Por Leandrus
Não deixou de ser um alívio ver Lewis Hamilton vencer o GP da China. Depois de ter um início de prova difícil mas se sobressair com um assombroso desempenho na parte final, digno de seus grandes momentos de arrojo, o inglês bateu o então líder Sebastian Vettel a cinco voltas do fim, mostrando que há sim maneiras de se bater a poderosa Red Bull. Isso, porém, não quer dizer que a turma dos energéticos está perdendo sua força.
A Red Bull ainda é a grande equipe da F-1 atual. Por mais que os problemas com o KERS estejam comprometendo seus pilotos em alguns momentos (Vettel perdeu duas posições na largada justamente porque seu dispositivo não funcionou devidamente), os austríacos ainda possuem os melhores carros do grid. O ponto crucial para a derrota do alemão foi a equivocada estratégia de duas paradas, que o obrigou a fazer uma longa segunda perna de pneus duros, que logo se deterioraram e impediram sua nova conquista. Se não fosse por isso, pode ter certeza que Vettel alcançaria sua terceira vitória na temporada.
Porém, o problema não foi exclusivo do atual campeão da categoria: quem fez as usuais três paradas se sobressaiu com tranquilidade sobre quem fez duas. Aliás, o recado já foi dado: não se pode subestimar esses pneus. Eles realmente se desgastam com muita facilidade e logo se torna inviável continuar com eles na pista. E nem é preciso pegar o exemplo de Vettel: a corrida de Felipe Massa e Fernando Alonso foi extremamente prejudicada - principalmente a do brasileiro, que teve talvez sua melhor performance desde sua volta a F-1. Se terminou em 6º, uma posição a frente de seu companheiro, foi justamente por causa da tática escolhida pela Ferrari, porque o brasileiro merecia até mesmo ter ido ao pódio.
Aliás, aqui cabe um adendo. Não há "Pachequismo" quando se lembra que Massa já superou Alonso duas vezes esse ano. O parâmetro do brasileiro é justamente o espanhol: primeiro, porque foi facilmente batido por ele no ano passado; segundo, porque, é seu companheiro de equipe e a Ferrari está distante de McLaren e Red Bull. Então, que continuem os elogios pelos feitos no ano, pequenos mas consideráveis. Aliás, é considerável as ótimas largadas de Felipe, sempre conseguindo recuperar as posições perdidas nos seus ainda decepcionantes treinos.
Voltemos, então, a falar da corrida, que foi fantástica. Tranquilamente uma das melhores nos últimos anos, principalmente se lembrarmos de provas disputadas em pista seca. E aí é necessário tirar o chapéu para as mudanças desse ano, que foram uma das grandes responsáveis pelo excelente GP na China: a combinação pneus Pirelli + asa móvel + KERS já causaram estrago no começo da temporada, e ainda podem torná-la uma das melhores dos últimos tempos. Só para se ter uma ideia, esse ano vimos tantas brigas entre as primeiras posições quanto nos últimos dois ou três anos, quando os primeiros colocados pareciam soberanos e intocáveis na pista, só por causa dessa mistura que dá um tom de maluquice à F-1.
Particularmente, não gosto muito de novidades que deixam as ultrapassagens e a categoria em geral com certo ar de artificialidade - e essa é minha grande crítica à asa móvel e ao KERS. Porém, elas estão tornando as corridas tão atraentes que são cada vez mais aceitáveis. A quantidade de ultrapassagens, tanto no bloco intermediário quanto no pelotão da frente, devido a esses novos fatores provaram isso, principalmente na prova de hoje, que teve vários destaques além de Hamilton, Vettel e Massa.
Jenson Button, embora tenha cometido um erro ridículo nos boxes, mostrou novamente sua consistência e conquistou um bom 4º lugar, embora tenha tido menos brilho que nas provas anteriores. A Mercedes se recuperou em grande estilo, quase colocando o 5º colocado Nico Rosberg no pódio (algo que poderia ter acontecido se não tivesse tido problemas na segunda metade da prova) e oferecendo um bom bólido a Michael Schumacher, que terminou em 8º lugar e, assim como na Malásia, voltou a mostrar um mínimo da antiga competitividade, longe de ser vista em 2010. Kamui Kobayashi, em 10º, voltou a merecer um lugar nos pontos. Paul Di Resta, que já está ofuscando Adrian Sutil, mostrou grande pilotagem ao passar boa parte da prova entre os 10 primeiros - infelizmente, o escocês foi uma das vítimas da tática de duas paradas.
