa, Serj e Cia não esperavam. Após o atentado de 11 de setembro, as rádios americanas começaram um boicote contra a música “Chop Suey!”, gravada antes do ocorrido e que contava, na sua letra, fatos muito parecidos com os acontecidos contra as Torres Gêmeas. A reação do público foi imediata e quem acabou sofrendo um verdadeiro boicote, foram as rádios, tendo sua audiência diminuída consideravelmente em decorrência ao que faziam contra o System of a Down.

Os canais de televisão, dentre eles a MTV (que não é boba nem nada), começou a exibir em excesso o clipe de “Chop Suey!”, numa demonstração de que música e terrorismo não tinham nenhuma ligação (mentira, ela queria mesmo era “ibope”).

Contra-ataque das rádios e resposta da banda

Em contra-ataque, as rádios americanas lançaram na internet versões inacabadas de músicas que deveriam integrar o Toxicity, dando a entender aos fãs da banda, que o produto que eles ouviam em casa e os clipes que assistiam na MTV fazia parte de um projeto sem acabamento, que havia sido lançado “de qualquer jeito”.

Furioso com a repercussão que tudo aquilo ganhava, eis que Serj Talakian teve uma idéia genial. Numa conversa com o guitarrista Daron, ele teria dito: “as rádios querem guerra? Então vamos dar o ‘boom’ que elas merecem”. Numa entrevista coletiva marcada pela assessoria da banda, ele anunciou aos fãs que um novo CD estava sendo produzido, com as ditas músicas que faltavam em Toxicity totalmente finalizadas.

Em novembro de 2002, o SOAD cumpre a promessa e lança “Steal This Álbum” com todas as músicas que as rádios haviam disponibilizado como versões inacabadas. Acontece que as canções apresentavam uma forma diferenciada, com fim e arranjos encaixados, diferente do material “não-oficial”.


Em protesto, o CD não apresentava nenhum encarte, apenas vinha numa caixinha comum, com o nome da banda e o nome do álbum em letra manuscrita, bem ao estilo “cd falsificado”. Na tradução do nome do disco, temos a frase “roubaram este álbum”, em alusão ao que as rádios teriam feito.

BOOM

A música do disco que teve o clipe mais exibido na MTV foi “Boom”, que por conseqüência foi a de maior sucesso. Porém, por trazer uma crítica ferrenha aos governos favoráveis à guerra, como os de Bush, Tony Blair, Saddan Husain e Osama Bin Laden, a canção acabou tendo seu videoclip censurado pelo Governo Bush. Mas, apenas o clipe. O que aconteceu a partir disso? Sim, as rádios tiveram o “o boom que elas mereciam” e passaram a recuperar sua audiência perdida no ano anterior justamente com a reprodução da música Boom, do System of a Down.

Com a nova postura das rádios e a recuperação da audiência, o disco conseguiu fazer um estrondoso sucesso e garantiu 2 milhões de cópias vendidas. Com a nova onda, o System resolveu fazer quatro novos encartes para as próximas remessas do disco. Cada uma das capas foi desenhada por um membro da banda.

Continue acompanhando o Futebol & Variedades e descubra como foram os últimos anos da banda System of a Down...



Agradecemos ao amigo Filipe Frossard Papini por nos ter enviado o código do vídeo acima com o clipe oficial da música "Boom".

Wilson Hebert – Assuntos gerais

4 comentários:

Filipe Frossard Papini disse...

Excelente post WH! Parabéns. Completasso!!!

Divulguei já!

Mateus Papini disse...

SENSACIONAL!!! MUITO BOM O TEXTO!!! VOU DIVULGAR PQ QUEM GOSTA DA BOA MÚSICA VAI GOSTAR DESSE TEXTO!! PARABÉNS MANO WILSON HEBERT!!!

ADRIANO disse...

bela matéria;

SOAD eh uma banda que respeito imensamente

Melyssa disse...

Olá, post IN-CRI-VEL !

Postei no meu Tumblr, espero que não se encomode :)