Porém, o grande destaque da prova foi Mark Webber. Sem muita pressa, o australiano pulou de 18º, sua péssima posição de largada, para 3º, o que lhe proporcionou um merecido lugar no pódio. É verdade que seu carro estava sobrando no final da prova, mas sua sequência de ultrapassagens nesse momento foi grandiosa. Depois do pífio treino, Webber foi literalmente à redenção.
Quem se destacou negativamente, entretanto, foram duas equipes. A Toro Rosso pagou um mico maior do que nas duas primeiras corridas: colocou seus dois carros no Q3 e viu seus carros terem ritmo de corrida nenhum, com Buemi terminando num longe 14º lugar e Alguersuari abandonando devido a um erro no pit stop que o deixou sem pneu no meio da pista. Já a Williams fez pior: enquanto Barrichello fez milagre ao levar sua carroça à 13ª posição, Maldonado chegou a terminar atrás de Kovalainen. Tudo bem que a Lotus mostra lenta evolução, mas aí já é demais. Junto com a Ferrari, as duas são as que mais terão de trabalhar na parada de três semanas para justificar as boas expectativas deixadas na pré-temporada.
E por último, nada mais apropriado do que falar da Hispania. Brincadeiras sem graça a parte, o curioso é ver que o ritmo dos espanhóis, assim como na Malásia, não foi tão ruim quanto o esperado. E o mais irônico de tudo é saber que a equipe já começa a andar perto da Virgin. Estão melhorando? Nem tanto. É a equipe de Glock (que, surpreendentemente, está tendo dificuldades para superar D'Ambrosio) que está regredindo mesmo.
Leandrus - Automobilismo
A Red Bull ainda é a grande equipe da F-1 atual. Por mais que os problemas com o KERS estejam comprometendo seus pilotos em alguns momentos (Vettel perdeu duas posições na largada justamente porque seu dispositivo não funcionou devidamente), os austríacos ainda possuem os melhores carros do grid. O ponto crucial para a derrota do alemão foi a equivocada estratégia de duas paradas, que o obrigou a fazer uma longa segunda perna de pneus duros, que logo se deterioraram e impediram sua nova conquista. Se não fosse por isso, pode ter certeza que Vettel alcançaria sua terceira vitória na temporada.
Porém, o problema não foi exclusivo do atual campeão da categoria: quem fez as usuais três paradas se sobressaiu com tranquilidade sobre quem fez duas. Aliás, o recado já foi dado: não se pode subestimar esses pneus. Eles realmente se desgastam com muita facilidade e logo se torna inviável continuar com eles na pista. E nem é preciso pegar o exemplo de Vettel: a corrida de Felipe Massa e Fernando Alonso foi extremamente prejudicada - principalmente a do brasileiro, que teve talvez sua melhor performance desde sua volta a F-1. Se terminou em 6º, uma posição a frente de seu companheiro, foi justamente por causa da tática escolhida pela Ferrari, porque o brasileiro merecia até mesmo ter ido ao pódio.
Aliás, aqui cabe um adendo. Não há "Pachequismo" quando se lembra que Massa já superou Alonso duas vezes esse ano. O parâmetro do brasileiro é justamente o espanhol: primeiro, porque foi facilmente batido por ele no ano passado; segundo, porque, é seu companheiro de equipe e a Ferrari está distante de McLaren e Red Bull. Então, que continuem os elogios pelos feitos no ano, pequenos mas consideráveis. Aliás, é considerável as ótimas largadas de Felipe, sempre conseguindo recuperar as posições perdidas nos seus ainda decepcionantes treinos.
Voltemos, então, a falar da corrida, que foi fantástica. Tranquilamente uma das melhores nos últimos anos, principalmente se lembrarmos de provas disputadas em pista seca. E aí é necessário tirar o chapéu para as mudanças desse ano, que foram uma das grandes responsáveis pelo excelente GP na China: a combinação pneus Pirelli + asa móvel + KERS já causaram estrago no começo da temporada, e ainda podem torná-la uma das melhores dos últimos tempos. Só para se ter uma ideia, esse ano vimos tantas brigas entre as primeiras posições quanto nos últimos dois ou três anos, quando os primeiros colocados pareciam soberanos e intocáveis na pista, só por causa dessa mistura que dá um tom de maluquice à F-1.
Particularmente, não gosto muito de novidades que deixam as ultrapassagens e a categoria em geral com certo ar de artificialidade - e essa é minha grande crítica à asa móvel e ao KERS. Porém, elas estão tornando as corridas tão atraentes que são cada vez mais aceitáveis. A quantidade de ultrapassagens, tanto no bloco intermediário quanto no pelotão da frente, devido a esses novos fatores provaram isso, principalmente na prova de hoje, que teve vários destaques além de Hamilton, Vettel e Massa.
Jenson Button, embora tenha cometido um erro ridículo nos boxes, mostrou novamente sua consistência e conquistou um bom 4º lugar, embora tenha tido menos brilho que nas provas anteriores. A Mercedes se recuperou em grande estilo, quase colocando o 5º colocado Nico Rosberg no pódio (algo que poderia ter acontecido se não tivesse tido problemas na segunda metade da prova) e oferecendo um bom bólido a Michael Schumacher, que terminou em 8º lugar e, assim como na Malásia, voltou a mostrar um mínimo da antiga competitividade, longe de ser vista em 2010. Kamui Kobayashi, em 10º, voltou a merecer um lugar nos pontos. Paul Di Resta, que já está ofuscando Adrian Sutil, mostrou grande pilotagem ao passar boa parte da prova entre os 10 primeiros - infelizmente, o escocês foi uma das vítimas da tática de duas paradas.
Porém, o grande destaque da prova foi Mark Webber. Sem muita pressa, o australiano pulou de 18º, sua péssima posição de largada, para 3º, o que lhe proporcionou um merecido lugar no pódio. É verdade que seu carro estava sobrando no final da prova, mas sua sequência de ultrapassagens nesse momento foi grandiosa. Depois do pífio treino, Webber foi literalmente à redenção.
Quem se destacou negativamente, entretanto, foram duas equipes. A Toro Rosso pagou um mico maior do que nas duas primeiras corridas: colocou seus dois carros no Q3 e viu seus carros terem ritmo de corrida nenhum, com Buemi terminando num longe 14º lugar e Alguersuari abandonando devido a um erro no pit stop que o deixou sem pneu no meio da pista. Já a Williams fez pior: enquanto Barrichello fez milagre ao levar sua carroça à 13ª posição, Maldonado chegou a terminar atrás de Kovalainen. Tudo bem que a Lotus mostra lenta evolução, mas aí já é demais. Junto com a Ferrari, as duas são as que mais terão de trabalhar na parada de três semanas para justificar as boas expectativas deixadas na pré-temporada.
E por último, nada mais apropriado do que falar da Hispania. Brincadeiras sem graça a parte, o curioso é ver que o ritmo dos espanhóis, assim como na Malásia, não foi tão ruim quanto o esperado. E o mais irônico de tudo é saber que a equipe já começa a andar perto da Virgin. Estão melhorando? Nem tanto. É a equipe de Glock (que, surpreendentemente, está tendo dificuldades para superar D'Ambrosio) que está regredindo mesmo.
Leandrus - Automobilismo
2 comentários:
Essa tl dificuldade do Glock na disputa com o D'Ambrosio acho q podemos debitar da falta de motivação. Ele vem descendo lenha na equipe. Uma pena, é um piloto de qualidade.
A situação de Williams tá realmente triste. E é bom o Massa anotar em um caderninho essas pisadas de bola da Ferrari. Lá na frente, qnd quiserem fazer ordem de equipe, ele lembra a equipe dessas coisas. Administração lamentável tem a Ferrari desde q Jean Todt se foi.
Rapaz, então o Massa vai ter que pegar o caderninho de 2008 e esfregar na cara do Domenicali, hehehe
Quanto ao Glock, pode ser esse o motivo. Vamos esperar o começo da perna europeia para saber.
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